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O mundo já foi mais fixe - Nuno Camarneiro

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Fomos para a rua vestidos de branco. Pois foi, pois foi...Contestar através de ações simbólicas, chamar a atenção para uma causa, demonstrar solidariedade: era o mínimo que podíamos fazer, uma singela prova da nossa humanidade. Mas o mundo não era mais fixe, apenas não tínhamos hipótese de saber tão facilmente o que os outros pensavam além do universo de uma mesa de café e uma página de jornal. E também havia mais pudor em pendurar o ódio na corda pública. Hoje exibe-se ativamente como uma medalha. Grita-se. Esgrime-se como se fosse um argumento justo. Alguns escreveram que a flotilha não passa de circo, o que certamente fará dos seus integrantes meros palhaços, indivíduos como Mandla Mandela, neto de Nelson Mandela, que dela fez parte, e que justificou assim a sua presença na delegação sul-africana. "Como africanos, sabemos muito bem o que significa viver sob ocupação, sob opressão." Criaturas confortáveis e ufanas com a sua arrogância, intolerância, o seu bem nutrido despre...

DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA E TRAFULHICE

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DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA E TRAFULHICE "Não são só os casos que semanalmente se conhecem dos dirigentes do Chega. Os bastidores do partido, agora trazidos à luz do dia pelo livro “Por dentro do Chega”, revelam práticas nada coerentes com o discurso de André Ventura e muitos parágrafos para a justiça ler com atenção. O livro do multipremiado jornalista Miguel Carvalho, editado pela Objectiva, chegou às bancas este mês e resume em 751 páginas o conteúdo de milhares de documentos e entrevistas com atuais e ex-dirigentes. Alguns contam tudo. Delfim Machado, Notícias Magazine, 21/09/2025 Dos financiamentos escondidos às gravações telefónicas secretas para entalar rivais internos, esta investigação mostra como André Ventura patrocinou exércitos de perfis falsos e purgas internas para criar um Chega unipessoal que sustenta as ambições desmedidas, as vidas abastadas e as madrugadas de copos dos seus mais reputados dirigentes. Pelo meio há guerras religiosas, filiações de imigrantes brasileir...

ANDOR - 'The distance between what is said and what is known to be true has become an abyss."

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Fellow Senators, friends, colleagues, allies, adversaries. I stand before you this morning with a heavy heart. I’ve spent my life in this chamber. I came here as a child. And as I look around now, I realize I have almost no memories that pre-date my arrival and few bonds of affection that cleave so tightly. Through these many years, I believe I have served my constituents honorably and upheld our code of conduct. This chamber is a cauldron of opinions and we’ve certainly all had our patience and tempers tested in pursuit of our ideals. Disagree as we might, I am hopeful that those of you who know me will vouch for my credibility in the days to come. I stand this morning with a difficult message. I believe we are in crisis. The distance between what is said and what is known to be true has become an abyss. Of all the things at risk, the loss of an objective reality is perhaps the most dangerous. The death of truth is the ultimate victory of evil. When truth leaves us, when we let it sli...

Goebbels Ends Careers of Five 'Aryan' Actors Who Made Witticisms About the Nazi Regime

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  Goebbels Ends Careers of Five 'Aryan' Actors Who Made Witticisms About the Nazi Regime Feb. 4, 193 BERLIN, Feb. 3.—Propaganda Minister Joseph Goebbels today ended the professional careers of five "Aryan" actors and cabaret announcers by expelling them from the Reich's Chamber of Culture on the grounds that “in their public appearances they displayed a lack of any positive attitude toward National Socialism and therewith caused grave annoyance in public and especially to party comrades.” The five include perhaps the best known German stage comedians who survived previous Chamber of Culture purges and still dared to indulge in political witticisms—namely, Werner Finck, Peter Sachse and “The Three Rulands,” represented by Helmuth Buth, Wilhelm Meissner and Manfred Dlugi. Their expulsion means that they are henceforth forbidden to appear before the public in Germany. Besides motivating this action in an official communiqué, Dr. Goebbels also publishes a long articl...

They lost their son… but found his heartbeat again

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(É uma publicação que circula desde 2020. A partilha e comentário assinalado são de hoje.) "In one of the most powerful displays of love, grief, and healing ever captured, this photo shows two parents holding stethoscopes to a man’s chest — not to check his heartbeat, but to hear their late son’s heart beating once more. Their 23-year-old son passed away unexpectedly. In the depths of their pain, they made the decision to donate his organs — a gift that saved multiple lives. One of the recipients was this man, who had been in critical need of a heart transplant. Thanks to their son’s selfless legacy, he was given a second chance at life. Years later, the families arranged to meet. In an emotional reunion, the grieving parents were given the opportunity to do something extraordinary — to physically hear the heartbeat of the son they lost, now keeping another person alive. As they pressed the stethoscopes to his chest, they both broke down. For them, it wasn’t just a sound — it was ...

