Manuel Resende. O poeta que não desperdiçava a poesia com porcarias
Manuel Resende (1948-2020), o poeta que não desperdiçava a poesia com porcarias, como agora se leu nas notícias, nasceu no Porto e vivia em Lisboa, estudou Engenharia mas nunca foi engenheiro, não cursou grego mas era especialista na língua grega, o grego moderno. Por meia dúzia de anos foi jornalista no Jornal de Notícias e por 20, tradutor ao serviço da União Europeia. Além do gosto pelas palavras, tinha também o gosto pelos ideais políticos: foi como activista político que Louçã o relembrou enquanto autor das teses sobre situação política e económica discutidas no congresso de fundação da Liga Comunista Internacional, mais tarde PSR e depois Bloco de Esquerda. Para a sua editora, Cotovia, é um dos maiores poetas portugueses, quer escrevendo os seus quer traduzindo os versos de outros grandes poetas como Konstantínos Kaváfis ou Elytis. Traduziu também Shakespeare, Brecht, Kafka, Beckett, obras como "O Capital", de Karl Marx, e "A Caça ao Snark", de Lewis Car...