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A mostrar mensagens de julho, 2019

Parem de tornar famosas as pessoas estúpidas

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Vou só deixar isto aqui. Ok? Stop making stupid people famous, sign, Shoreditch, London, UK.    Cory Doctorow

Poesia: Viver sempre também cansa, de José Gomes Ferreira

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Manuscrito do poema "Viver sempre também cansa", por José Gomes Ferreira Viver sempre também cansa! O sol é sempre o mesmo e o céu azul ora é azul, nitidamente azul, ora é cinza, negro, quase verde... Mas nunca tem a cor inesperada. O Mundo não se modifica. As árvores dão flores, folhas, frutos e pássaros como máquinas verdes. As paisagens também não se transformam. Não cai neve vermelha, não há flores que voem, a lua não tem olhos e ninguém vai pintar olhos à lua. Tudo é igual, mecânico e exacto. Ainda por cima os homens são os homens. Soluçam, bebem, riem e digerem sem imaginação. E há bairros miseráveis, sempre os mesmos, discursos de Mussolini, guerras, orgulhos em transe, automóveis de corrida... E obrigam-me a viver até à Morte! Pois não era mais humano morrer por um bocadinho, de vez em quando, e recomeçar depois, achando tudo mais novo? Ah! se eu pudesse suicidar-me por seis meses, morrer em cima dum divã com a cabeça sobr

Team Strada e Hugo Strada na mira do Ministério Público

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Cartaz da Team Strada 100K Tour no Instagram da TeamStrada Anda aí uma polémica podre sobre um tal Hugo Strada , uma tal Team Strada , um beijo na boca na SIC Radical e mais não sei o quê. Estava a zeros. Fiz umas buscas rápidas e a informação é bombástica.  Vale a pena ler. Não é novidade que o mundo de grande parte dos nossos adolescentes começa e acaba dentro das quatro linhas do telemóvel.  Mas que mundo é esse? É o mundo dos criadores de conteúdo, dos Youtubers , dos Canais, do Insta, do Whatsapp, dos Influencers,  das marcas, do ver quem soma mais Likes porque isso agora se não é dinheiro, é quase a mesma coisa, é fama, é disto que se trata: alcançar fama. Fama e dinheiro. O tal "conteúdo de entretenimento" é, na maior parte, sem grande substância - partidas idiotas, desafios, actividades radicais, canções, danças e vídeos de " clickbait"  - o que não significa que não se torne viral. Ser "Youtuber" ou "Influencer" nem sempre é sin

Cinema Sueco: Na fronteira, um filme de Ali Abbasi

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Tina: " As a child, I thought I was special. I had all these ideas about myself, but when I grew up, and I realized I was just a human being. An ugly, strange human with a chromosome flaw." Vore: "Humans are parasites that use everything on earth for their own amusement. Even their own offspring. The entire human race is a disease, I'm telling you." Cabeleiras, dentaduras e maquilhagem: EffektStudion AB. Ontem vi um curioso filme de um realizador iraniano, Ali Abbasi: Na fronteira , ou Gräns, na língua sueca. É baseado num conto de John Ajvide Lindquist , que se tornou conhecido por Let the right one in , também adaptado ao cinema , com muito êxito. O filme de Abbasi recebeu uma nomeação na categoria de Maquilhagem e cabelo, nos Oscars de 2019, a par de Mary Queen of Scotts e Vice : Vice levou a estatueta.   Na fronteira é um filme  sobre uma mulher, Tina, funcionária dos serviços fronteiriços suecos, que tem uma habilidade particular: el

Carlos Relvas, pioneiro português da fotografia

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Banhistas na praia da Figueira da Foz, c.1880-1890  Foto: Carlos Relvas / Casa Estúdio Carlos Relvas O Fernando Curado partilhou esta curiosa fotografia no Facebook, banhistas na praia da Figueira da Foz, o que me deu o mote para escrever algumas linhas sobre o seu extraordinário autor: Carlos Relvas . Ainda desconhecido para muitos, Carlos Relvas, um ribatejano, nascido em 1838, foi um pioneiro da fotografia portuguesa e uma figura singular, que acumulou até lendas a seu respeito, a par de numerosos elogios  pelas suas experiências no âmbito da fotografia e medalhas nos certames onde participou. Nasceu no seio de família abastada e por isso pode instruir-se e viajar pela Europa para se inteirar das novas técnicas e arte da fotografia. Tanto fotografou os desconhecidos de Portugal como as personalidades mais importantes da sua época, incluindo a realeza. Os mais ricos e os mais remediados, os mendigos, todos foram foco do seu interesse, sendo retratados com idêntica dignidad

Google Translator: Lost in translation!

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Filme Lost in translation O que pode acontecer quando se usa o tradutor automático do Google para conseguir ler chinês ou japonês ou coreano ou qualquer língua que seja mais desenhada do que escrita? Isto: Ora, isto está mesmo a pedir um " kaomogi ". " Emoji " é uma palavra derivada da junção dos seguintes termos em japonês: e + moji. Um "kaomogi" é um emogi japonês. O "shruggie"  ¯\_(ツ)_/¯ parece ter sido o "kaomogi" que começou tudo. Agora são uma multidão. Por exemplo:  (´;︵;`) (ᵕ≀ ̠ᵕ ) ( ͡~ ͜ʖ ͡~) (⊙_☉) ヽ(`○´)/ ᕙ( ︡’︡益’︠)ง ᶘ ͡°ᴥ͡°ᶅ ʕ•ᴥ•ʔ

Comprei uma Ficus microcarpa. E agora?