Ozymandias - Percy Bysshe Shelley

I met a traveller from an antique land Who said: ― Two vast and trunkless legs of stone Stand in the desert. Near them on the sand, Half sunk, a shatter’d visage lies, whose frown And wrinkled lip and sneer of cold command Tell that its sculptor well those passions read Which yet survive, stamp’d on these lifeless things, The hand that mock’d them and the heart that fed. And on the pedestal these words appear: “My name is Ozymandias, king of kings: Look on my works, ye mighty, and despair!” Nothing beside remains: round the decay Of that colossal wreck, boundless and bare, The lone and level sands stretch far away.

Elevador da Glória - opinião de Eduardo Maltez Silva

  Elevador da Glória e o Político inglório. 16 mortos, dezenas de feridos, o Elevador da Glória transformado em cenário de tragédia. Muitos quiseram logo resumir tudo a uma “falha técnica” ou a um “acidente inesperado”. Muitos quiseram desde o primeiro minuto silenciar qualquer responsabilização. Muitos usaram os corpos dos mortos como escudo de qualquer crítica. Mas os acidentes como este nunca caem do céu: resultam de decisões políticas, de orçamentos cortados, de contratos mal fiscalizados, de redundâncias inexistentes e de alertas ignorados. Neste trabalho complexo de investigação segui essa linha até ao fim — e ela desemboca inevitavelmente no gabinete de Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa e accionista único da Carris. A Carris não é “apenas uma empresa”. É um braço da Câmara de Lisboa: tem forma de S.A., mas o accionista único é o Município. É a Câmara que escolhe a administração, aprova planos e orçamentos, define orientações e pode mandar fazer auditori...

Desinformação

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Eng.Fábio Silva responde a questões sobre fogos florestais

Iniciou a carreira de bombeiro urbano aos 18 anos. Aos 21 anos, começou a trabalhar nas Brigadas Helitransportadas e integra a Força Especial de Proteção Civil desde 2007. Atualmente, ocupa o terceiro cargo de comando mais alto da estrutura nacional, onde atua como coordenador operacional e líder do Grupo de Análise e Utilização de Incêndios. Esta força-tarefa, composta por 28 bombeiros e analistas e liderada pelo Sr. Fábio Miguel Martins da Silva, contribuiu significativamente para a melhoria da capacidade de resposta de Portugal a incêndios florestais. Fábio Miguel Martins da Silva liderou o desenvolvimento do sistema FEB Monitoring GIS, atualmente em uso, que apoia as decisões operacionais. Ele também se dedica à educação e à formação. É professor na Universidade Nova de Lisboa, em cursos de pós-graduação, e instrutor na Escola Nacional de Bombeiros. Além de compartilhar sua experiência e trabalho em conferências nacionais e internacionais, é especialista do Mecanismo de Proteç...

O vídeo ALDULTIZAÇÃO, de Felca, é de visionamento obrigatório para pais e mães

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" ADULTIZAÇÃO ", um vídeo de 50 minutos realizado por FELCA, - o nome do youtuber é Felipe Bressanim Pereira, de 27 anos,  é mais do que um vídeo: é uma autêntica peça de investigação.  É preciso que este vídeo seja visto pelo maior número de pessoas. Este vídeo do Youtube já ultrapassou 46 milhões de visualizações provocando uma onda de reflexões e comentário sobre a exposição de crianças nas redes sociais além de repercussões legais e políticas. A produção denuncia como imagens aparentemente comuns de menores podem ser capturadas por algoritmos e direcionadas a redes de pedofilia.  No decurso do vídeo Felca  cria um perfil do zero na rede Instagram e começa a curtir fotos de crianças em poses ou contextos sugestivos. O resultado é provar-nos como o algoritmo do Instagram rapidamente se "condiciona" a entregar conteúdo sexualizado de crianças, replicando o comportamento de pedófilos e revelando como as redes sociais podem conectar redes de pedofilia. Não exponha os...

Fogos Portugal 2025 - UM ALERTA

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Texto de ANA PERPÉTUO Como muitos de vocês sabem, estive muito envolvida nos devastadores incêndios de 2017 e isso a par da minha prática profissional, levou -me a uma profunda aprendizagem, repleta de erros e acertos, como em tudo na vida. Devido à bagagem que adquiri, tenho de alertar sobre algumas verdades essenciais para quem quer ir ou está a pensar ir para as zonas afectadas dos incêndios. É por isso que acho que devo fazer esta publicação, espero que sirva de alerta a muitos de vocês. - Primeiramente, é louvável o desejo de ajudar, mas apelo: não vão para o terreno ainda! A segurança de todos é prioridade. Se querem fazer a diferença, dirijam-se aos quartéis de bombeiros e ofereçam donativos, como água, frutas, alimentos e materiais de primeiros socorros. Cada contribuição é vital e sempre necessária. Podem ainda ajudar na confecção das refeições, são sempre precisos braços para trabalhar. - Se, por outro lado, decidirem ir para a área afetada, façam-no com extrema cautela. Junt...

