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A mostrar mensagens de dezembro, 2021

Feliz Ano Novo 2022

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Ano Novo De tudo, ficaram três coisas: A certeza de que estamos sempre começando... A certeza de que precisamos continuar... A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar... Portanto devemos: Fazer da interrupção um caminho novo... Da queda um passo de dança... Do medo, uma escada... Do sonho, uma ponte... Da procura, um encontro... Fernando Sabino, O encontro marcado  

Don't look up - todo o filme catástrofe começa com o Governo a ignorar um cientista

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  A cada vez que chamam “genial” a “Don’t look up”,  um cometa despenha-se sobre a minha cabeça. Gostem. Gostem muito. Mas...genial? Ó gente, não acham que estão a exagerar uma beca? Ainda ontem escrevia que sim, sim, que o filme reflete a realidade. Isso parece ter empolgado muitos. Mas que o espelho do meu WC também reflete a minha cara. O que tem isso assim de tão genial? E se eu posso ser absurda! Era uma ideia gira, era, saber o que aconteceu à raça humana que nem perante a eminência da extinção é capaz de se unir em torno da solução. Já a constatação de que perante o anúncio de um desastre nada se faz, nem o Governo, nem os media, nem quem podia agir, não será assim uma grande novidade, pois não? Olha o meme: “ Todo o filme catástrofe começa sempre com um cientista a ser ignorado pelo Governo.”. Esta realidade a gente conhece bem. Quando avisados sobre potenciais perigos, ainda que por “especialistas”, protela-se, empata-se, remedeia-se até a corda estar no pescoço. Entã...

A Árvore das Botas

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Por razões várias cheguei à antevéspera de Natal sem decorações natalícias em casa, e, como muitos de vós, com afazeres de última hora a acumularem-se. Uma mudança de planos levou-me à constatação de que seria meio triste receber familiares numa casa tão nua de decorações ainda que plena de espírito natalício. Vontade de ir à garagem catar caixotes e sacas em busca da árvore e decorações é que não havia. Nem vontade nem tempo. Então lembrei-me da árvore da Svetlana! Mas é claro! Fazia uma num instante.  Depois das livrarias e das casas que vendem materiais de pintura e papelaria, as lojas de materiais de artesanato e bricolage são as minha predilectas para deambular. Ao longo de anos de prospeção acumulei uma arca de materiais de artesanato que já davam para abrir e manter a funcionar um canal de "crafts" no Youtube por um ano. Tinha tudo o que era preciso. Num Dezembro qualquer de há muito tempo, fui com a Ana, uma colega de formação que então frequentava, a casa da Svetlana...

A fava - Um poema de Vasco Graça Moura

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Espero que me calhe aquela fava que é costume meter no bolo-rei: quer dizer que o comi, que o partilhei no natal com quem mais o partilhava numa ordem das coisas cuja lei de afectos e memória em nós se grava nalgum lugar da alma e que destrava tanta coisa sumida que, bem sei, pela sua presença cristaliza saudade e alegria em sons e brilhos, sabores, cores, luzes, estribilhos... e até por quem nos falta então se irisa na mais pobre semente a intensa dança de tempo adulto e tempo de criança. Desejo um FELIZ NATAL a todos os meus amigos e seguidores E mais algumas árvores de Natal! Decorações de Natal: E só mais esta: a árvore pós-Natal:

José Saramago: a minha técnica narrativa

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Todas as características da minha técnica narrativa actual (eu preferiria dizer: do meu estilo) provêm de um princípio básico segundo o qual todo o «dito» se destina a ser «ouvido». Quero com isto significar que é como narrador oral que me vejo quando escrevo e que as palavras são por mim escritas tanto para serem lidas como para serem ouvidas. Ora, o narrador oral não usa pontuação, fala como se estivesse a compor música e usa os mesmos elementos que o músico: sons e pausas, altos e baixos, uns, breves ou longas, outras. Certas tendências, que reconheço e confirmo (estruturas barrocas, oratória circular, simetria de elementos), suponho que me vêm de uma certa ideia de um discurso oral tomado como música. Pergunto-me mesmo se não haverá mais do que uma simples coincidência entre o carácter inorganizado e fragmentário do discurso falado de hoje e as expressões «mínimas» de certa música contemporânea... - José Saramago, in Cadernos de Lanzarote (1994) -

Cinema no Netflix: vi Mudo, o filme de Duncan Jones que mais vale esquecer

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Mais um filme para a minha colecção de grandes decepções. Trata-se de Mudo , realizado por Duncan Jones. Tudo acontece em Berlim, lá para o ano 2050. Justin Theroux, o  Kevin Garvey da série The Leftovers, está irreconhecível sob uma peruca loira muito pouco realista. Ele é Duck, um cirurgião americano especialista em próteses avançadas na sua clínica infantil aproveitando o espaço e a tecnologia para dar largas à sua fraqueza como pedófilo. Gosta da sua vida na Berlim do futuro, onde soldados americanos fugidos encontraram refúgio e são constantemente procurados. Paul Rudd, o divertido Homem Formiga, é Cactus, também cirurgião, e aparece aqui bem disfarçado sob farta bigodaça e cabelo desalinhado. Ao contrário do amigo, com quem partilhou experiências de guerra em Cabul, ele detesta Berlim e não vê a hora de deitar mão aos documentos que lhe dão uma nova identidade, para assim poder regressar aos EUA com a filha. Na cave da sua moradia ele atende aos pedidos de Maksim, dono ...

Dezembro chegou

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