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Diz-me o que te irrita. Dir-te-ei quem és.

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  Diz-me o que te irrita. Dir-te-ei quem és. Olha, Jung, não me irrito facilmente, mas, admito, o convívio à mesa é um momento sensível. E tu, que me estás a ler e não sabes a razão pela qual não voltámos ao Chinês, não, não é porque não és inteligente. O princípio e o fim de uma qualquer coisa pode ter vindo numa garfada e partido na outra. Se pudesse adivinhar, teria sugerido um almoço volante mesmo que a ausência de mesa não resolvesse tudo. Mas quem vê caras, não vê irritações. Não sei, Jung, não sei em que é que estas irritações à mesa me ajudam a entender-me melhor. Mas até tu tens de concordar que comer com a boca aberta, oferecendo-nos o espectáculo de ver a comida a rodar como a roupa no óculo da máquina de lavar roupa não é bonito. Ou falar com a boca cheia, ou ousar ainda uma subtileza, a de arrumar a comida semi-mastigada não sei aonde, na bochecha ou debaixo da língua, dizer de sua justiça, e retomar a mastigação. Terminar levando o copo à boca com requinte. É como se a r

Comentário intempestivo

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  Preciso de óculos novos, está mais que visto. O oftalmologista avisou-me: “Então até daqui a 3 anos”. A minha língua dobrou uma asneira. Tinha pago uma fortuna. Só 3 anos? Em vez disso perguntei se não havia nada que eu pudesse fazer para adiar o meu regresso ao consultório. A resposta científica, traduzida em miúdos resumia-se a um, não, és velha, aguenta-te. Desde há um tempo que ando a esticar o prazo dessa visita: o diabo das lentes progressivas têm um preço absurdamente progressivo e se foi um tormento habituar-me a elas, agora não saberei viver sem elas. Tenho de as substituir por idênticas. Menos que isso será um de cavalo para burro doloroso. Mas isto está no limite. Mais umas luas e para bem decifrar os rótulos no supermercado já só lá vou de lupa, à Sherlock Holmes. Tenho vindo a adaptar-me a uma vida de Magoo. Não é assim tão mau depois de praticar à força. Agora tomei também a decisão de evitar comentar mais cenas no telemóvel ou corro o risco de passar vergonhas. Uma gaj

A química da felicidade

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Kookee kookee! This song should be on Spotify!

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Kookee Kookee CHORUS: Kookee kookee, Kookee kookee Kookoo krrr kookook, kookoo krrr kookook VERSE 1: There was a cockatiel-o who sang kookee kookee The doctor told me that it’s not a normal melody The song had a supernatural ability To cure any sadness for you and me PRE-CHORUS: Oh Baby why don’t we go down to the cockatiel-o A song that only we know can make us feel alright Oh baby why don’t we show everybody how we go To the cockatiel-o, it makes us feel alright VERSE 2: Everybody’s singing the keekoo kee Restoring our faith in humanity I once was blind, but now I see We all depend on a keekoo keekoo kee!

A Primavera de Botticelli

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  Criaturas viciadas em imagens geradas por AI, eu vos convoco! Hoje é dia de transformação. Desafio-vos a experimentar algo novo, uma imagem inteiramente criada pela mão do incrível Botticelli. Tomem lá poesia em forma de alegoria! E que ninguém ouse denunciar-me ao Facebook por estar promover a violência de Zéfiro, o ser azulado de Avatar, sobre a ninfa, Clóris, a figura com despudoradas vestes transparentes, à vossa direita. Tamanha violência deu-lhe a volta ao estômago, me dirão, a pobre até vomita flores! Se até os passarinhos fugiram, como te atreves, Belinha, a publicar isto?! Gente, o ser azulado é Zéfiros, o deus do vento Oeste, o mensageiro da Primavera, inicialmente violento, sim, mas depois por amor convertido à bondade. Na pintura, a ninfa com as flores na boca transforma-se na Flora, a que espalha flores pelo mundo. Zéfiros, depois de se apaixonar por Flora transforma-se na brisa suave da Primavera e renuncia à destruição para poupar as flores. Agora, inspirem e procurem,