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O frigorífico estava vazio e tive de ir ao supermercado abastecer-me de víveres. Já tinha o carrinho cheio e encaminhava-me para a caixa quando vi uma banca com plantas em potinhos sui generis que me chamou a atenção. Peguei numa delas e tentei perceber pelo rótulo no fundo de que planta se tratava. Não consegui pois as letras são tão minúsculas que só com uma lupa! Depois de a observar melhor achei-lhe tanta graça que resolvi trazê-la comigo para casa mesmo tratando-se de uma incógnita. Acabo de descobrir que se trata de uma  Ficus Microcarpa  . Dados meus exíguos conhecimentos em botânica e jardinagem, pelas leituras breves que acabo de fazer, parece-me ter sido uma escolha bem feita. Dizem que é resistente e ideal para começar na arte do bonsai.  Para já parece-me evidente que tenho de voltar às compras: preciso de um vaso rectangular e com prato, e substrato para bonsai: tenho de mudar a planta desta "lata de sopa de tomate" para uma casa maior.  Nunca tinha pensado e

História de seis palavras: escreva a sua!

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  The Six Word  Project Conta-se que Ernest Hemingway, seguro das suas capacidades,  desafiou os amigos com quem estava num restaurante a pagarem-lhe 10 dólares se ele escrevesse uma história em apenas seis palavras. O grupo não achou provável e embarcou na aposta. Ele então escreveu-a num guardanapo e ainda lhes disse que era a melhor que tinha escrito até à data. Os amigos leram e nem hesitaram em dar o dinheiro da aposta ao escritor que deve assim ter comido e bebido à pala dos comparsas. A história que ele escreveu foi a seguinte:  "For sale: baby shoes, never worn."  Nunca apurei se isso aconteceu mesmo ou se é lenda. Sem dúvida que é uma boa história que sugere o que aconteceu e que deixa ao leitor o trabalho de imaginar os detalhes e com um final de truz. A pequena história desperta em nós uma profusão de emoções. O que nos conta a história? Que um casal esperava um bebé e comprou sapatos de bebé. Mas que o bebé não chegou a nascer, nunca os usou: os sapato

Tom Gauld - Leitura perfeita para as férias

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50º Aniversário da chegada do homem à Lua

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Vídeo    do Google narrado por Michael Collins "The Earth was the main show. The Earth was it." Vídeo   What Aldrin Saw: Original Film vs. Reconstruction O foguete Saturno 5 que transportou Collins, Buzz Aldrin e Neil Armstrong, foi lançado em 16 de Julho de 1969. A chegada da missão Apollo 11 à Lua aconteceu a 20 de Julho, quatro dias depois. Armstrong foi o primeiro a deixar o módulo, tornando-se o primeiro homem a pisar em solo lunar e a contactar com a sua poeira que tem o nome de regolito lunar. Originado pela erosão cósmica, é composto por basalto, feldspato e outros minerais procedentes do espaço exterior. Nas suas comunicações de rádio com o controle da missão na Terra nasceu a célebre frase " Um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade ". Aldrin, o segundo homem a pisar na Lua, reclamou em 2014 ter tirado a primeira selfie no espaço. Collins não chegou a pisar na Lua mantendo-se dentro do módulo de comando enquanto  mon

O Facebook está morto e o Instagram está a morrer?

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Tive uma conta no Instagram durante meio ano. Registei-me porque entrei num concurso de design gráfico de uma biblioteca australiana e era obrigatório fazer o upload dos trabalhos no Instagram. Relutantemente lá me juntei a mais uma rede social, embora não o desejasse. Passados meses a minha conta começou a ganhar inúmeros seguidores bem esquisitos, na sua maioria eram de origem Russa. Ao tentar eliminá-los eles multiplicavam-se. A evidência era que a conta tinha sido hackeada. Acabei por ser forçada a encerrar a conta e não voltei a criar outra.  De vez em quando recebo mensagens a relatar que alguém criou uma conta no Instagram com o email  que ali usei pelo que tenho sempre de corrigir esse dado para tentar salvaguardar o seu uso. Hoje abri a minha caixa de correio e aguardava-em uma novidade, um email, supostamente do suporte do Instagram/Facebook, onde são pedidos certos passos a alguém que solicitou ajuda, e que, mais uma vez,  usa o meu email ou eu não estaria a receber

Dizer palavrões faz bem, porra!

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O livro Dizer palavrões faz bem pode ser adquirido online na WOOK . No livro A cidade dos prodígios , de Eduardo Mendoza, havia um ministro que era muito livre e criativo no falar. No entender dos delegados que o consultavam, achando-o sempre ocupado, bem que podia não desperdiçar tempo precioso a dizer graças como «estar com as horas coladas ao cu» (por estar muito apertado de tempo), «andar com a pila de fora» (por estar assoberbado de trabalho), «andar a largar ou a cagar leites» (por ir a toda a velocidade), «São Foda-se calhou a uma segunda-feira» (com o que se convidava a ter paciência), «arriar as cuecas a peidos» (de sentido duvidoso), «Até à ceifa do pepino!» (quando se pretendia despedir.) Ora, se os delegados eram simpáticos e diziam que o ministro soltava "graças", já muitos de nós podem até achar que o emprego de tais expressões configura um carácter no mínimo deselegante. E se fosse uma ministra? Seria essa sua escolha de palavras considerada ainda mais de