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A mostrar mensagens de outubro, 2017

Poesia: Pinhal do Rei - Afonso Lopes Vieira

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Pinhal do Rei Catedral verde e sussurrante, aonde a luz se ameiga e se esconde e aonde, ecoando a cantar, se alonga e se prolonga a longa voz do mar: ditoso o "Lavrador" que a seu contento por suas mãos semeou este jardim; ditoso o Poeta que lançou ao vento esta canção sem fim... Ai flores, ai flores do Pinhal florido, que vedes no mar? Ai flores, ai flores do Pinhal florido, rei D. Dinis, bom poeta e mau marido, lá vem as velidas bailar e cantar. Encantado jardim da minha infância, aonde a minh'alma aprendeu a música do Longe e o ritmo da Distância que a tua voz marítima lhe deu; místico órgão cujo além se esfuma no além do Oceano, e onde a maresia ameiga e dissolve em bruma, e em penumbra de nave, a luz do dia. Por estes fundos claustros gemem os ais do Velho do Restelo... Mas tu debruças-te no mar e, ao vê-lo, teus velhos troncos de saudades fremem... Ai flores, ai flores do Pinhal louvado, que vedes no mar? Ai flores, ai flores do

Constança diz adeus ao MAI após fim de semana quente

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A culpa dos incêndios é evidentemente do Governo, é dos partidos do Governo, é da oposição, é dos portugueses porque somos nós que elegemos Governos, é dos anteriores Governos e sobretudos dos desGOVERNOS, dos anteriores ministros e presidentes, é da cedência cega às politicas da UE que hipotecaram o futuro da floresta, da agricultura e atrofiaram o interior. A culpa dos incêndios é de não existir uma política da floresta e antes uma floresta de políticos onde predomina a monocultura do partido a que pertençam. A culpa é central e é local, a culpa não tem cúpula. A culpa é dos graus de temperatura média anual a mais que somam e seguem, e somarão, dos fenómenos atmosféricos episódicos extremos, dos que incendeiam por loucura, oportunismo, negócios escuros, dos incautos das queimadas, dos desleixados que não limpam, do desGOVERNO total a que se tem votado a floresta ao longo de décadas. A floresta é um assunto sazonal, são dossiers que vão de férias em Outubro e que só regressam de

Um dia de fogo na Marinha Grande - 15 de outubro de 2017

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Muitas questões a lavrar-me por dentro. Temos o conhecimento mas ainda não interiorizámos rotinas de prevenção e alerta. Persistimos em comportamentos de risco fruto de hábitos antigos, tradições, vícios de carácter. Os tempos mudaram e o tempo mudou. O clima mudou. Temos de mudar muito e muita coisa. Não temos é coragem para assumir tamanha empresa. E enquanto isso o país espera que não aconteça o pior. Mas acontece. O país arde e morre gente. Se é algo complexo, que demora a ser feito, então vamos iniciar a tarefa quanto antes, agora, já. Do mais fácil para o mais difícil, de possível em possível. Que todos os que concorrem na responsabilidade se impliquem na solução. Que se chame quem sabe a pensar e a fazer o que pode ser feito antes que Portugal desertifique e se transforme no norte de África. E já agora que se coloque quem sabe à frente da tomada de decisões importantes. E que se pare de distribuir lugares de responsabilidade pela cor dos lindos o

A mancha do Photoshop

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Fonte Ontem de tarde passei cerca de meia hora a tentar apagar uma mancha numa layer do Photoshop . Tinha para cima de 200 layers empilhadas, o que até pode parecer muito mas nem é nada. Seleccionava uma e outra sem remédio. Depois de ter tentado todas as soluções e até de ter googlado por mais, sem perceber o que mais poderia fazer para eliminar a mancha, porque não existe grande ciência no assunto, e preparando-me para contornar trabalhosamente o problema, ocorreu-me ir fazer um chá verde que dizem ajudar a prevenir doenças do coração. É que eu estava prestes a ter um ataque de. Nesse afã me encontrava quando tocaram à campainha. Era a vizinha do 7º andar que vinha rogar o favor de eu lhe dar as boxers castanhas que tinham caído nas minhas cordas, estavam por um fio, sorte era não haver vento. Tenho um acesso de hospitalidade e convido-a para entrar para a cozinha enquanto me estico à janela para apanhar as ditas. E como o bule está mesmo ali a olhar para nós da sua alva be

Madonna vai à bola com Portugal

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Ahah, esta Madonna, concedam, uma pessoa tem de gostar um bocadinho dela. Olhai só este instantâneo da material girl a festejar o golo da selecção nacional, Portugal olé, Portugal olé. Em Roma, sê romano. A mulher foi ao estádio da Luz e tudo. Comove-me ver como até levanta os bracinhos em exultação pelo golo marcado por quanto eu nem a TV liguei e não me estou a imaginar a viver em Chicago e a aplaudir os Bulls. Paradoxos, eu, nascida em Lisboa, nem lambuzada em pastéis de Belém consigo disfarçar o meu amor pelo Porto. E agora a Madonna, uns mesitos em Lisboa, até já é muito mais portuguesa que eu. Que era uma artista camaleónica, eu sabia, mas isto supera tudo. Eu cresci com a Madonna, todas nós crescemos, e lembro-me de ter gozado com um amigo quando ele me mostrou o LP de estreia dela, acabado de comprar, dizendo-me, "ela vai ter muito sucesso". Eu desdenhei da virgem, claro. Balanço feito, viria a comprar dois CD (já tentei vender um mas ninguém o quer) e um CD single