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A mostrar mensagens de janeiro, 2020

Manuel Resende. O poeta que não desperdiçava a poesia com porcarias

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Manuel Resende (1948-2020), o poeta que não desperdiçava a poesia com porcarias, como agora se leu nas notícias, nasceu no Porto e vivia em Lisboa, estudou Engenharia mas nunca foi engenheiro, não cursou grego mas era especialista na língua grega, o grego moderno. Por meia dúzia de anos foi jornalista no Jornal de Notícias e por 20, tradutor ao serviço da União Europeia. Além do gosto pelas palavras, tinha também o gosto pelos ideais políticos: foi como activista político que Louçã o relembrou enquanto autor das teses sobre situação política e económica discutidas no congresso de fundação da Liga Comunista Internacional, mais tarde PSR e depois Bloco de Esquerda. Para a sua editora, Cotovia, é um dos maiores poetas portugueses, quer escrevendo os seus quer traduzindo os versos de outros grandes poetas como Konstantínos Kaváfis ou Elytis. Traduziu também Shakespeare, Brecht, Kafka, Beckett, obras como "O Capital", de Karl Marx, e "A Caça ao Snark", de Lewis Car

Mnemonic - Brian Bilston

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Source Mnemonic Thirty days has September, April, June and November. Unless a leap year is its fate, February has twenty-eight. which has six thousand, All the rest have three days more, excepting January, one hundred and eighty-four. Brian Bilston

Humor: The Timmy Brothers – Water Makers

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Devemos ou não "deportar" todas as nkisis para África?

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Acho esta explosão de repúdio pela proposta de Joacine por muitas pessoas que habitualmente depreciam a cultura africana, considerando-a inferior à nossa, encantadora. Quando terá sido a última vez que o líder do PNR ou do Chega foram apreciar as nkisis ao Museu de Etnologia? Já viram selfies deles com elas? Eu não. Surpreenderia, de facto, sempre tão unidos na defesa do homem branco e da cultura ocidental, que sentem estar a ser atraiçoada por Joacine. Não deviam antes estar aliviados por ela os querer livrar desses incomodativos artefactos primitivos? Quantas vezes leio, sobretudo no FB, sobre a superioridade da nossa cultura sobre todas as outras pelos seus acólitos? Agora espumam porque alguém ousou sugerir que as peças sejam devolvidas à procedência? Talvez fossem mais brandos se a sugestão fosse antes vendê-las como a história da nkisi de Faro vagamente sugere, não? Vi uma nkisi no Museu Santos Rocha, na Figueira da Foz, há muitos anos, e quando cheguei a casa desenhei-a dive

Música: Bolero Do Coronel Sensível Que Fez Amor Em Monsanto

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Três interpretações diferentes  - NAIFA , BOITE ZULEIKA e VITORINO - para a mesma letra de António Lobo Antunes e música original de Vitorino. Qual a vossa preferida? Eu que em comovo Por tudo e por nada Deixei-te parada Na berma da estrada Usei o teu corpo Paguei o teu preço Esqueci o teu nome Limpei-me com o lenço Olhei-te a cintura De pé no alcatrão Levantei-te as saias Deitei-te no banco Num bosque de faias De mala na mão Nem sequer falaste Nem sequer beijaste Nem sequer gemeste Mordeste, abraçaste Quinhentos escudos Foi o que disseste Tinhas quinze anos Dezasseis, dezassete Cheiravas a mato À sopa dos pobres A infância sem quarto A suor a chiclete Saiste do carro Alisando a blusa Espiei da janela Rosto de aguarela Coxa em semifusa Soltei o travão Voltei para casa De chaves na mão Sobrancelha em asa Disse: fiz serão Ao filho e à mulher Repeti a fruta Acabei a ceia Larguei o talher Estendi-me na c

Terry Jones. O melhor humor é imortal

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O livro e os pássaros

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Extra: Desafio de Escrita dos Pássaros #6: O amor, uma cabana...e um frigorífico

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Corvo - Corvus corax Fonte Leonilde, empregada de limpeza, conheceu Raul enquanto regateava o preço de um Poirot e o imaginava na sua cama a folhear o Kamasutra. Ele já não tinha todos os dedos nem ela o juízo completo. O dia amanheceu na forma de um pedido de casamento: – Casa comigo. Nunca mais terás de comprar um livro. Um ano depois viviam nos arrabaldes de uma cidade perdida. Nunca faltavam à missa exceptuando se andavam longe, fazendo feiras de velharias. No regresso, depois do almoço habitual no Centro Social Paroquial, sempre visitavam o prior. – E novidades da terra? – O Engenheiro Garcia. – Que descanse em paz. – Raul, como vai o negócio? Não é fácil viver com esse infortúnio... – Sr. Padre, não o é. Três dedos chegam para fazer o sinal da cruz. – E sorria. – Esse Engenheiro é o que morava na vivenda azul? Daí a dias tocavam à porta do falecido para apresentar sentimentos: – ...e se tiver por aí alguns livros que estejam só a ocupar espaço, nós podemos