Um segredo, poema de Fernando Namora

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Um Segredo Meu pai tinha sandálias de vento só agora o sei. Tinha sandálias de vento e isto nem sequer é uma maneira de dizer andava por longe os olhos fugidos a expressão em [nenhures com as miraculosas instantaneidades que nos fazem [estar em todos os sítios. Andava por longe meu pai sonhando errando vadiando mas toda a sua ausência era o malogro de o ser só agora o sei. Andava por longe ou sentíamo-lo longe vem dar no mesmo e no entanto víamo-lo sempre ali plantado de imobilidade absorta no cepo de carvalho raiado de negro a que o caruncho comera o miolo como as lagartas esvaziam as maçãs estranhamente quieto murcho resignado no seu estranho vadiar os olhos aguados numa tristeza que hoje me dói como um apelo perdido uma coragem abortada. Ausência era tão de mágoa urdida tão de fracasso [tingida ausência era altiva e desolada altiva e triste sobretudo triste tristeza sim tristeza solene e irremediada só agora o sei. Às vezes parecia-me uma águia que atravessa os ares sulco azul que n

Oscars 2023 - Tudo, em toda a parte, ao mesmo tempo, dos Daniels, é o meu favorito.

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Os Oscars 2023 saem do segredo esta noite e espero que o filme que ganhou tudo, em toda a parte, ao mesmo tempo, ou quase, obtenha os Oscars que merece. Alérgicos ao humor absurdo, bem sei que os olhos de plástico na testa, o bagel, os dedos de salsicha, os dildos, o kung-fu e outros delírios, podem ser dissuasivos. Mas, pasme-se, tem tudo sentido neste multiverso da loucura e isso é incrível. É muita energia criativa, e, apesar do disparate aparente, há muita emoção sincera nesta história. Há um livro de um escritor figueirense que se chama Elói ou romance numa cabeça. Este filme também se podia chamar assim, Evelyn, ou Multiverso numa cabeça. A cabeça é a da mãe Evelyn, uma heroína cinquentona que faz inveja à Marvel. Aqui a heroína super não usa capa nem cruza os céus. Ela é uma mulher que falhou vezes sem conta, cuja vida está um caos. Mas um dia alguém a convence de que podia fazer a diferença e salvar o mundo, assim se salvando a si mesma. Várias Evelyn são interpretadas em vário

Edmundo Inácio é uma festa!

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  A Festa

O que a mulher precisava aprender em 1906 para valer alguma coisinha!

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Diario do Natal : Orgam do Partido Republicano (RN) - 1906 a 1909 (Brasil)

Ice Merchants, de João Gonzalez, é uma joia do cinema português

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São os primeiros 14 minutos de cinema de animação português nomeados para um Oscar. Não é por mais uma nomeação, é pelo percurso que este filme tem feito que podemos dizer que é uma joia do cinema português. Vasco Granja teria ficado orgulhoso. Nomeada para a categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação nos Óscares, "Ice Merchants", ou Os mercadores do gelo, onde estava entre 15 finalistas, num total de 81 candidaturas, enche de orgulhos todos os que gostam de cinema, e, em especial, os que apreciam cinema de animação, neste último grupo me incluo. João Gonzalez, actualmente com 27 anos, iniciou este projecto quando ainda estava a estudar na Royal College of Art, em Londres: O pequeno filme iniciou o seu percurso de sucesso na Semana da Crítica de Cannes, em Maio passado, de onde saiu com um prémio. Depois disso foi nomeado para os prémios do Cinema Europeu na categoria de melhor curta de animação. Quando voltei a ler sobre o assunto já tinha obtido 32 outros prémios e menç

