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A mostrar mensagens de fevereiro, 2021

Sou Marciana desde 2019

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Sou Marciana desde Maio de 2019. Já se tinha notado qualquer coisinha, não? Começando pelo princípio. Portugal do séc. XXI vai ficar marcado pela fuga dos cérebros. A emigração de portugueses altamente qualificados banalizou-se de tal modo que já nem se fala disso. Por exemplo, aquele seu vizinho que nunca o cumprimentava e que parecia andar sempre com a cabeça na Lua, esse mesmo? Quando foi que o viu pela última vez? Ah, o confinamento, e tal? Já não sai de casa há um mês? Não, ele não está confinado, e não, não morreu com Covid. Era um cientista português de alto gabarito, muito desempregado, cujo cérebro fugiu e o levou na mala. Mas a notícia que fez notícia, e que já não faz por ser banal, não conta toda a verdade. Para isso estou cá eu. Há bastantes mais cérebros a fugir. Só que deixam os corpos para trás, por aí, a olhar para ecrãs, a levitar. São cérebros comuns, que cumprem, mas que se decepcionaram com os seus donos. Foram em busca de vida melhor. O pior é os donos não se aper

Café RITZ, avenida Afonso Henriques, Coimbra: escreveu José Abranches

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Pelo Café Ritz, na avenida D Afonso Henriques, em Coimbra, passaram desde 1959-60 sucessivas gerações de clientes. Clientes muito jovens, oriundos de todo o País, primeiro e, também do estrangeiro, depois, chegados a Coimbra para na cidade frequentarem a Universidade e nela prepararem o futuro das suas vidas. E estas sucessivas gerações de clientes, misturaram-se, ao longo destes anos com a população “autóctone“ da cidade, tornando-se, muitos e muitos deles também, residentes, ao adoptarem a cidade que os foi, entretanto, adoptando... Por aqui passaram e formaram-se milhares de jovens que, no Ritz, nos últimos 60 anos influenciaram a Sociedade Portuguesa, e a marcaram com o seu exemplo na vida, na família e nas suas mais variadas profissões; chegados com 15 e 16 anos, tinham, desde logo, como adquirido, o estatuto do tratamento de senhor(a) Doutor(a)... E foi por aqui, também pelo Ritz, que gerações sucessivas de estudantes, planearam “as lutas académicas” e as crises académicas dos a

Animal lovers: não pode ser o "vale tudo"

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Imaginem que eu, mulher de meia idade, descabelada e macilenta após violento acordar em cima do meio-dia devido a nocturna maratona de cinema, e ainda antes de ter bebido o meu providencial café, envergando o meu coçado fato de treino de confinamento, e calçada com um par de sapatilhas sujas e descoladas, me fazia ao parque com a Luna usando uma trela de corda improvisada porque não encontrei a trela da Luna no meio da pan-balbúrdia caseira em que vivo, e a bicha não parava de ladrar urgência para ir fazer as suas necessidades, deixando-me sem alternativa. Imaginem ainda que a Luna coxeava. Imaginem que uma mulher saía do seu automóvel e me parava no caminho, e me perguntava se podia tirar uma foto, ao que eu rspondia que não com certo mau modo. Mas que ela, nada ligando, já de telemóvel artilhado, disparava a matar antes que eu pudesse sequer sacar do meu, ao estilo do bom velho faroeste. Daí a pouco a minha imagem nesses vergonhosos preparos estava por aqui, pelo nosso Facebook, a s

Alimentos processados. Nem é carne nem é peixe

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Vi agora mais um anúncio. Coxinhas "Chicken style" e Croquetes "Beef style", lê-se nas embalagens. Torci logo o nariz ao inglês, eu sou torcida, já me conhecem. É para dar "estilo"? Sim, eu sei que o termo é empregue como "variedade". Sei inglês de viagem, ok? Mas gosto mais que comuniquem comigo na minha língua. Já perceberam do que se trata: é mais uma cena congelada, alternativa à proteína animal. Todas as crianças têm embirrações com certos pratos que aparecem na mesa, eu também tinha, mesmo se não havia grande folga para queixumes dessa ordem. A minha mãe limitava-se a dizer, mesmo sem levantar os olhos do seu prato: "Belinha, faz de conta que é bife." Eu era bem mandada, fazia de conta, mas a magia não acontecia: o peixe cozido era peixe cozido. Tinha peles prateadas e pretas, viscosas, e espinhas. Escorregava no azeite por entre batatinhas, que também não me cativavam especialmente. O peixe era meu inimigo. Eu já sabia e tomava

Februllage 2021: a febre da colagem em Fevereiro!

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Estou a participar num projecto chamado Februllage que decorre no Instagram. Não tenho conta no Instagram e não me apeteceu criar uma, mas não resisti a participar de forma marginal! Tenho partihado as colagens no Facebook. Faço-as semanalmente e publico ao sábado. Embora prefira fazer as colagens de forma tradicional neste momento era impossível participar dessa forma. É mais demorado e faço muito lixo. Nem sequer tenho ao meu dispor revistas e papéis significativos. Assim optei por fazer colagens digitais. São todas elaboradas com recurso as algumas ferramentas básicas do Photoshop. Para tornar o desafio exequível destinei 60 minutos diários à execução de cada uma com 15 minutos de tolerância. Utilizo fotografias dos sites Rawpixel e Pixabay.  No Facebook perguntaram-me como fazia, qual era o processo "mental". Isto é um exercício divertido e não um trabalho. Por isso eu agarro a primeira ideia que me ocorre ao pensar no tema e depois procuro fotografias para lhe dar corpo.

Anúncio de emprego

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O MS Somsen ( n.b., não é ele o recrutador) publicou um anúncio de recrutamento que me fez lembrar uma infeliz entrevista de há um par de anos. O meu Facebook não é público e o recrutador fez a sua pesquisa sobre mim antes da nossa reunião, assim como eu também tentei saber de quem se tratava. Na reunião ele apareceu acompanhado da sua advogada, à frente de quem decorreu a nossa conversa. Ora, parece que não podendo ver muito do meu Facebook se confundiu com outra Belinha, que, segundo ele me mostrou, no seu telemóvel, tinha cara de anormal, de deficiente, era um horror. Quando ele descobriu isso, já depois de termos trocado impressões por escrito, ficou muito preocupado pois não gostava de trabalhar com mulheres feias, nunca tinha gostado, e estava bem impressionado com os nossos contactos até ao momento. Disse-me o homem, à frente da sua advogada, que tinha optado por me conhecer mesmo sendo eu um trambolho não fosse eu pensar que tinha sido excluída da entrevista por não ser nada b