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A mostrar mensagens de novembro, 2019

Christmas is coming: Filmes para ver no Natal

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The man who invented Christmas Trailer A Cat  criou um Desafio mas eu já vou atrasada. Hoje é o dia de escrever sobre filmes de Natal . Por norma, no Natal, sempre procurei ver filmes de animação. Fazia parte, era uma espécie de ritual. Há alguns filmes populares sobre o Natal que eu nunca vi. Exemplo: Home alone ! Mas para esta lista escolhi filmes de todos os tipos, capazes de agradar na época que se aproxima mas que também podem ser vistos fora dela. Não os ordenei por critério algum.  O primeiro é uma ficção sobre Charles Dickens, o conhecido escritor inglês, que deu ao cinema bons argumentos de Natal. O filme revela como é que Dickens, em pleno bloqueio criativo e em crise financeira, criou as personagens de “Um conto de Natal”, inspirando-se em episódios da vida real à mistura com ficção. O filme não é sobre a magia do Natal, é sobre a magia do processo criativo, convidando-nos a entrar na mente e na vida de Dickens. Dan Stevens é magnifico de ver mas sou grande fã d

desafio de escrita dos pássaros #12: Aqueles pássaros não se calam!

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Fonte Na bagageira viajava uma televisão acabada de comprar na Black Friday. A casa da mãe fica no bairro dos pescadores. Raul, parado nos semáforos, foi assaltado por histórias antigas que ela contava. Ele era  filho do comandante Jota “Tubarão”, entregue não por uma cegonha mas por um albatroz. E a coruja que habitava a casa modesta e que caçava ratos melhor que um gato, enquanto ele dormia? Nunca a viu e não acreditava. Hoje, dia de aniversário, a mãe, vestida de negro desde que o mocho piara, sinal de número parnão no céu, assim antevendo a sentença do naufrágio, esperava-o acompanhada do gato que condizia com seu eterno destino. Tinham combinado uma sopa rica de peixe. A importância do jantar festivo acompanhado por uma garrafa de vinho foi disputada por um documentário sobre aves de rapina na nova TV. Raul bebeu para estancar a náusea dos abutres a limpar carcaças. Não tinha estômago para aquilo. A mãe parecia imune ao nojo. Alimentava um fascínio por rapaces. Tarde, à porta

Cinema da Islândia: Mulher em guerra, de Benedikt Erlingsson

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(Contém alguns spoilers) O tempo presente das sucessivas Greves Climáticas Globais lideradas por juventude parece o ideal  para acolher uma personagem como Halla, a heroína deste filme, de braços abertos.  Em  Mulher em Guerra , Benedikt Erlingsson aborda o tema da sustentabilidade com imaginação, simplicidade e humor "seco". Não restam dúvidas que para a "Mulher da Montanha", assim lhe chamam, é clara a necessidade de agir sob pena de desastre - o filme encerra na Ucrânia com um autocarro afogado em virtude de cheias - e com urgência. No decurso da sua guerrilha ambiental, ela ataca apenas estruturas, usa a pressão económica aliada à não violência, que lhe foi inspirada pelos heróis que admira e cujos posters estão na parede de casa: Mandela e Ghandi. Halla, uma mulher madura, enérgica, e muito empenhada na protecção da beleza natural da Islândia, é surpreendida a meio da sua jornada de luta por uma notícia que a perturba: a sua candidatura de há anos foi d

Desafio natalício: Christmas is coming!

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De hoje a um mês está aí a véspera de Natal. Encontrei esta ideia , "Christmas is coming", destinada a fazer com que a magia do Natal invada os nossos corações e a nossa blogosfera! A Cat diz que gosta do Natal exageradamente! Não é o meu caso, mas gostei deste seu repto para reflectir um pouco sobre o que penso e faço com o Natal. Não sei ainda se irei mesmo escrever sobre todas as propostas aqui listadas mas deixo a divulgação do desafio que não obriga ao cumprimento nem de datas, nem horas, nada.

