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A mostrar mensagens de outubro, 2021

Em EVIL, série de TV, há sons que apenas os jovens conseguem ouvir

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Há uns tempos vi a primeira temporada de uma série transmitida originalmente pelo canal CBS, focada no sobrenatural de nome Evil . Apesar de razoável nem todos os episódios me pareceram igualmente satisfatórios. A série, feita para TV, não podendo ser muito explícita em termos de terror, consegue explorar situações capazes de nos causar no mínimo desconforto e estranheza, e joga bem com a ambiguidade necessária para alimentar a dúvida sobre os casos que vão surgindo. A actriz  protagonista Katja Herbers tem um desempenho cativante como Kristen Bouchard, sendo, na minha opinião, claro, uma das melhores razões para ver a série.  Abordando mistérios diversificados, Evil examina as origens do mal em manifestações que se situam numa zona cinza capaz de envolver a ciência e a religião e que desafiam o consenso. Uma psicóloga forense não crente, que busca explicações apenas lógicas e científicas, mãe de quatro miúdas e com o marido ausente, uma vez afastada das suas funções em tribunal ali

Diga trinta e três. Uma crónica de António Prata

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Trinta e três. Quem diria. A adolescência foi na última quinta, ainda há resquícios dela na estante de CDs, no seu vocabulário, num canto do armário – uma camisa xadrez que não vê a luz do sol desde um show do Faith No More, em 1997 –, mas são resquícios. Vez ou outra você está no supermercado, comprando saco de lixo, queijo minas light e amaciante, e vê uma turma de garotos e garotas carregando garrafas de Smirnoff Ice e sacolas de Doritos. Você olha para as franjas lambidas dos meninos, para os piercings das meninas e percebe, meio assustado, que aquele é um mundo distante. Sente alguma vergonha do seu carrinho.  Diga trinta e três: trinta e três. Diga: o que você fez? A essa altura da estrada, uma parada é inevitável. Você desce do carro, contempla a vista do mirante. Não é um olhar para trás, como devem fazer os velhos, ao fim da vida – ou devem evitar fazê-lo, dependendo –, mas um olhar em volta: isso aqui sou eu. Daqui pra frente, não vai mudar muito, vai? Já deu tempo de descob

Squid Game, no Netflix, é o verdadeiro "jogo do mata"?

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No recreio da minha escola primária decorreram intensos campeonatos "de vida ou de morte". Riscavam-se as linhas no chão com um calhau. Eram profundas pois todos os dias lhes dávamos um retoque. O campo de jogo era dividido em duas áreas e formavam-se duas equipas de cachopada. Talvez se tirasse à sorte qual a equipa que começava e quem era o piolho, já não me recordo. Os jogadores eram escolhidos um a um. A bola era trocada entre os elementos em campo e o seu respectivo piolho, que alternavam com os adversários, em áreas desencontradas. O objectivo do jogo era matar os jogadores adversários e escapar à morte por meio da bolada. Se a bola nos tocava e caía ao chão morríamos e íamos para o cemitério. Se a agarrávamos podíamos matar o adversário. O morto ia para o lugar do piolho e esse adversário entrava então no jogo. Os seguintes mortos acumulavam-se na zona do piolho, o cemitério. Ambos, piolho e demais elementos, podiam matar. A primeira equipa a ser dizimada, isto é morta

Monumento a Yuri Gagarini no Museu de Arte Urbana do Taguspark

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Este é um monumento em solo nacional. Está no MAU – Museu de Arte Urbana do Taguspark – Cidade do Conhecimento. Assinala o 60.º aniversário do primeiro voo espacial de um ser humano, é composta pelo busto do cosmonauta Yuri Gagarini ao lado do foguetão Vostok 1. Foi uma oferta da Fundação Internacional de Caridade “O Diálogo das Culturas – O Mundo Unido” e da Embaixada da Federação Russa em Portugal. O pedestal vermelho com o martelo industrial, a foice agrícola e a estrela comunista estão a provocar reacções muito desfavoráveis, além das dos Terraplanistas que detestam Gagarini, que deu a primeira volta à Terra e sobreviveu para dizer redondas maravilhas. Mas, e se fosse a bandeira dos EUA e o busto fosse o de Neil Armstrong? Esta era a bandeira da União Soviética na época do feito histórico. Depois disso ela foi substituída, tal como monumentos da época da federação foram removidos. Posteriormente, foi restaurada em alguns momentos, em nome da nostalgia e como símbolo de união do pov

Sem inspiração para escrever? Há um livro com 642 ideias. Chega?

