O nosso Camões glorioso não morreu: é imortal


Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos;
E para mais me espantar
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.

Luís de Camões

Camões, a pena numa mão, a espada na outra. Assim foi perpetuado em bronze, numa praça de Lisboa, em obra do escultor Victor Bastos. É o mais prestigiado poeta da língua portuguesa, um dos maiores do Ocidente. Cada português contará a história da vida de Camões à sua maneira. Tudo é possível porque dele se sabe muito pouco sendo permitidas todas as liberdades poéticas. Com alguma segurança se pode afirmar que nasceu acarinhado e que morreu na segunda metade do século XVI, contando sessenta e poucos anos de vida, possivelmente num quarto escuro e pobre, segundo autores vitimado pelo surto da "Peste grande de Lisboa", assim chamado por terem chegado a morrer 500 pessoas por dia na capital. Diz a lenda que só não morreu de fome por ter sido mantido pelas esmolas que um criado fiel amealhava às escondidas. 

Já se passaram 442 anos desde o seu desaparecimento, que aconteceu talvez a 10 de Junho de 1579, e nunca se escreveu tanto sobre Camões, sobre quem há mais suposições do que certezas. Por isso é talvez mais certa a redacção  de meia dúzia de linhas que sobre ele escrevi na escola, a alternar Luis com Luiz, que esta minha aventura escrita pela sua vida. Quase se podia dizer que a única certeza que temos é que Camões afinal não morreu pois que por obras valerosas da lei da morte se libertou. Homem de muitas facetas, ofereceu a Portugal, a nós e ao mundo, o que de melhor soube fazer. Inteligente e sensível, destemido e aventureiro, o príncipe dos poetas talvez tenha partido cheio de mágoas, ele que foi um dos bons a quem a vida guardou mais tormentos do que contentamentos. 

A  maioria de nós aprendeu sobre a vida de Camões na escola, uma mistura de factos e lendas. Faltam provas, registos ou testemunhos acerca da maior parte dela. Camões é a personificação do génio fadado à desventura, o homem perseguidopelo infortúnio. A ele dedicou Bocage estes versos, que fazem parte de um soneto: Lubíbrio, como tu, da sorte dura,/ Meu fim demando ao Céu, pela certeza/ De que só terei paz na sepultura:/Modelo meu tu és... Mas, ó tristeza!.../Se te imito nos transes da ventura,/ Não te imito nos dons da natureza./ Além da sua obra lírica, épica e dramática, também parece ter legado aos portugueses uma herança de certa forma trágica sobre o que significa viver. 

O poeta, que tanto pode ter nascido em Lisboa ou Coimbra no seio de uma família nobre, é um mistério sob muitos aspectos, mas a sua alma permeia a nossa identidade nacional de forma simbólica e o seu contributo para a consolidação da língua portuguesa tornou-se mais inequívoco com a passagem do tempo. Desbravava novos versos como os nossos marinheiros os mares. E tal como os navegadores de então, Camões foi um grande viajante, conheceu outra gente e culturas, e como os grandes Humanistas, foi um estudioso, decerto reunindo avidamente saber e experiência, de que se tornou rico, que culminaram na produção de uma obra excepcional. 

Além da frequência do Colégio de Stª Cruz, em Coimbra, para onde a família se muda por causa da peste em Lisboa, pode ter estudado Teologia, Literatura,  Filosofia mas o seu nome não consta nos registos daquela Universidade. O tio que era sacerdote e chanceler da Universidade, deve ter agido como seu mentor, quem sabe logo notando a sua vocação para as letras. A sua obra evidencia um saber erudito e diversificado, das letras e das ciências, além da tradição literária da Antiguidade, conhecimento da língua latina, etc.  De Coimbra levou bagagem cultural que, na ausência de dinheiro, apesar de fidalgo, lhe deve ter facilitado o acesso ao convívio palaciano, em Lisboa, onde, apreciado pela sua arte poética, talvez tenha pago cedo pela audácia da sua escrita talentosa e independendente, mas também satírica e mordaz. Hábil conversador, bem humorado, espirituoso, um conquistador nato, cedo também se deve ter tornado alvo de invejas e intrigas, próprias da corte. 

A lenda e a realidade misturam-se quando se fala dos grandes amores vividos por Camões, diversos e de toda a qualidade: nobres e plebeus, carnais e platónicos, que o faziam perder-se e lhe valeram desterros, que lhe inspiraram a lírica, quer celebratória quer sofrida do Amor, em modos tradicionais, em redondilhas, e outros formatos, e clássicos, de que os magníficos sonetos, que permanecem uma inspiração até hoje, são o melhor exemplo. 

