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A mostrar mensagens de dezembro, 2006

Fiz um livro para crianças

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O ano está quase a terminar e os blogues estão cheios daquilo que se chama resoluções para o ano novo, ou seja aspirações ou desejos ou anseios que esperamos se realizem nos próximos 365 dias. À semelhança de todos também eu tenho uma colecção deles mas é, e vai continuar a ser, uma colecção privada. Excepto um deles pois tem as suas raízes no trabalho que venho a desenvolver desde Junho no meu blog Papelustro. Uma brincadeira que começou por servir para arejar os olhos das muitas horas passadas na companhia do sr. Vetor e da Madame Pixel acabou por se transformar num esforço criativo mais consciente e depois de achegas e reptos de alguns bloggers mais interessados - e tenho de citar o meu amigo Morandini e a Lori como os mais relevantes - acabou por conduzir a um esforço mais sério ainda. É assim que a maqueta do meu livro está pronta a levar às editoras. São dez ilustrações, doze, se incluirmos capa e verso, acompanhadas de rimas. É um livrinho destinado às crianças e para já ap

PEIXINHOS DE AQUÁRIO

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Tenho hóspedes para a passagem de ano: os cinco peixinhos vermelhos do meu sobrinho mudaram-se para cá. Um deles tem manchas brancas, não é inteiramente vermelho. Aliás, todos eles são mais para o laranja do que para o vermelho. É uma laranjada pegada, este mini-cardume, quanto a mim demasiados peixes para os centímetros quadrados da casa-aquário, estão mesmo a precisar de se mudar mas para uma mansão maior. De um dia ao outro a água fica turva e é preciso mudá-la. Grande trabalheira e sempre o receio de lhes arrancar uma barbatana ou vazar um olho no processo. Não sou fã de peixes de aquário mas reconheço que um aquário grande e bem recheado de peixes diversos e plantas tem a sua beleza. Sei muito pouco sobre peixes, suas espécies e comportamento. Nunca lhes achei grande piada e ao fim de uns minutos a vê-los abrir e fechar a boca como cantores de coro dou meia volta e desando na muleta. Dizem que é um exercício tranquilizante mas a mim apenas me causa uma certa irritação segui-l

Recebi de presente O castelo andante, de Hayao Miyazaki

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Ainda movida pelo espírito da quadra não podia deixar de escrever duas linhas sobre uma prenda que recebi do meu cunhado: o DVD O Castelo Andante (Hauru no ugoku shiro / Howl`s Moving Castle) de Hayao Miyazaki, autor de Conan, o Rapaz do Futuro, uma das séries de desenhos animados que mais gostava quando era criança. Fábula sobre a redenção pelo amor e o crescimento individual, o filme possui ainda uma clara nota anti-bélica. A obra é adaptada do romance homónimo de Diana Wynne Jones. Como é que posso não ser materialista perante o apelo consumista de coisinhas boas como esta?! Hayao Miyazaki é considerado um mestre da animação nipónica. Todos recorrem já ao poder da animação digital mas ele continua fiel à animação tradicional, dir-se-ia o último artesão da animação. A animação é para os japoneses uma forma de arte suprema e válida para todas as idades. Eu compreendo isso perfeitamente pois sempre me senti à vontade com o facto de ir ao cinema ver filmes de animação e só não vou m

QUEM FEZ O PRIMEIRO CARTAO DE NATAL?

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Uma coisa de que sempre gostei no Natal, desde que me lembro, mais do que prendas ou que iguarias, é o cartão de Natal.Guardo todos os cartões que recebi desde sempre e faço-o escrupulosamente. O autor do primeiro cartão de Natal- na imagem - era um artista caricato que se bateu contra a utilização de modelos nus pelos artistas plásticos, de tal forma que ficou conhecido como o Roupas-Horsley. Em 1843 Sir Henry Cole, director do British Museum, estava demasiado ocupado para escrever como habitualmente aos seus amigos durante a época festiva e então incumbiu John Calcott Horsley da empresa. 1000 cartões foram impressos a preto e branco e depois coloridos à mão. As sobras foram vendidas pelo tipógafo. Em 1862 os tipógrafos Charles Goodall retomaram a ideia e o cartão de Natal generalizou-se. (Adaptado livremente de Jonathan Sale, The Guardian)

Chegou o Bolo de frutas no correio!

