Ora eu disse que regressaria na Primavera, estação própria da renovação dos ciclos. Agora que o momento chegou sou confrontada com o espaço em branco do meu blogue, com as palavras que se cruzam com tudo o que cruza a minha imaginação, e pergunto-me se quero mesmo despertar o blogue da letargia. Terei o que escrever?! Terei o tempo e a calma, ou antes a apatia, ou a raiva ou a alegria ou a paixão para isso? Terei assunto? Valerá a pena? O blogue, afinal o herdeiro da nossa velha amiga ou inimiga folha em branco. Dantes um olhar amigo e íntimo do outro lado da viagem das palavras, agora olhares mais ou menos anónimos, mais ou menos imprevisíveis, mais ou menos fugazes. Sempre oscilei entre estes dois pólos: escrever, mas afinal escrever o quê, para quê? Escrever, ah, sim, escrever, claro, algo tão imperioso como respirar, escrever, não importa o quê, escrever, escrever. Já me esquecia que ter um blogue significa antes de mais que não tenho de escrever para ninguém senão pa...