Galante na corte, boémio na cidade, talvez bastante hábil com as armas, camarada, corajoso e briguento, num tempo em que pelas tavernas e pelos cais de Lisboa fervilhava gente de toda a espécie, não devem ter faltado episódios apaixonados e truculentos a preencherem os seus dias e noites de aventura: marujos, viajantes, arruaceiros, soldados, prostitutas, deve ter convivido com todos. 

Auto-exilado em Ceuta, talvez para curar uma ferida de um amor infeliz chamado Violante, ou Francisca ou Natércia, anagrama de Catarina, lutou em campanhas militares africanas contra os mouros e assim foi que perdeu um dos olhos, o direito, numa cruzada naval contra Marrocos. Podia ter sido recebido como um herói no regresso, mas parece que apenas conseguiu a alcunha de Trinca-Fortes ou de Diabo Zarolho. 

Feriu um funcionário da Cavalariça Real numa briga e foi preso, começando a escrever a sua obra épica, e depois perdoado. Depois o barbiruivo viajou para a Índia, na armada sob o comando de Fernão Álvares Cabral, para mais depressa ser perdoado e insatisfeito com a vida em Lisboa, perfazendo toda a difícil rota de Vasco da Gama. O poeta não tem medo de Adamastores nem de pegar em armas mas a arte da guerra contra os mouros naõ se compara à arte da pena. Em Goa, onde conviveu culturalmente com o médico Garcia de Orta e manteve relações amistosas com o historiador Diogo do Couto, toma parte na expedição do Vice-Rei D. Afonso de Noronha. Mais tarde, embarca na armada de D. Fernando de Meneses e chega ao Golfo Pérsico. 

De regresso a Goa volta a ser preso ou por dívidas ou por lhe ter sido atribuida a escrita de uma sátira anónima onde se criticava a corrupção e a imoralidade. As Ordenações Manuelinas proibiam a sátira. Libertado, parte para Macau para exercer um pequeno cargo administrativo. Macau era ainda um entreposto quase deserto pelo que essa ida até pode ter sido uma punição.  Diz a lenda que é numa gruta formada por penedos que escreve os Lusíadas, e que foi neste território que conheceu o jau (javanês) António, companheiro que esteve sempre com ele até à morte. E que quando abandona Macau, é interpelado por Dinamene, uma nativa que sempre o admirou de longe, e que embarca com o poeta, cativando a sua afeição. O navio em que viajam de regresso a Goa naufraga perto da costa do Camboja, junto à foz do rio Mekong. É aqui que se dá o célebre episódio do salvamento de Os Lusíadas, referido no Cântico X, estrofe 128.

Este receberá, plácido e brando,
No seu regaço os Cantos que molhados
Vêm do naufrágio triste e miserando,
Dos procelosos baxos escapados,
Das fomes, dos perigos grandes, quando
Será o injusto mando executado
Naquele cuja Lira sonorosa
Será mais afamada que ditosa.

Salvou os versos a custo mas perdeu Dinamene, a alma gentil que partiu repentinamente, desaparecida nas águas, cujo episódio também deixou cantado em verso.

Ah! minha Dinamene! Assim deixaste
Quem não deixara nunca de querer-te!
Ah! Ninfa minha, já não posso ver-te,
Tão asinha esta vida desprezaste!

Como já pera sempre te apartaste
De quem tão longe estava de perder-te?
Puderam estas ondas defender-te
Que não visses quem tanto magoaste?

Nem falar-te somente a dura Morte
Me deixou, que tão cedo o negro manto
Em teus olhos deitado consentiste!

Oh mar! oh céu! oh minha escura sorte!
Que pena sentirei que valha tanto,
Que inda tenha por pouco viver triste?

--

Quando de minhas mágoas a comprida
Maginação os olhos me adormece,
Em sonhos aquela alma me aparece
Que pera mim foi sonho nesta vida.

Lá numa saudade, onde estendida
A vista pelo campo desfalece,
Corro pera ela; e ela então parece
Que mais de mim se alonga, compelida.