Sexo, telemóveis e aspiradores

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Foi preciso um escândalo com sexo, assaltos e facas à mistura para eu descobrir a existência do rei dos aspiradores: o Rainbow . Depois de lerem isto, adivinharão que devo ser uma de duas coisas, ou as duas em acumulo: ou pobre ou muito porca. O Rainbow é um objecto limpador bem identificado, mas, possivelmente, apenas entre gente endinheirada. Comparada com ele, a Bimby é apenas uma parente pobre.Trata-se de um super-aspirador que utiliza um sistema exclusivo de filtragem à base de água que retém a sujidade e impede que esta se liberte para o exterior. O ar sujo aspirado entra no depósito da água, é centrifugado e purificado através do sistema de filtragem. O pólen, os ácaros e até algumas bactérias, são retidas no depósito, purificando o ar das casas dos ricos. Os pobres, coitados deles, que sufoquem lentamente nos pós que ficam poeticamente a dançar no ar, espirrem, cocem-se, danem-se das asmas. O Rainbow é muito mais que um verdadeiro Terminator dos ácaros. Tem quatro ac

Desafio de escrita dos pássaros #11: Sábado. Por Chernobyl

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Beijador (Helostoma temminckii) Bom dia. Permitam que me apresente: Chernobyl, peixe kinguio japonês. Ganhei o meu nome quando desenvolvi uma enorme bola na cabeça, um tumor. Até aí era simplesmente tratado por “Peixinho”. Hoje, com 13 anos, e 20 cm de comprimento, seria ridículo. Todavia, a única radioactividade a que fui exposto é a música clássica da Antena 2 que o namorado da mulher com quem partilho apartamento põe a tocar ao sábado, mal chega a casa. Nesse dia, a rotina altera-se radicalmente. A voz dele ecoa pelo ar e faz tremer as paredes de vidro do meu aquário. Um vero Parvarotti e um beijoqueiro. A primeira vez que o vi beijá-la pensei que ele a fosse matar. Na loja do shopping, há muito tempo, conheci um peixe-beijador. Guardava respeitosa distância, embora ele fosse agressivo apenas para com os da sua espécie. Afinal o homem é inofensivo, aquilo não era briga, antes preliminar do acasalamento. (Nunca os vi a procriar, nem quero.) À hora do almoço, ele é um mão

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Sobre Fatima, religião e basquetebol

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A Nike lançou o hijab desportivo em 2017 Não me surpreenderia que os Portugueses que aplaudiram a sobrevivência de Malala e o seu prémio Nobel pela Paz sejam os mesmos que querem agora mandar a Fatima para o Paquistão por ela querer tapar o corpo.  Apanhei com atraso a história da  Fatima Habib , jovem atleta de 13 anos, que vestiu uma camisola preta, de mangas largas, por baixo do equipamento oficial de basquetebol sendo impedida pela equipa de arbitragem de jogar, e muito bem, por não estar conforme os regulamentos desportivos, no solar Algarve. Fatima é paquistanesa, professa a religião muçulmana que, como sabemos, contém preceitos que exigem recato ao sexo feminino. Vive em Tavira há quase cinco anos com os seus pais, frequenta o 9º ano e está a poucos meses de conseguir a nacionalidade portuguesa. É descrita pelo seu treinador como a melhor jogadora da equipa. Mangas largas e compridas permitem esconder protecções, que dão vantagem, ou que podem magoar os opositores, p

José Mário Branco, 1942-2019.

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O álbum Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades , foi o primeiro álbum a solo de José Mário Branco. Gravado em 1971, em Paris, onde o cantor estava exilado devido à ditadura do Estado Novo, é uma obra fundamental da música nacional. Assisti a um único concerto de JMB, no CCB, em 1997 . O último CD a ser editado, Inéditos, saiu o ano passado. CCB, 1997 O homem está morto.  Aceito, sob protesto.  Mas a obra viverá, para continuar a inquietar muitos . Abertura (Gare d'Austerlitz) (José Mário Branco) Cantiga para Pedir Dois Tostões (Sérgio Godinho/José Mário Branco) Cantiga do Fogo e da Guerra (Sérgio Godinho/José Mário Branco) O Charlatão (Sérgio Godinho/José Mário Branco) Queixa das Almas Jovens Censuradas (Natália Correia/José Mário Branco) Nevoeiro (José Mário Branco) Mariazinha (José Mário Branco) Casa Comigo Marta (Sérgio Godinho/José Mário Branco) Perfilados de Medo (Alexandre O'Neill/José Mário Branco) Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades

