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A mostrar mensagens de agosto, 2024
Não se é homem só por ter o cromossoma Y
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Já depois de ter dado por acabadas as minhas leituras, encontrei este texto, que foi publicado no Público em 2009: Não se é homem só por ter um cromossoma Y. Escrito por Teresa Firmino e Hugo Daniel Sousa, mais explicadinho e acessível do que isto ainda não vi. Se insisto é, entre outras razões, por desconhecer quase por completo estes assuntos, e considerar que, em parte, o conhecimento ajuda a minorar ódios, preconceitos, etc. Aqui fica, na íntegra. A atleta sul-africana Caster Semenya é mulher ou homem? O que define o sexo de uma pessoa? Só é mulher quem tem cromossomas XX? E ser XY significa ser homem? A resposta é que a realidade está longe de ser assim tão a preto e branco. Pode ser cinzenta, com muitos matizes, como os geneticistas bem sabem. Estas questões ganharam visibilidade depois de Semenya, de 18 anos, ter surpreendido todos ao ganhar a final dos 800 metros dos Mundiais de atletismo de Berlim, com o tempo de 1 minuto, 55 segundos e 45 centésimos, ficando ...
Atleta chinesa vence oponentes masculinos nos Jogos Olímpicos de Barcelona 1992
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Durante a cerimónia de medalhas, Zhang foi erguido no ar pelos medalhistas de prata e bronze. O momento precioso foi capturado pelo lendário atirador chinês XU Haifeng, que ganhou a primeira medalha de ouro olímpica para a República Popular da China em Los Angeles 1984. Sendo os homens geralmente capazes de vantagem física sobre as mulheres, daí a separação que habitualmente se faz nas modalidades desportivas entre o feminino e o masculino, um esquema para garantir a justeza de resultados. No caso dos exercícios aeróbicos, eles possuem um maior número de glóbulos vermelhos no sangue, responsáveis pelo transporte de oxigénio necessário para a respiração celular (processo de aquisição de energia pela célula). O homem também leva vantagem em actividades de força em virtude da produção maior de testosterona, que causa um aumento maior na musculatura. As mulheres apresentam uma maior flexibilidade, o que garante melhor execução de actividades que exigem movimentos precisos....
Tarte de abacate e lima - receita experimentar no fim de semana
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A menina avoada - Manoel de Barros
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A menina avoada Manoel de Barros Foi na fazenda de meu pai antigamente Eu teria dois anos; meu irmão, nove. Meu irmão pregava no caixote duas rodas de lata de goiabada. A gente ia viajar. As rodas ficavam cambaias debaixo do caixote: Uma olhava para a outra. Na hora de caminhar as rodas se abriam para o lado de fora. De forma que o carro se arrastava no chão. Eu ia pousada dentro do caixote com as perninhas encolhidas. Imitava estar viajando. Meu irmão puxava o caixote por uma corda de embira. Mas o carro era diz-que puxado por dois bois. Eu comandava os bois: - Puxa, Maravilha! - Avança, Redomão! Meu irmão falava que eu tomasse cuidado porque Redomão era coiceiro. As cigarras derretiam a tarde com seus cantos. Meu irmão desejava alcançar logo a cidade - Porque ele tinha uma namorada lá. A namorada do meu irmão dava febre no corpo dele. Isso ele contava. No caminho, antes, a gente precisava de atravessar um rio inventado. Na travessia o carro afundou e os bois morreram afogados. Eu não...