Brado: - Não me fujais, sombra benina!
Ela, os olhos em mim c'um brando pejo,
Como quem diz que já não pode ser,

Torna a fugir-me; e eu gritando: - Dina...
Antes que diga: - mene, acordo, e vejo
Que nem um breve engano posso ter

Levado para Malaca e talvez preso por ilícitos, ou apenas em virtude de calúnias,  regressa depois a Goa, passa mais algum tempo preso, entrega-se à escrita, e depois de libertado ainda prossegue actividades militares sempre com coragem, bravura e lealdade à coroa.  O que os nossos faziam além-mar, mais do que reiventar o mundo era replicar os hábitos e costumes daqui tanto possível. Do seu quotidiano em Goa, do convívio com a corte dos Vice-Reis e de amigos distintos, além da escrita de poesia e sátiras, podem-se adivinhar talvez reuniões com diversos homens de letras, discussões culturais, palestras, e também outros encontros com homens de armas, talvez torneios amistosos, convívio com viajantes, a companhia de algumas mulheres e da música, como uma rotina provável, e quem sabe o travo do ópio...

Quando deixou Lisboa levava consigo um punhado de moedas no bolso, viveu provavelmente sempre com modéstia. Se ganhou muito, tudo perdeu, e acabou por regressar sem nada. Quem sabe não era até alguém que não inspirava muita confiança em virtude do seu carácter aventureiro e vivido, representado um risco mais do que um investimento proveitoso, assim mantendo na distância os mais influentes, os que podiam ser amigos-mecenas dos artistas: aristocracia e clero. Afinal, a arte e os artistas ainda hoje são olhados com suspeita. 

O nosso poeta genial passa 16 anos no Oriente. Terá vivido ao sabor do momento e da aventura, ora ganhando ora gastando. Mas a adversidade não o parece ter deprimido a ponto de largar a pena, pelo contrário, era dela que se servia como forma de exorcizar o pior que aportava à sua vida, era o seu amparo, portanto, e também moeda de troca. Em Goa, Luís de Camões convida cinco fidalgos que terão para lá viajado para um banquete de trovas. Nos pratos, em vez de comida, vão encontrar folhas com poemas manuscritos. Humor, evocação de romanos devassos, sátira, jogo social, numa redondilha curiosa servida à mesa: podem os versos alimentar o estômago além do espírito? Esta sua produção sempre me fascinou e na comemoração de um dos meus aniversários os meus convidados também encontraram nos pratos um livrinho repleto de poemas dos mais variados poetas, ideia que alguns até depois replicaram, o que me deixou bastante orgulhosa. A ideia, claro, não era minha, roubara-a de Camões...

que Luís de Camões fez, na Índia,
a certos fidalgos a quem convidara para cear

A primeira iguaria foi posta
a Casco de Ataíde. 
entre dous pratos,
e diria assim:

Se não quereis padecer
üa ou duas horas tristes,
sabeis que haveis de fazer?
Volveros por do venistes,
que aqui não há que comer.
E posto que aqui leiais
trovinha que vos enleia,
corrido não estejais;
porque por mais que corrai
não heis-de alcançar a ceia.


A segunda, a D. Franeisco d’Almeida:

Heliogábalo zombava
das pessoas convidadas,
e de sorte as enganava
que as iguarias que dava
vinham nos pratos pintadas.
Não temais tal travessura,
pois já não pode ser nova;
que a ceia está mui segura
de vos não vir em pintura,
mas há-de vir toda em trova.


A terecira, a Heitor da Silveira:

Ceia não a papareis;
contudo, porque não minta,
para beber achareis,
não Caparica, mas tinta,
e mil cousas que papeis.
E vós torceis o focinho,
com esta anfibologia?
Pois sabei que a Poesia
vos dá aqui tinta por vinho,
e papéis por iguaria.


A quarta foi posta a João Lopes Leitão,

a quem o Autor mandou um moto,
que vai adiante, sobre uma peça
de cacha, que este mandas ü a da Dama:
Porque os que vos convidaram
vosso estâmago não danem,
por justa causa ordenaram,
se trovas vos enganaram,
que trovas vos desenganem.
Vós tereis isto por tacha,
converter tudo em trovar;
pois se me virdes zombar,
não cuideis, Senhor, que é cacha,
que aqui não há cachar.


Finge que, responde João Lopes Leitão:

Pesar ora não de São!
Eu juro pelo Céu bento
se de comer me não dão,
que eu não sou camaleão
que me hei-de manter do vento.

Finge que responde o Autor:

Senhor, não vos agasteis,
porque Deus vos proverá;
e se mais saber quereis,
nas costas deste lereis
as iguarias que há.


Vira o papel, que dizia assi:

Tendes nem migalha assada,
cousa nenua de molho,
e nada feito em empada,
e vento de tigelada,
picar no dente em remalho.
De fumo tendes tassalhos,
aves da pena que sente
quem de fome anda doente;
bocejar de vinho e de alhos,
manjar em branco excelente.