Autopsicografia do professor português

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Opinião | 28.01.2023 Autopsicografia do professor português O cansaço que nasce disto tudo não é metafísico nem poético, é um sintoma de exaustão que empurra os professores para um espaço fora de si mesmos. Os professores portugueses mereciam outro país. Se quisermos compreender o estado de alma de um professor português de hoje, se alguém quiser analisar a sua autopsicografia, comece por ler o poema O que há em mim é sobretudo cansaço, de Álvaro de Campos, e encontrará aí o melhor retrato psicológico do professor português de hoje. “Um supremíssimo cansaço”, num dos versos do poema, é aquilo que sentem os professores que nas últimas décadas se têm adaptado a todas as modificações que lhes impuseram na sua vida profissional. Agora rebentaram as águas do desespero, da exaustão de quem não aguenta mais as vicissitudes da sua profissão. O professor português cumpriu tudo o que lhe pediram nas últimas décadas, a cada mudança curricular, a cada mudança do sistema de avaliação, a cada mudanç

Hoje é dia de Festa.

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Madonna e a Celebration Tour passam por Lisboa

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11/08/2022 Madonna no The Tonight Show, print screen Em 2008 a Madonna mostrou o que valia com a enérgica Sticky and Sweet Tour. A 8ª digressão da sua carreira é apontada como a 11ª mais lucrativa de sempre. Foram 85 espectáculos. Em apenas 4 dias foram vendidos 65 mil bilhetes a 60 euros cada, para o concerto em Portugal, que teve lugar no Parque da Bela Vista. 75.000 pessoas estiveram presentes. A Madonna tinha 50 anos e com essa idade já muitos lhe chamavam demasiado velha para ser Madonna. Hoje tem 65 e os bilhetes para a Celebration Tour , a 12ª da sua carreira, acabam de ser postos à venda. A tour começa no Canadá, em Julho, dá umas voltas pelos EUA e depois continua na Europa, onde termina, no Outono. Ao todo serão 35 espectáculos onde ela se propõe revisitar o percurso artístico de 40 anos e homenagear a cidade de Nova Iorque onde começou a sua aventura. Em Lisboa, a festa está marcada para o dia 6 de Novembro. Os fãs estão eufóricos, os hatters , afiados.   Tal como aconteceu

Manifestação de Professores, em Lisboa, pela Escola Pública

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Rabanadas no forno com calda de vinho do Porto

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Corte um cacete de pão (250 gr.) em fatias oblíquas da grossura do dedo indicador, mais ou menos isso, descarte as extremidades. Coloque-as num tabuleiro. Estas fatias irão ser regadas com leite. Escolha um outro tabuleiro para levar as fatias ao forno e forre-o com papel untado com manteiga. Num tachinho coloque 500 ml de leite, 50 g de açúcar, 2 paus de canela e 2 cascas de limão. Misture tudo. Vá mexendo de vez em quando. Quando ferver apague o lume e reserve. Pode preparar a calda enquanto o leite arrefece um pouco. Noutro tachinho coloque 200 ml de água, 100 ml de vinho do Porto, 100 g de açúcar, 2 cascas de limão, 1 pau de canela. Misture tudo e leve ao lume. Aguarde que ferva, vá mexendo, depois baixe o lume e deixe apurar por cinco minutos. Apague o lume e está pronta. Numa taça bata 4 ovos. As fatias irão ser passadas por estes ovos. Retire as cascas e o pau de canela do leite e deite metade do mesmo sobre as fatias com a ajuda de uma colher. Vire as fatias e deite sobre elas

O NATAL é um teste de escolha múltipla

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O Natal é uma espécie de teste de escolha múltipla que todos os anos nos convida a encontrar a resposta mais correcta para fazer a festa do nascimento do Cristo. Talvez os verdadeiros crentes sejam os que mais se esforçam por merecer a nota máxima nesta prova. Uma vasta maioria faz certas escolhas menos certas mas ainda não completamente erradas, um resultado menos virtuoso mas ainda positivo. Acredito que não haja uma única via para viver a mensagem do Natal. Acredito na liberdade e na criatividade de cada um para encontrar uma forma de tornar estes dias singulares, de lhes dar sentido. Essa tal singularidade pode, pois, estar num presente, num pensamento, numa ideia, numa atitude, num encontro, num abraço. Mas, também, porque não, numa árvore luminosa. Não faltam, ainda, os que deixam o teste em branco. São os que optam por ignorar os dias festivos de uma maneira introspectiva e tranquila, com razões justificadas. Estão no oposto daquele coro de vozes habituais que gosta de proclamar