Quanto custa ter um cão e quais as suas necessidades essenciais

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Documentos do cão De que necessita um cão para ser feliz? Já pensou nisso? Precisa, em primeiro lugar, que compreenda as suas necessidades enquanto animal. Depois, precisa do seu tempo, do seu afecto, paciência e dinheiro. E talvez mais alguma coisa que não me ocorre agora. Em troca disso ganhará um amigo dedicado que o acompanhará por longos anos. É tentador, mas é exigente. Não se iluda. O seu futuro cão significa despesa, variável, é certo, desde que nasce até que morre, com certeza que de acordo com as suas necessidades específicas, mas, também, certamente, de acordo com aquilo que poderá gastar com ele. Todavia, não deve tentar iludir este requisito dizendo-se a si mesmo que o dinheiro é secundário, que compensará a sua falta com dedicação, e que até os sem-abrigo têm cães. Se ler este texto poderá ver de que forma se gasta dinheiro com um animal de estimação. Não referi muitos  dos preços pois existem variáveis envolvidas, importando sobretudo o tipo de animal e peso.

Conversas sobre Ciência - Pint of Science: vai acontecer em Maio de 2020

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Em 2012, Michael Motskin e Praveen Paul, dois neurocientistas do Imperial College em Londres, decidiram organizar um evento chamado Meet the Researchers  (Conhece os Investigadores). Este evento reuniu pessoas afectadas por doenças neurológicas com os respectivos investigadores para que estes mostrassem o seu trabalho laboratorial. O evento teve um impacto tão positivo que inspirou a criação do Pint of Science - um festival de ciência para a sociedade.​ Desta forma, em Maio de 2013, realizou-se a 1ª edição do festival Pint of Science em 3 cidades de Inglaterra – Londres, Cambridge e Oxford. O festival reuniu em bares locais, durante 3 dias, grandes nomes das diversas áreas científicas que discutiram as suas descobertas com o público presente.​ O sucesso da primeira edição permitiu a continuidade deste festival que rapidamente obteve um reconhecimento além fronteiras. O Pint of Science é uma associação sem fins lucrativos cujo principal objectivo é tornar acessível a discus

Desafio de escrita dos pássaros #17: Luz e Sombra

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Fonte Quando a Estrela do seu Sistema finalmente se apagou, o grupo dos Inteligentes ligou a Grande Lux e, limitando o seu alcance, assim dominou uma parcela da população do território sobrevivente. Totalmente dependentes dos Radiantes por mais de dois séculos, os Sombrios revoltaram-se, decididos a conquistar um bem maior que a liberdade. Na história do Reino de Pantona, hoje desaparecido, o trágico episódio nunca foi registado. A Luz irradiava de uma Torre de muitos quilómetros ligada ao núcleo do Planeta. Os Radiantes abriam as escotilhas negras e raios luminosos estendiam-se como um manto dourado sobre Pantona. Os Sombrios choravam o desolado território assim descoberto pela penumbra. Quando as trovoadas artificiais iluminavam os céus, o arco-íris era uma memória que feria e o verde-musgo uma ténue esperança. A Sombra aprisionara o presente e condenava o futuro. Consumidos pelo desejo de ver tudo, o que estava longe e perto, a revolta contra esta pálida impressão da vida

Hoje escreve um português a viver no Irão

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Pedi autorização a um amigo para transcrever aqui um texto que publicou no Facebook e usar as fotos, tiradas por ele, no Irão. Publiquei. Soube há uns minutos, infelizmente, que ele recebeu tantas mensagens de ódio que se sentiu forçado a apagá-lo. No texto ele não se refere a regimes, governos, instituições, política e líderes. Não é esse o seu foco. Limita-se a relatar algumas impressões sobre o país onde agora está e o povo iraniano tal como vive um e sente o outro. É a sua percepção de uma certa realidade. Reparem que cada pessoa tem a sua própria vivência. É até possível que daqui a uns tempos a percepção dele mude. Independentemente disso tudo, como justificar tantas ameaças e mensagens de ódio recebidas? O texto foi inicialmente publicado aqui com o nome do seu autor. Retirei-o porque ele removeu o texto do Facebook. Falámos e acordámos que o manteria no anonimato. Tive de republicar e por isso esta postagem foi actualizada. Os iranianos são herdeiros dos persas, um povo