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25 de Abril, sempre!

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Fotografia de Alfredo Cunha A Salgueiro Maia Aquele que na hora da vitória Respeitou o vencido Aquele que deu tudo e não pediu a paga Aquele que na hora da ganância Perdeu o apetite Aquele que amou os outros e por isso Não colaborou com a sua ignorância ou vício Aquele que foi «Fiel à palavra dada à ideia tida» Como antes dele mas também por ele Pessoa disse. Sophia de Mello Breyner Fotografias de Alfredo Cunha 25 de abril de 1974  Terreiro do Paço, Lisboa  Pelas 06h00, o centro político do Estado Novo foi ocupado por uma Força da Escola Prática de Cavalaria, de Santarém, comandada pelo Capitão Salgueiro Maia, a que se juntou, de seguida, um pelotão do Regimento de Cavalaria 7, a principal unidade afeta ao Regime. Fonte: Exército Português, pg do FB A imagem do fotógrafo Sérgio Guimarães, falecido em 1986,   do menino do cravo na G3,   é um dos ícones do 25 de Abril de 1974.  O menino é Diogo Bandeira Freire,  filho do dono dos Cinemas Quarteto, à época. Celeste Martins Caeiro, a Cele

As poeiras do Sahara, do Sáara ou do Sara?

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  Fui consultar o Ciberdúvidas pois numa pesquisa sobre as poeiras que nos têm transtornado a vida nos últimos tempos, vi, de uma assentada, uma variedade de grafias. Surpresa! Todas estão correctas!   Sahara , com h, é a forma internacional, corrente nos media. A forma Sáara – topónimo com origem no   árabe çahará , com o significado de «ruivo, amarelo», é privilegiada no Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa. Sara é a forma preferia no Vocabulário da Língua Portuguesa e  Grande Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora, que consideram inexatas as formas Saara e Saará.  O saber não ocupa lugar!

Eclipse conspiracy theory

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Lesley Thiel opinion on AI generated images

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Tinha acabado de publicar O caos das imagens geradas por AI e o algorítmo indicou-me este texto escrito pela pintora irlandesa Lesley Thiel. Já era tarde e não pude escrever um comentário ao mesmo. A opinião dela reforça a minha ideia de que o uso destes geradores está desgovernado. Alguma coisa devia ser feita, o quê, exactamente, não sei. Enquanto isso, temos os "artistas" que publicam imagens AI para obter "atenção", ou o que for, e os "escritores" que  escrevem palermices acerca do  seu uso exactamente para o mesmo efeito, que, de igual maneira, se tornam imensamente populares.  Bombar postagens apalhaçadas para manter o algorítmo entretido é uma tendência forte. Os textos questionadores, como o desta artista, que nos fazem parar e pensar no assunto, são relegados para segundo plano. É a vida de todos os dias nas redes sociais. Cada vez tenho menos paciência para ela. Esta artista rejeita a utilização de modelos AI em qualquer fase do seu trabalho. E e

O caos das imagens geradas por inteligência artificial

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  Imagens geradas por AI. Fico surpreendida  quando observo certas reações. Há quem adore, há quem abomine. Isso eu entendo. Já não entendo que as pessoas olhem uma imagem, se emocionem  com ela, mas que não se sintam defraudadas emocionalmente ao descobrirem que foi gerada por uma máquina. Comigo acontece  ficar desiludida, desapontada. Fui enganada. Então a imagem em questão perde  o apelo "emocional" o que não quer dizer que não possa, de forma objectiva, considerar que é um trunfo do ponto de vista criativo. Acredito que muito em breve todas as imagens geradas por inteligência artificial comecem a apresentar uma etiqueta, um sinal gerado de forma automática que permita, mesmo aos distraídos, perceberem que aquilo que parece uma fotografia,  uma ilustração,  um desenho,  uma pintura, sim, isso mesmo, resulta de criação artificial. E isso é mesmo necessário?, perguntarão alguns. Sim, acho que sim. Neste blogue já abordei o que são os modelos de inteligência artificial (IA)

