Hino da Jornada Mundial da Juventude, LISBOA 2023, versão de Timor-Leste

 

Facebookianos, Bloggers e outros! Saiam lá da vossa confort zone, vá, upa lá, rumai ao Youtube para ver o festival de música e dança que por lá se instalou em torno do "Há pressa no ar", o hino das JMJ. É o verdadeiro For God Shake Festival,* lema do evento que teve lugar em Coimbra, que mencionei ontem, elevado a não sei quantas versões. Quando lançaram o vídeo do hino das JMJ, que mostra alguns jovens sorridentes a percorrer Lisboa, igrejas, bairros típicos e pasteis de nata pelo ar, uma mescla de notas inclusivas com cenas de um postal ilustrado, desdenhei-o por ser isso, uma espécie de louvor ao turismo (religioso?!), longo, muito longo, e muito chato em termos musicais. Eis que constato que foi apropriado por jovens de todo, ou de quase todo o mundo, que lhe emprestaram inusitada vitalidade. Então temos a decorrer no Youtube uma espécie de MundoVisão da Canção, um movimento abraçado com um entusiasmo unânime e transformador por protagonistas e fãs. Uma diversidade de novas vozes e instrumentos acompanha os mesmos sorrisos e louvores traduzidos em muitas línguas. Ajuda-me bastante não perceber patavina do que estão a cantar. Portugal é um Estado laico, não confessional, mas com uma história que se confunde com a da Igreja, e de onde resultam fenómenos inexplicáveis como a popular Fátima, atropelos como a expulsão dos Jesuítas, também muitas tradições festivas e uma obra positiva da mesma em áreas diversas da vida dos cidadãos, e agora até as JMJ, que são, apesar de passíveis de crítica, um evento impressionante. Que a religião sirva para unir, nem que seja numa grande festa, e não para dividir, seria sempre uma boa notícia, - a não ser para os anticlericais empedernidos - porque nem sempre foi assim, os preceitos e os erros da Igreja fizeram muitas vítimas inocentes. Mas, pelo que li, impossível, pois a indignação colectiva tem seguido as jornadas desde que o Papa João Paulo II as inventou, num tempo longe dos memes. Estou numa de deixar a banda passar e fazer a festa, porque não? Se não forem estes jovens que assim festejam a sua fé, ou a sua alegria de viver, a ter coragem de não alimentar e deixar repetir erros passados e de exigir uma Igreja mais humana, verdadeiramente humana, seremos nós, os que como eu, têm a fé de um cão, que vão mover uma palha para tal? Talvez, talvez este convívio sirva para aprenderem algo já que eu nunca consegui aprender, nem na catequese nem com o Padre Hilário! Mas estou quase a dar os 12 points à versão de "Há pressa no ar" , de Timor-Leste!


*O “For God Shake Festival”, cujo nome nasceu do trocadilho “for God sake” (que na tradução para português significa por amor de Deus), faz parte da programação que o Comité Organizador Diocesano de Coimbra preparou para os “Dias nas Dioceses”, em jeito de preparação para a Jornadas Mundiais da Juventude. Peregrinos de 60 nacionalidades diferentes, voluntários, famílias, participaram em várias actividades, culturais, religiosas e de convívio. Este tipo de eventos está a acontecer em mais pontos do país, por aqui andam cerca de 600 jovens apenas, mas em Coimbra acho que se juntaram muitos mesmo. Isto porque Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para esta edição da Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer entre os dias 1 e 6 de Agosto, com as principais cerimónias a terem lugar no Parque Eduardo VII e no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo. Partilhei por ter achado bastante graça ao uso do trocadilho! Gostei do toque humorístico. Não faltam críticas em torno da realização deste evento, em parte porque o Estado entrou com bastante financiamento para a iniciativa e porque se construiu um palco um monstruosamente caro, como todos já devem bem saber.

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