Depois de ter sido enxovalhada várias vezes por ter o meu Bilhete de Identidade caducado há muito tempo, muito mesmo, decidi-me a resolver o assunto no pior dia possível, ontem, esquecida de que a tolerância da véspera e o período de férias de Natal ditariam uma avalanche de gente aos serviços. Na Conservatória, onde cheguei bem antes das 14 horas, dirigi-me à máquina de onde saquei um 83. No monitor percebi que estavam a tratar do 41. Saí para um café e uma nesga de sol que o edifício do Tribunal não deixa chegar àquele recanto mas quando voltei o contador mal tinha somado mudanças. Acomodei-me num banco na esperança de desistências em cadeia. Impunha-se matar o tempo. Tinha levado um livro na mochila mas esquecido os óculos. A maioria dedilhava smartphones, é um desporto que não pratico. Resignei-me e entretive-me a contar macacos porque ovelhas podiam fazer-me adormecer e lá deixava eu passar a minha vez. Foi com mágoa que finalmente me sentei na mesa e conferi os meus dados. Re...