LÍNGUA PORTUGUESA Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga impura A bruta mina entre os cascalhos vela... Amo-te assim, desconhecida e obscura, Tuba de alto clangor, lira singela, Que tens o trom e o silvo da procela E o arrolo da saudade e da ternura! Amo o teu viço agreste e o teu aroma De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma, Em que da voz materna ouvi: "meu filho!" E em que Camões chorou, no exílio amargo, O gênio sem ventura e o amor sem brilho Olavo Bilac Soneto ao estilo parnasiano, de Olavo Bilac, jornalista, poeta, inspector de ensino. Olavo nasceu no Rio de Janeiro, em 16 de Dezembro de 1865, e faleceu, na mesma cidade, em 28 de Dezembro de 1918. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Continue a ler a sua biografia, aqui . A expressão " Última flor do Lácio, inculta e bela" significa que a língua portuguesa foi a última língua neolatina formada a...