Tempos difíceis para ser adulto!


Os croquetes requentados continuam a ser servidos com impudícia. Historietas como estas, ao que me pareceu, um simples mal entendido, que prendem a nossa atenção e comentário fácil, são um maná para canais que um dia nasceram para informar mas que depressa aderiram à função de entreter as massas nas redes sociais. Tudo é relevante, de tudo se faz assunto, e desde que suficientemente gorduroso para rebolar na opinião geral, apressada e volátil, explora-se até à saturação. Alguém precisa, ainda hoje, que o Público volte ao que sucedeu? Aliás, em rigor, alguém precisava de saber o que aconteceu? Esta barracada, em tempos passados, era resolvida internamente, entre as organizações, a que enviou as senhoras em trabalho e a que as acolheu, as reparações feitas onde devido. Hoje protesta-se, chora-se, baba-se nas redes sociais, hiperboliza-se, e uma areia rapidamente se transforma em pedra, uma coisa de crianças que precisam dos pais para se sentirem consoladas e remendadas nos seus joelhos feridos. Se nunca o fiz? Já fiz, mas cresci disso, sim, é possível dar um passo atrás e perceber que a reclamação perante injustiças, erros, atropelos, em suma, o mal feito, deve ser feita em palco próprio e não nas redes. Bem sei, parece impossível pois o hábito está instalado. Pelo que li, andaram mal as duas partes, as desculpas foram feitas e aceites, mas quando vejo o nome da Sónia Tavares a servir toda uma série de publicidades popularuchas e brincadeiras não consigo evitar pensar que o croquete largou um certo ranço que espero não esteja a causar desconforto no estômago da artista. No meu, causaria, mas eu não sou uma figura pública, gente normalmente habituada a engolir muito para singrar o seu caminho.

( O título foi dado pelo Paulo Cardoso, que assim comentou no Facebook.)

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