Posters da NASA celebram o eclipse total do sol

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  Vários posters disponíveis para download, aqui . A NASA lançou uma série de posteres para assinalar a ocorrência do eclipse total. Para celebrar o espectáculo celestial que será visto nos céus da América do Norte em 8 de abril de 2024, a agência espacial recrutou quatro artistas para comemorar o evento único com seus próprios estilos. As obras de arte são de uso gratuito! Durante o fenómeno, a Lua roubará os holofotes do Sol. Este momento fugaz oferece um raro vislumbre da misteriosa coroa solar, a fraca atmosfera que rodeia a nossa estrela. É uma pena que não seja visível em Portugal. Restam-nos os posters!

Shai-Hulud

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  https://www.instagram.com/travisknight/

Na ressaca das eleições e da "volta à direita"

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Há mais de uma semana, estava no passeio em frente à passadeira à espera que o sinal me desse luz verde para atravessar, quando um carro engalanado com bandeiras parou junto a mim. Do altifalante, chegava Gloria, de Laura Branigan, uma canção dos anos 80, sobre alguém que é chamado a acreditar em si próprio, lutas interiores, stress, e superação pessoal, mais ou menos isso. Enquanto a canção me fazia recuar no tempo, no passeio em frente pessoas saudavam o condutor do veículo, outras gritavam Chegaaaaa! e outras ensaiavam uns movimentos de dança. A canção tomou conta da minha cabeça, andei a cantarolá-la até ser noite, sentindo certa alegria nostálgica, acompanhada por um pressentimento de que certos fantasmas do passado se fariam em breve muito presentes. Usualmente não escrevo sobre política, talvez achando que não preciso, mas a verdade é que talvez o devesse fazer. Muitas vezes uso a escrita para me ajudar a pensar melhor e nem sequer a torno pública. Há dezenas de rascunhos no bl

Bella Baxter não é uma pobre criatura

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Pobres criaturas podia chamar-se Bella Baxter. Ela é o filme. Bella é uma esplêndida criação e tem dois pais: um é o escritor escocês, Alasdair Gray, outro, o pai adoptivo, Yorgos Lathimos, um realizador que já nos habituou a filmes e personagens inconvencionais. O escritor tem formação artística, foi ilustrador e pintor, tendo realizado ilustrações para muitos dos seus livros. O filme deixou-me muito curiosa a seu respeito. Poor Things, uma comédia subversiva e absurda, onde são questionadas algumas das regras que regem boa parte da convivência humana, é um festim visual tão futurista quanto contemporâneo, combinando elementos tão diversos que me recordei de Breughel, Gaudi, do steampunk, da arte nova, ou de universos fílmicos singulares como os de Greenway, algum Burton, e até de Jeunet et Caro, que nos anos 90 também nos ofereceram uma estranha comédia bem surreal. Este delírio é acompanhado por uma banda sonora extravagante que soa por vezes a experimentalismo musical, quase for

Um hino motivacional do fitness

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O Nuno Markl tem uma rubrica, na Rádio Comercial, que se chama Rapsódias Boémias. Talvez até tenha algum programa no ar, não sei, já não ouço rádio desde que o Som da Frente acabou, pelo menos de forma deliberada. Falaram-me nisto com desprezo e é claro que fui logo ouvir. Se me dissessem que era uma pérola, eu teria ignorado. Ninguém é perfeito. Estas duas palavras, Rapsódia e Boémia, fizeram-me pensar em algo poético, improvisado, sem dúvida, animado, e com carácter boémio, ou seja, uma cena algo ramboieira, divertida. Julgava eu que o rapsodo em questão é um humorista, mas ou ele disfarça bem, ou então sou eu que não entendo o humor radiofónico. Markl limita-se a traduzir letras de canções "estrangeiras", (talvez com a ajuda do Chat GPT, porque não?) e depois recita-as com enfado, acompanhadas de comentários mandriões enquanto as canções originais tocam em fundo. (Só ouvi uma canção, posso estar a ser superlativamente injusta com o moço. Mas depois desta amostra também não