Fiz um livro para crianças
O ano está quase a terminar e os blogues estão cheios daquilo que se chama resoluções para o ano novo, ou seja aspirações ou desejos ou anseios que esperamos se realizem nos próximos 365 dias. À semelhança de todos também eu tenho uma colecção deles mas é, e vai continuar a ser, uma colecção privada. Excepto um deles pois tem as suas raízes no trabalho que venho a desenvolver desde Junho no meu blog Papelustro. Uma brincadeira que começou por servir para arejar os olhos das muitas horas passadas na companhia do sr. Vetor e da Madame Pixel acabou por se transformar num esforço criativo mais consciente e depois de achegas e reptos de alguns bloggers mais interessados - e tenho de citar o meu amigo Morandini e a Lori como os mais relevantes - acabou por conduzir a um esforço mais sério ainda. É assim que a maqueta do meu livro está pronta a levar às editoras. São dez ilustrações, doze, se incluirmos capa e verso, acompanhadas de rimas. É um livrinho destinado às crianças e para já apenas testado junto do meu sobrinho assim eleito cobaia desta nova aventura da tia. Ocupou parte do meu labor desde Setembro. A deadline era hoje mesmo e as últimas três semanas foram decisivas. Não é o primeiro livro que tento editar, mas tem a particularidade de ter sido concebido por mim de uma ponta à outra o que me deixa bastante orgulhosa mesmo que os editores me venham dizer que é uma boa trampa. (Eu sei que a palavra trampa é de baixo nível mas é perfeitamente adequada.) Não é ainda o projecto gráfico que queria ver realizado. Aguardam ainda as oito histórias - que comecei a escrever no século passado! – que terminei, uma das quais penso ter enorme potencial. Mas é um dos projectos que este ano gerou e um dos mais surpreendentes pois surgiu de forma natural e imprevista e como consequência do facto de ter criado um blogue com as minhas colagens.O blogue foi um elemento catalisador e de repente ideias não faltam. Mas o tempo para lhes dar forma parece insuficiente. Sempre vi o tempo como o grande tirano mas afinal o tempo é um factor de libertação cuja índole caprichosa tem de ser respeitada. Não sucumbir aos ladrões do tempo é uma questão de pulso e o meu nunca foi muito firme! Mas o tempo parece ter uma vida própria. Vejo agora que quando pensava estar a perder tempo era ainda a sua mão que me guiava o percurso criativo permitindo-me respirar, gerar e crescer mesmo se em pausa. Este ano pude, finalmente, dedicar-me ao estudo de programas gráficos que apenas arranhava, Corel Draw e Photoshop. À medida que fui dominando as ferramentas fui percebendo o quanto de disciplina e solidão é necessário para desenvolver qualquer projecto desta índole. Isso foi particularmente difícil pois possuo uma natureza agitada e irrequieta. Entedio-me facilmente com a rotina e rapidamente me disperso. Mas acabei por me habituar à companhia da ventoinha do meu portátil e à medida que progredia fui-me viciando em saber mais, em ir mais longe e tornou-se mais fácil. Além da necessária experimentação também a própria passagem do tempo se torna necessária. Tempo de produção e depois tempo de distanciamento que nos vai permitir olhar de forma diferente o que fizemos, emendar e aprimorar. Tudo isto foi o melhor que me aconteceu este ano e no próximo espero que este projecto tenha o merecido desenvolvimento e que um dia de 2007 eu acorde para ver o meu livrito nas mãos de outra criança que não o meu sobrinho.
Comentários
Que saia o "livrinho" para os escaparates das livrarias (ainda existe a "Carvalheiro" na esquina do jardim?).
beijos deste amigo
Qual o preço do livro?
Manda-me uma imagem public. que eu passo-a no meu sigelo Blog.
beijos
Take care and have a great day, B.!