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642 Things to Write About A Journal By the San Francisco Writers' Grotto, Introduction by Po Bronso n 100 Writing Prompts taken from " 642 Things to Write About " 1) Describe an electronic device in the future that you won’t know how to operate. 2) Describe the most recent moment when you couldn’t think of anything to say. Were you having a hard time making conversation, or were you simply dumbfounded? 3) What could have happened to you in elementary school/middle school/high school that would have altered the course of your life? 4) Describe five memories/events you remember really well. Then take one of them further. 5) How you feel about love these days. 6) The next blockbuster medicine that will be invented and what will happen as a result. 7) Your city one hundred years from now. 8) Write a short story in which you are the villain. 9) Choose how you will die. 10) You are a mid-level Greek deity, hoping to move up the ranks of Olympus. What are your power

Filme Ich bin dein Mensch, de Maria Schrader: os robôs podem substituir as pessoas?

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Não sei se por acaso viram uma conferência da Web Summit, em Lisboa, em 2016, -  The face of the robot evolution . Foi um momento que empolgou muitos ao mesmo tempo que arrepiava outros tantos. Durante alguns minutos Ben Goertzl, que faz pesquisa no campo da inteligência artificial há mais de 30 anos, e trabalha para a Hanson Robotics, fundada nos EUA mas transferida para  Hong Kong, conversa com a robô Sophia que tem cara e voz de mulher. A sua cara foi modelada a partir da de Audrey Hepburn e da esposa do criador da Hanson Robtics. Sophia é capaz de fazer 62 expressões faciais diferentes, falar inglês e mandarim. É um modelo avançado. Na sua apresentação em Austin, Sophia disse que destruiria os humanos, o que a tornou bastante impopular. David Hanson espera que um dia robôs possam ser amigos do homem. Ele cria robôs para interações humanas, capazes de serem usados em terapia, serviço ao cliente, saúde. Sophia têm cameras nos olhos e algoritmos que lhe permitem reconhecer caras, e as

Trailer do filme The Batman impressiona os fãs e não só

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  Anda por aí a circular um novo trailer completo do filme The Batman dirigido por Matt Reeves, onde Bruce Wayne será interpretado por Robert Pattinson. Nele vemos o Riddle, (Paul Dano), o Pinguim (Colin Farrell) e a Cat Woman (Zoe Kravitz). O filme revela-nos uma história de um Batman jovem e talvez por isso mais agressivo e algo descontrolado, não? Entre laranjas e negros, o trailer impressiona, de verdade, pela energia e intensidade. O filme só vai estrear em Março.  Costumo ver os filmes de super heróis, sim, gosto de ver como são adaptadas as bandas desenhadas. Gosto do Homem Morcego, o bilionário orfão, uma personagem que já tem mais de 80 anos. Vi a maioria dos filmes,  exceptuando o último, Batman versus Superman, que boicotei por não gostar do Affleck, e porque, mais estouro menos estouro, filmes de super-heróis "é sempre mais do mesmo", não são imprescindíveis. Ou seja, não sou realmente uma "fã" do género, mas não faço um sacrifício e quando o meu sobrinh

A carta aberta da livraria Lello: Um livro, pela sua saúde!

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  Livraria Lello, Porto, 7 de outubro de 2021 Passado o período eleitoral autárquico e entrando-se agora nos momentos finais da primeira definição, ainda na generalidade, do Orçamento do Estado para 2022 vimos trazer ao Vosso conhecimento um apelo a que o Partido que tão bem representam assuma, na discussão orçamental que se iniciará na especialidade, o seguinte lema como seu: Um Livro, pela sua Saúde! Para bem da nossa sanidade (também mental), apelamos para que o bem de primeiríssima necessidade chamado “Livro” possa ser objeto de prescrição médica e tratado fiscalmente como despesa de saúde que também é. Atravessámos juntos o período mais difícil que alguma vez pensámos ser possível. Dele saímos agora, juntos, ainda com cautelas, mas confiantes no bem-estar comum. Se, para o bem-estar sanitário, contamos com a resposta do notável Serviço Nacional de Saúde a que tanto devemos; se, para o bem-estar social e económico, contamos com um ambicioso Plano de Recuperação e Resiliência a que

Westworld, o filme, e a série da HBO

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" Where nothing can possibly go worng !" Westworld, 1973 Westworld começou como um filme baseado num livro de Michael Crichton e realizado por ele mesmo. Westworld foi suficientemente importante para ter uma sequela, embora irrelevante, de seu nome,  Futureworld , para influenciar filmes subsequentes, desde Blood city - um híbrido de western e ficção científica -   a Terminator , ou mesmo o recente Ex machina , e depois uma série da HBO, com mesmo título, autorada por Jonathan Nolan e Lisa Joy. A sua história é simples, mas fascinante. Uma empresa, Delos, oferece uma nova experiência de férias aos turistas ricos: são três parques temáticos - Europa Medieval, Roma Antiga e Velho Oeste Americano - povoados por animais e seres humanos realistas, robôs, com quem os humanos podem interagir de toda a maneira que desejem, mesmo criminosa, sem nunca sofrerem consequências danosas. Um anúncio de TV abre o filme e mostra um repórter a questionar os turistas no regresso das férias. Um