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Depois de 12 dias de viagem o bolo de frutas que a Lori (EUA) fez foi-me hoje entregue pelo meu carteiro. Metade dele já desapareceu, como se pode comprovar pela prova anexa e não é preciso nenhuma equipa do CSI para descobrir onde é que ele foi parar. Exacto! Directo ao meu estômago. Ainda estou viva e nem sequer tive indisposições gástricas. Não gosto de cozinhar e talvez por isso sempre tenha apreciado quem quer que cozinhe o que quer que seja para mim. Daí que quando a Lori me disse que me ia enviar um fruit cake eu não me fiz rogada. Quem espera desespera e eu pensava que o carteiro já lhe tinha deitado o dente. Mas não. 12 dias depois da expedição, chegou. E veio de avião. Se tivesse vindo a nado…  A Lori aconselhou-me a não comer e conduzir pois parece que as frutas ficam mergulhadas em vinho durante uns tempos largos antes de se juntarem à massa! Ora estão podres de bêbedas. De facto o aroma alcoólico do bolo é notório: será que ultrapassaria a taxa legal se o comesse

O tsunami asiático de 26 DE DEZEMBRO DE 2004

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Ontem à noite quando liguei a TV estavam a dar na SIC um filme - Tsunami, the aftermath -inspirado pela catastrófe do dia 26 de Dezembro de 2004, o tsunami asiático. Eu esperava pelo egocêntrico Dr. House e fui vendo um pouco do filme até que descobri que iam repetir episódios passados nem há um mês e recolhi a vale de lençóis entre bocejos e impropérios contra a incompetência da TVI. Este ano reconciliei-me vagamente com a TV, caixa que desde 2000 reduzira ao mais insignificante electrodoméstico, através de duas séries: 24 e House MD. No último caso não deixo de me surpreender duplamente pois sempre menosprezei séries sobre médicos, enfermeiras e gente ensanguentada, entubada ou com as vísceras à mostra tipo Emergency Room ou outras. Não que seja particularmente impressionável mas o tema nunca me cativou. E de repente topo com esta e não desligo.  O filme sobre o Tsunami tinha-me feito lembrar as imagens, essas sim, impressionantes, que vira há dois anos: destroços e mai

Festejar a passagem de ano como se não houvesse amanhã

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Hoje recebi um email com sugestões de como tornar a passagem de ano memorável: vamos festejar a passagem de ano como se não houvesse amanhã!  Meti-me então a pensar na tal da passagem de ano. Para mim é uma data em que o calendário nos vem chatear a vida e artificializá-a como se os nossos estados de espírito pudessem ser comandados pelo seu correr, folha a folha. Já me basta a arrumação do trabalho por dias, horas, meses. Mas aí, quando estamos inseridos em ritmos colectivos, somos uma grande lagarta cujos pés têm de se mover em sincronia para conseguir avançar. Neste caso, "deslarguem-me" que preciso de espaço. Podem pensar que sou uma gaja do mais anti-social que há, mas tal não é verdade. Não digo que não tenha festejado uma ou outra passagem de ano. Mas essas festarolas sempre foram o pretexto para outros festejos. Logo, em rigor, não festejava a passagem de ano. Recordo até uma que foi um autêntico vómito. Foi a partir dela que deixou de ser para mim natura

Vesper é o melhor de Casino Royale, o novo 007

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Eu nunca gostei dos filmes do 007. E até já me tinha esquecido disso! Foi preciso ir ver Casino Royal para me lembrar porque razão vi Goldeneye, Tomorrow never dies, World is not enough e Die another day. (Terei esquecido algum?!!) O meu interesse pelo 007 sempre se ficou pelos genéricos e pela música. Eis a verdade. Ora então a razão remonta talvez a 1983, altura em que a nossa televisão passava uma série intitulada Os Manion da América. O meu personagem favorito era o Rory O’ Manion. Eu estava na faculdade por essa altura e na faculdade havia um rapaz parecidíssimo com o actor que o interpretava. E se era difícil sentar-me perto dele. Havia dias em que levar binóculos poderia ter sido uma opção. Aqueles anfiteatros eram apenas um pouco grandes para estratégias de proximidade. Já não me lembro de quase ninguém que se sentasse ao meu lado, pois as pessoas nunca conseguiam ter um lugar certo. Ter um lugar já era bom.Mas dele ainda me lembro. O Luís era fenomenal. As minhas colegas t

O ano em que boicotei o Natal

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Todos os anos em Dezembro há que ver um filme de animação . É tradição. É tradição de Natal. É algo que vem de longe nos meus hábitos. Tenho um bilhete de cinema, cor-de-rosa, rectangular, de papel muito fino. Data de 16 de Dezembro e 1973, refere a fila e o número da cadeira, o preço da sessão foi 10$00. Nome da sala: Cinema S. Geraldo, em Braga. Hoje a sala onde Villaret fez recitais de poesia e onde Sá Carneiro e Mário Soares realizaram comícios já fechou portas. Não sei no que se terá transformado. Os meus primeiros filmes foram vistos aqui e eram cinema de animação. Nessa altura como agora a minha devoção aos desenhos animados continua. Mas hoje reinam os Multiplex, salas pequenas: só quem nunca viu cinema num grande ecrã se pode contentar com aquilo. Neste vão de anos os bilhetes passaram de escudos a euros, 5 euros. Já não há carimbos manuais no pequeno papel, os computadores e as impressoras tratam do assunto, e, se quisermos até podemos comprá-lo pela Internet. Tudo muda,