Porque é que chamo vítima a Imane Khalif
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No combate com a italiana Carini, que desistiu após 46 segundos. Pugilista não desistiu por considerar que estava a combater com homem, apenas por dores no nariz. Pediu desculpas por não ter apertado a sua mão no final, estava “zangada” porque a sua participação nos Jogos Olímpicos de Paris tinha chegado ao fim, mas nada tinha contra a colega.“Se o Comité Olímpico Internacional diz que ela pode lutar, eu respeito essa decisão. Toda esta controvérsia deixou-me triste e também tive pena da minha adversária." Após a segunda vitória, Khelif, que enfrentou dias de comentários odiosos e falsas acusações e questionamentos sobre seu género após sua primeira luta contra uma oponente italiana, desabou em lágrimas. Esta fotografia mostra Imane como Embaixadora da UNICEF na Argélia Fotografada com a família, veste de rosa. Cresceu em Ain Mesbah, uma aldeia rural onde tradicionalmente apenas meninos brincavam ao ar livre, e meninas raramente saíam de casa. Fi viver com os tios para poder fica...
Notas sobre atletas trans e intersexo, testes e polémicas nas competições desportivas de elite
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Foi perante a tailandesa Janjaem Suwannepheng, nas meias-finais da categoria dos -66 kg, que Imane Khelif se qualificou esta terça-feira para a final de pugilismo feminino nos Jogos Olímpicos de Paris. A pugilista argelina cujo direito a competir tem sido questionado acaba de vencer Suwannephenge e disputará o ouro na próxima sexta-feira. Desde que o seu combate com a atleta italiana tenho feito várias leituras para perceber esta realidade que desconhecia quase completamente embora me lembrasse muito vagamente do nome Semenya e de uma polémica desportiva associada. É um assunto que vem de longe e de grande complexidade. Este excerto é adaptado da Revista Brasileira de Ciências do Esporte . Na primeira edição dos Jogos Olímpicos em 1896, em Atenas, na Grécia, as mulheres não participaram, pois o Barão Pierre de Coubertin entendia que as mulheres não tinham capacidade física para tal. Desde os Jogos de Berlim em 1936, que suspeitas de "femin...
A história de Eric Moussambani nos Jogos Olímpicos de Sidney
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Eric Moussamban i Esta história tem sido amplamente divulgada. Faz-me sorrir. Partilho com idêntico propósito. Em alternativa, podem ver e ouvir o Eric no vídeo a fazer este relato e imagens da sua participação olímpica. “Eric, the Eel" se tornou-se uma espécie de herói olímpico quando nadou nas Olimpíadas de Sydney em 2000. Seu tempo de um minuto e 52,72 segundos nos 100 metros livres foi o pior da história olímpica. Na abertura dos 100 metros livres masculinos nos Jogos Olímpicos de Sydney em 2000, mas apenas um homem estava em seu bloco: Eric Moussambani, da Guiné Equatorial, um pequeno estado no oeste da África. Havia outros dois nadadores para competir – um do Níger e outro do Tajiquistão – mas ambos se precipitaram, mergulharam na piscina e foram desclassificados. A multidão aplaudiu, o tiro foi disparado e o jovem de 22 anos mergulhou. De repente ele estava sozinho. Durante os primeiros 50 metros, Moussambani aguentou mas depois disso tornou-se complicado. Pareceu até par...
Cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos: o Festim dos Deuses e a inocência da nudez
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A "Última Ceia" de Leonardo da Vinci, Milão. Algumas passagens da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos tiveram o condão de não agradar a alguns, ou mesmo de indignar muitos, em especial os cristãos mais conservadores e a extrema-direita. Esperava-se que a cerimónia fosse espelhar valores queridos dos franceses, a Igualdade, a Liberdade e a Fraternidade. Iria, no entanto, revelar-se demasiado ousada para alguns, ao ser tão grandiosa como extravagante, distanciando-se das anteriores, com cenas de recorte clássico mas também outras inclusões provocatórias que defraudaram os mais conservadores, assim, uma Maria Antonieta decapitada, que entoava uma canção que os militantes radicais sans-culottes cantaram :“Ah! Vai ficar tudo bem, vai ficar bem. Os aristocratas serão enforcados” . Também censurado um trio que se beija, inspirado no filme Jules et Jim, de Truffaut, a presença da Guarda Republicana, que apoiou Aya Nakamura, artista franco-maliana, uma das vozes mais ouvidas...