Dos preparativos para o Natal

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Cinema da Dinamarca: A rainha de copas, de May el-Toukhy

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"Sometimes what happens and what must never happen are the same thing."  (Contém alguns spoilers) Quem não conhece aquela fala de Hamlet, alusão à corrupção, à traição, ao incesto, à vingança e mortes que ocorriam no reino:"Algo vai mal no reino da Dinamarca"?  Rainha de Copas , ou Dronningen, no original, simplesmente, A rainha, é um filme de May el-Toukhy, co-produção dinamarquesa e sueca. Quem anda por aí, quase em pé de guerra, a exigir mais mulheres a filmar, mais papéis femininos de relevo, encontrará neste filme a resposta às suas preces. Ou talvez não. Em tempos de #metoo que uma realizadora tenha tido a coragem de mostrar uma predadora sexual em acção pode não ser pacífico. Pode até ser entendido como uma traição. Algures no norte escandinavo, vai desenrolar-se um drama familiar, entre a Dinamarca e a Suécia. O filme começa mostrando-nos uma mulher que, vestida com um longo casaco de inspiração militar, atravessa uma floresta, regressando a c

Instagram: Andrew Rae - Phone Buddies

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 ANDREW RAE - Instagram

Maestro traz ópera ao cinema de animação

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Maestro - Vídeo Maestro é uma curta animação que tem por base a ópera “ Norma ”, do romântico Vicenzo Bellini. Estreada no dia 26 de Dezembro de 1831, no Teatro alla Scala, de Milão, repetiu-se por 38 vezes nessa época. A sua principal ária é “ Casta Diva ”. O tema central desta obra é um conflito entre o amor e o dever público, neste caso, as obrigações religiosas a que estavam vinculadas Norma e Adalgisa, sacerdotisas druidas. Composta por dois actos, tem libreto de Felice Romani, baseado na tragédia “Norma, ou o Infanticídio”, uma peça do francês Alexandre Soumet. Nesta animação, um esquilo maestro convoca os animais para um momento operático em plena floresta. Cantam o tema Guerra Guerra e mais adiante contarei mais sobre isso. A ópera tem 400 anos de história e faz parte da cultura europeia. A Europa pode-se orgulhar de a ter oferecido ao mundo. Surgiu em Florença. Um grupo de músicos italianos, humanistas da Renascença interessados em reviver a tragédia grega, que

Desafio dos pássaros #10: Já chegámos? Já chegámos?

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Fonte (Fuselo - Limosa Lapponica) “Já chegámos? Já chegámos?” O mundo unido numa redonda pergunta. 384.400 km. A raça humana embarcara, temerária, naquele Saturno esguio. A Águia aterraria em quatro dias, periclitante, no solo lunar. Alheia à História que se fazia naquela noite, eu viajava no berço dos meus sonhos enquanto na imaginação mundial acordava um universo de possibilidades. Na saleta, os meus pais controlavam o sono a poder de cafés e entusiasmados cigarros, ouvidos atentos à Emissora Nacional, olhos colados na TV a preto e branco. Aproximavam-se as quatro da manhã do dia 21 de Julho de 1969, era ainda a noite de 20 nos Estados Unidos, quando demos um pequeno passo no regolito lunar e nos lançamos no salto gigantesco que um dia, ainda longe, há-de resgatar a humanidade da sua extinção. Fomos em paz e em nome de todos. O mundo unido numa redonda conquista. Nunca fôramos tão grandes. O educador Charles Morton escreveu no séc. XVII um tratado sobre a migração das