Um obrigada à HSECRET - Loja da Prata, no Foz Plaza, Figueira da Foz

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  Na Páscoa passei nesta loja, que fica no Foz Plaza, na Figueira da Foz. Pretendia comprar um presente para oferecer ao meu sobrinho, dei uma vista de olhos pelas montras e vi algo que me pareceu adequado. E não me enganei pois o meu presente foi do agrado dele e dos amigos e amigas, já se sabe que nas idades juvenis a opinião dos pares tem sempre muito peso. Não vou aqui detalhar nem o que comprei nem o que sucedeu, mas após a compra acabei por enviar um email para a loja, em Maio, relatando que se soubesse que tal percalço iria suceder, não teria comprado a tal peça. Nesse momento em que escrevi à HSECRET nem sequer pensava em obter qualquer tipo de reparação ou em trocar a peça. Não me parecia que se pudesse reparar embora o meu sobrinho não pudesse usar a peça assim. Por outro lado, ele gostava dela e também não a queria trocar por outra. Quando escrevi para a HSECRET foi apenas para manifestar a minha insatisfação perante o sucedido, estávamos conformados, não pretendia  fazer s

Quem é o melhor jogador de futebol do mundo?

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Quem é o melhor jogador de futebol do mundo? Não sei. O que sei eu de futebol? Vi bastantes jogos do Futebol Clube do Porto, algumas partidas da nossa Selecção. Tal como também assisti a muitas corridas de Fórmula 1, muitas partidas de ténis. Vi provas de equitação, estas, cheguei a vê-las ao vivo. Pensando nisso, constato que assistir a manifestações desportivas nunca foi o meu forte. Assisti ainda a alguns jogos de basquetebol porque o Ginásio, equipa da Figueira, era bastante competitiva quando os meus pais se mudaram para esta cidade. Imagino que deva ter sido coagida por alguém e não por iniciativa minha. Vi horas sem fim de patinagem artística na televisão, ainda hoje  revejo grandes exibições no Youtube com frequência. Vi muitas horas de provas de ginástica dos Jogos Olímpicos, torci pelos nossos atletas corredores num tempo em que a sua presença ali não era tão comum como o é hoje. Nunca entendi o fascínio da minha mãe pelo ciclismo e sempre achei que o meu pai não podia ser m

Critics Choice Awards: Everything EVerywher All at once lidera com 14 nomeações

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  Best Picture   “Avatar: The Way of Water” (20th Century Studios) “Babylon” (Paramount Pictures) “The Banshees of Inisherin” (Searchlight Pictures) “Elvis” (Warner Bros.) “Everything Everywhere All at Once” (A24) “The Fabelmans” (Universal Pictures) “Glass Onion: A Knives Out Mystery” (Netflix) “RRR” (Variance Films) “Tár” (Focus Features) “Top Gun: Maverick” (Paramount Pictures) “Women Talking” (MGM/United Artists Releasing) Best Actor   Austin Butler – “Elvis” (Warner Bros.) Tom Cruise – “Top Gun: Maverick” (Paramount Pictures) Colin Farrell – “The Banshees of Inisherin” (Searchlight Pictures) Brendan Fraser – “The Whale” (A24) Paul Mescal – “Aftersun” (A24) Bill Nighy – “Living” (Sony Pictures Classics) Best Actress   Cate Blanchett – “Tár” (Focus Features) Viola Davis – “The Woman King” (Sony Pictures) Danielle Deadwyler – “Till” (Orion/United Artists Releasing) Margot Robbie – “Babylon” (Paramount Pictures) Michelle Williams – “The Fabelmans” (Universal Pictures) Michelle Yeoh –