A quinta e derradeira iguaria foi posta

a Francisco de Melo e dizia:
De um homem que teve o ceptro
da veia maravilhosa,
não foi cousa duvidosa
que se lhe tornava em metro
o que ia a dizer em prosa.
De mim vos quero apostar
que faça cousas mais novas
de quanto podeis cuidar:
esta ceia, que é manjar,
vos faça na boca em trovas.

De Goa vai para Moçambique onde fica a aguardar transporte para Lisboa, e é aí  que os amigos o vão encontrar na mais profunda miséria, a rever os Lusíadas, e o resgatam. Diogo de Couto diz que ali estava o grande poeta "comendo de amigos, que ainda lhe custearam o regresso a Lisboa." Ao regressar a Portugal na nau Stª Clara, a sua única riqueza são os versos que escreveu. A Lisboa que o acolhe é já muito diferente daquela que o viu partir e ele é também um homem mudado pela experiência e pela passagem do tempo. Já em Portugal é que termina a escrita dos Lusíadas que são publicados depois de passarem pela censura. D. Sebastião atribui-lhe uma pensão pelos serviços prestados à Coroa mas ela não é paga atempadamente e Camões vive nos campos de Santana em condições deploráveis. Acaba por adoecer com a maldita bactéria da peste e morre amargurado pelo desastre militar de Alcácer Quibir e eminente domínio espanhol, prenúncio da derrocada do seu amado reino. Parece que terá dito: "Ao menos morro com a Pátria".

Camões primeiro foi enterrado em campa rasa sem letreiro ou lápide alguma que mostrasse o lugar de sua sepultura, mas depois por iniciativa de Gonçalo Coutinho, fez-se uma campa na Igreja de Santa Ana.

"Aqui jaz Luís de Camões, príncipe dos poetas de seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente e assim morreu. Esta campa lhe mandou aqui pôr D. Gonçalo Coutinho, na qual não se enterrará pessoa alguma."

O terramoto de 1755 provocou danos tais na igreja que dispersou lápides e ossadas e por isso os despojos que se encontram hoje no túmulo do Mosteiro ds Jerónimos muito dificilmente serão do poeta. Em vez de lamentarmos o facto miserável, podemos sempre em alternativa pensar que Camões não esteja ali porque, de facto não tem de estar: ele nunca morreu. O nosso Camões glorioso é imortal.

O 10 de Junho, o Dia de Camões,  também foi escolhido para celebrar o Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas espalhadas pelo Mundo. 

Antes de concluir esta breve biografia sobre Camões, um aparte sobre um livro que descobri por mero acaso. De acordo com a sinopse, Camões tinha dois amores e o destino obrigou-o a escolher o maior: a sua obra ou a sua amada. Preferiu salvar a sua obra, que hoje nos deixa repletos de orgulho. Mas quando éramos adolescentes estouvados e o estudámos no Liceu, o episódio motivou algumas conversas desconcertantes, pois entendíamos que o casalinho devia era ter vivido o seu amor. Admito hoje, com vergonha, que não morríamos de amores pelos versos de Camões, estudados mais por obrigação do que por devoção. 

Ora, partindo deste episódio, o escritor Maicon Tenfen especula sobre o que teria acontecido se Camões tivesse escolhido antes salvar Dinamene e foi tão longe nesse exercício que até escreveu um romance histórico  intitulado DinameneNós apenas gozávamos com o Camões Zarolho, que enfraquecido pelo escorbuto, sem forças para salvar uma chinesinha minúscula das águas, teria preferido os versos que louvavam a sua amada Pátria. O que ele nunca soube foi  que Dinamene nadou até à costa e encontrou um novo amor. Teve uma filha a quem até chamou Luisa em homenagem ao primeiro amor que teve na vida. Nada como inventar um final feliz.

Vale a pena ler:

A vida de Luís Vaz de Camões no Dicionário Histórico

História dos bustos de Camões em Macau, aqui


Camões nas Paragens Orientais
, de Camilo Pessanha e Venceslau de Morais.

Um extra!

Circula há uns anos pela internet uma versão muito diferente e abreviada de Os Lusíadas. Trata-se de Os Canalhíadas, uma pérola atribuida a João Marcelino Cortesão, talvez escrita durante a crise fincanceira da Grécia...e uma prova de como continuam a ser uma fonte de inspiração para muitos.

I

As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo o que lhes dá na real gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se do quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!

II

E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!

III

Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.

IV

E vós, ninfas do Mondego onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!

Luiz Vais Sem Tostões

P.O.R.T.U.G.A.L. : País Onde Roubar, Tirar, Usurpar, Gamar e Aldrabar, é Legal!




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