“A cultura não é uma atividade de lazer; é o que nos torna livres o tempo todo.”

(Texto publicado em 2016,  El Diario) A escritora de San Sebastián Luisa Etxenike destaca que “nossa relação com a linguagem é a relação estelar de nossas vidas, e perder essa nuance, essa ambição, se torna uma catástrofe pessoal e social”. Diante da perda de riqueza da linguagem, ele alerta: “Ter 1.000 palavras não é o mesmo que ter 40.000, em qualquer área da vida, por isso acredito que existam democracias de 1.000 palavras e democracias de 40.000.” Para Etxenike, "identidade não é algo que recebemos como padrão, como os equipamentos de um carro. Identidade é algo único." Sobre o estado atual da criação literária no País Basco, ele diz: "O Instituto Etxepare, uma janela para a cultura basca, precisa rever e, acima de tudo, fortalecer seu trabalho na literatura de língua espanhola". Luisa Etxenike (San Sebastián, 1957) é escritora de romances e contos, mas também reflete sobre a linguagem, a realidade política e o futuro com uma acurada previsão, como demonstram ...

Petição para que o Governo reconheça o genocídio em Gaza e pressione Israel a permitir a entrada de ajuda na Palestina

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Caros Amigos, Acabei de ler e assinar a petição: «Petição para que o Governo reconheça o genocídio em Gaza e pressione Israel a permitir a entrada de ajuda na Palestina» no endereço  https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT126478 Pessoalmente concordo com esta petição e cumpro com o dever de a fazer chegar ao maior número de pessoas, que certamente saberão avaliar da sua pertinência e actualidade. Agradeço que subscrevam a petição e que ajudem na sua divulgação através de um email para os vossos contactos. Obrigada. Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República, É inadmissível ser neutral perante o que se passa em Gaza. É inadmissível assistir a um genocídio em silêncio; as futuras gerações não nos perdoarão. É inadmissível que a Europa assista em silêncio à morte de crianças que procuram comida, assim como é inadmissível nada fazermos enquanto crimes de guerra são cometidos diariamente. Quando, no futuro, alguém nos perguntar como foi possível assistirmos a um genocídio do...

"É preciso controlar a imigração."

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Há uma ideia que muitos — até pessoas bem-intencionadas — começam a repetir, sem nunca terem parado verdadeiramente para pensar nela: "É preciso controlar a imigração." É uma expressão que entrou na esfera pública como se fosse algo natural, como se fizesse sentido sequer. Mas... já a dissecámos? Já nos perguntámos o que realmente significa? Por definição, um imigrante é alguém que veio para Portugal porque o país precisa do seu trabalho. Vieram trabalhar, aceitaram salários baixos, enfrentam precariedade, habitação cara, processos legais intermináveis e, ainda assim, mantêm setores inteiros a funcionar — da agricultura aos cuidados de saúde. Então, o que quer dizer "controlar" essas pessoas? Significa o quê, exactamente? Impedir que venham? Criar mais obstáculos? Tornar-lhes a vida ainda mais difícil? Dizer, ao mesmo tempo, "precisamos do vosso trabalho", mas também "não queremos o vosso trabalho"? Se calhar confundem "controlar a imigraçã...

Bad Romance

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Oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh Caught in a bad romance  

O PAÍS QUE ESTAVA ESCRITO - Miguel Carvalho

  O PAÍS QUE ESTAVA ESCRITO Por estes dias, falei para o El País (Espanha) e o para o De Standaard (Bélgica). Antecipei, de certo modo, o cenário destas eleições. Não me entendam mal: não sou visionário nem li nas cartas. Mas ando há quase cinco anos a acompanhar o eleitorado do Chega, a segui-lo, a falar com ele em todo o País, e talvez isso valha alguma coisa. Por isso, não é surpresa para mim o que aconteceu. Quem me conhece e me atura amiúde a falar sobre estes temas, em privado ou em público, sabe. Não, não existem 22 ou 23 por cento de "fascistas", tirem isso da ideia. Sim, há por ali muitos saudosos do antigamente, há racistas e outra gente, da elite financeira à arraia-miúda, muito pouco recomendável, a vários níveis. Mas que não se tome a parte pelo todo. Passei horas, muitas horas com largas dezenas de militantes e eleitores do Chega e muitos deles talvez queiram, apenas, ser ouvidos ou não serem esquecidos ou atropelados por sucessivas governações. Confundem tudo? ...