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A mostrar mensagens de agosto, 2019

O espectáculo das influenciadoras

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Durante grande parte da minha vida as coisas eram claras: existia a publicidade. Era feita por pessoas que davam a cara e o corpo - ou, melhor, que os vendiam - mas que se limitavam a ser veículo de uma mensagem que gera impacto, não necessariamente conhecendo sequer sobre o que publicitavam, ou não lhe exigindo isso, nós.  Coisa diferente eram os "fazedores de opinião", gente oriunda das mais diversas áreas, figuras públicas, com legitimidade e real capacidade para mobilizar o nosso pensamento, e por vezes a nossa acção, por via da opinião que veiculavam através de meios de difusão com certo alcance, os jornais ou a TV. Entre as figuras mais públicas, os artistas sempre ocuparam um lugar à parte na arte da influência ditando tendências e fazendo moda. As criaturas outras eram todas satélites mais ou menos pardos destas estrelas e raras vezes conseguiam que a sua opinião fizesse escola, quanto mais fosse sequer difundida a terceiros. Com a popularidade crescente das red

Livro Os 100 segredos das pessoas felizes, de David Niven

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O livro Os 100 segredos das pessoas felizes pode ser adquirido online, na WOOK. David Niven. Só conhecia um: o actor! Mas existe outro David Niven igualmente famoso: é psicólogo, investigador de ciências sociais, e autor de uma série de populares livros: "Os 100 segredos simples". Encontrou um filão: escreveu livros sobre os segredos das famílias e casais felizes, das pessoas saudáveis e de sucesso, e até segredos sobre o porque nos fazem mais felizes os cães. Calhou passar-me pelas mãos Os 100 segredos das pessoas felizes ( The 100 Simple Secrets of Happy People: What Scientists Have Learned and How You Can Use It) . Estava esquecido na mesa de uma esplanada onde me sentei para tomar café. Comecei a lê-lo. Evidentemente que os "segredos" não são eram segredo para ninguém. São, na maioria, indicações sobre modos de encarar a vida, conselhos comuns que tendemos a não associar à obtenção de felicidade de forma imediata mas que, de facto, podem concorrer para e

Uma carta aberta a Laurinda Alves sobre as "minorias de estimação"

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Vale a pena ler a Carta Aberta , de Rita Alves , em resposta ao artigo que Laurinda Alves publicou no Observador a propósito do despacho, publicado no passado dia 16 de Agosto, que visa aplicar às escolas a lei da identidade de género aprovada no ano passado, e onde são previstas algumas medidas que visam “assegurar o respeito pela autonomia, privacidade e autodeterminação das crianças e jovens, que realizem transições sociais de identidade e expressão de género”. Entre elas figura a seguinte determinação: " As escolas devem garantir que a criança ou jovem, no exercício dos seus direitos, aceda às casas de banho e balneários, tendo sempre em consideração a sua vontade expressa e assegurando a sua intimidade e singularidade ." A meu ver, muitas das críticas feitas a qualquer medida neste âmbito das questões de género partem de pessoas que, mais do que adversas à abordagem dessas questões, se revelam liminarmente  incapazes de colocar na pele dos outros, o que se lê desd

Só estou bem aonde não estou

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Fonte Tenho pressa de sair Quero sentir ao chegar Vontade de partir P'ra outro lugar António Variações Tardei em conseguir ir à praia este Verão. Já estava até com saudades dos banhistas insatisfeitos que sempre encontro. Não sei se é um efeito colateral do calor, mas para algumas pessoas tudo parece estar sempre mal, mesmo quando podia estar bem. Algumas dessas almas fazem sofridas contas à vida para conseguir comprar um pacote de férias na praia dos seus sonhos, outras, promessas e juras a todos os santos para que haja sol, pouco ou nenhum vento, e a água esteja temperada, limpa de salmonelas e  medusas, e, importante, muito importante, que o Wi-Fi seja forte. Mas assim que chega o ansiado momento e botam o pé na areia, em vez de desfrutar a pausa na rotina, o banho de Natureza, dão  imediatamente início a uma espécie de rabugice de Verão, que até seria mais própria de crianças embirrentas que de adultos bem encorpados. Já todos os que somos banhistas presenciámo

Verão é tempo de férias da tecnologia!

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De alguns anos a esta parte já me habituei a retirar uma ou duas semanas, sempre no Verão, para me desligar do contacto com o máximo de aparelhos electrónicos que me for possível. São as férias da tecnologia , um par de semanas em que procuro a sua substituição integral por outras formas de ocupar o tempo. Não é que seja uma nomofóbica, - quem diria, mas é verdade, que já foi identificado um medo irracional de estar sem telemóvel ou aparelhos eletrónicos, em especial relacionado com indivíduos altamente dependentes de computadores e jogos de vídeo, - mas também gosto de fazer este teste anualmente e de sentir que continuo no comando: que a tecnologia não manda em mim. O uso destes aparelhos e da internet parece estar a ser diabolizado constantemente mas há bom motivo para ficar alerta. Tal como no uso excessivo do álcool é complicado perceber quando se ultrapassa o limite aceitável e se cai na dependência da internet e do mundo digital. Mas a dependência tecnológica existe

Você consegue ver a praia?

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