Experimente o SeaArt.Ai e crie imagens como estas em segundos
Após a introdução que fiz ao SeaArt.ai - pode experimentar o SeaArt.ai agora, ele é grátis e não tem fila de espera - recebi algumas mensagens com dúvidas. Pois é, meus amigos e amigas, eu não tenho todas as respostas pois também sou nova nisto, e, em particular, nesta plataforma. O melhor conselho que posso dar a quem leu o que escrevi é que entre sem medo e comece a experimentar: aproveitem para fazer isso enquanto é GRÁTIS. Quando terminar esse período, experimentar vai custar tokens, muitos! Aconselho também a que procurem informação, seja em sites que abordam esta temática, seja no YT. Ainda não há muita disponível e o próprio SeaArt não tem um manual muito completo, como vi nos primeiros modelos. É possível que estejam ainda a trabalhar nisso e que a tradução vá demorar um pouco.
Volto também a chamar a vossa atenção para o facto deste modelo ter alguns filtros para imagens sensíveis, eles já me barraram imagens, mas mesmo assim alguns dos conteúdos ali presentes podem ferir a sensibilidade de algumas pessoas. O facto de haver muita anime não significa que o modelo não gere outro tipo de imagens. Todas as que aqui apresento foram lá geradas, apesar do sistema ainda não filtrar "imagens não seguras para o trabalho" (NSFW, na sigla em inglês).
Neste momento existem muitas propostas de modelos para gerar imagens AI e umas são mais funcionais que outras. Ainda não pude explorar bem esta nova plataforma mas já notei que, de vez em quando o interface em português desaparece!
A imagem da praia e farol acima é uma das primeiras que gerei. À primeira vista parece espectacular, até tem o reflexo do farol. Mas vista com atenção tem imperfeições: aquele canto superior direito está "queimado", a espuma é muito pouco suave, o corpo do farol, na parte superior, está mesmo mau. Abri-a no Photoshop e para a reparar terei de passar algum tempo a fazer alterações. Claro que é sempre mais rápido usar este atalho do que fazer a pintura digital desde o início.
Será possível conseguir melhor? Sim, acredito que sim pois já vi imagens muito bem acabadas. Uma coisa é ver as imagens no ecrã do meu PC, outras é abri-las no Photoshop e percorrer cada cm. Consoante a finalidade a que se destina uma imagem essas imperfeições podem não ter peso ou serem uma enorme maçada. Acredito, no entanto, que é também a minha inexperiência que não me permite para fazer melhor. Conforme irão notar estes modelos têm muita dificuldade a gerar mãos e dedos perfeitos. Não deixa de ter uma certa piada que a dificuldade coincida com a dos artistas, que são unânimes em afirmar que as mãos são um tópico difícil de dominar. Temos de carregar a prompt negativa ou a probabilidade de obtermos mãos deformadas será grande!
Uma dica que posso dar a quem quer usar estes geradores é ter paciência para fazer testes. Por exemplo, quando uma imagem que salvamos está pouco nítida, o SeaArt tem um Upscaler que melhora muito o resultado final. Mas temos algumas variáveis para escolher - 4xUltrasharp, Lanczos, R -ESRGAN 4x+, etc.- e uma escala para ajustar. Por vezes os desenvolvedores aconselham valores médios e isso ajuda.
As imagens não podem ter mais de 4000 px para serem subidas neste Upscaler. Ganham definição e qualidade mas o Upscaler não me vai melhorar as imperfeições no farol. No entanto, usei o Upscaler para melhorar a imagem de uma raposa amigurumi, a técnica japonesa do crochet para tecer bonecos. Salvei a imagem no meu PC, cortei e levei ao UPSCALER para melhorar em definição e tamanho. Esta foi a imagem que subi. Não coloquei aqui a imagem obtida, é grande. Nada mal, mas a sobrancelha da raposa tem de ser retocada e até mesmo os olhos. Quanto ao resto, corresponde ao que escrevi na prompt. Das quatro imagens geradas, esta era a única aproveitável.
Reparem nesta outra imagem, uma pintura digital de um gato Maine Coon, que foi gerada em poucos segundos. Esta já parece perfeita. As quatro imagens saíram bem. Para fazer uma pintura como esta passaria algumas horas agarrada à minha Wacom e Photoshop.
Alguns amigos designers rejeitam esta tecnologia, mas ainda há dias foi notícia que a ADOBE acabava de integrar mais funcionalidades AI no Photoshop. Muito em breve a velha Adobe será substituída pela AI.dobe! Usando o recurso de “preenchimento generativo”, os usuários do Photoshop poderão adicionar, expandir ou remover itens indesejados das imagens usando um prompt de texto semelhante aos usados por Dall-E e Midjourney. Mas isto não é uma completa inovação: a Adobe usa IA nas suas ferramentas há mais de uma década. Recursos como filtros neurais no Photoshop, preenchimento sensível ao conteúdo no After Effects, IA do cliente na Adobe Experience Platform e modo líquido no Acrobat permitem que os clientes da Adobe criem, editem, meçam, otimizem e revisem bilhões de partes do conteúdo.
Pode também ler-se que "Firefly, a família de modelos criativos de IA generativa da Adobe, foi lançada há seis semanas com foco inicial na geração de imagens e efeitos de texto. Ele rapidamente se tornou um dos lançamentos beta de maior sucesso na história da Adobe, com usuários beta gerando mais de 100 milhões de ativos. Desde o seu lançamento, o Firefly foi expandido para oferecer suporte à recoloração de vetores e preenchimento generativo. O Firefly é o único serviço de IA que gera conteúdo comercialmente viável e de qualidade profissional e foi projetado para ser incorporado diretamente aos fluxos de trabalho dos criadores. O primeiro modelo da Firefly é treinado em imagens do Adobe Stock, conteúdo licenciado abertamente e outro conteúdo de domínio público sem restrições de direitos autorais. As empresas poderão estender o Firefly com seu próprio material criativo para gerar conteúdo que inclua imagens, vetores e linguagem de marca da empresa."
Há ocasiões em que não consigo perspectivar qualquer futuro para o ilustrador tradicional, ou até para fotógrafos, pintores, ou designers. Este "boom" de tecnologia - existem muitos modelos como o SeaArt.Ai - e imagens é coisa para assustar até o mais optimista, o meu caso. Acredito que ser designer é primeiro que tudo resolver um problema de alguém em particular, um cliente, e para dar resposta adequada aos seus anseios há que dominar uma série de assuntos técnicos, artísticos, negociais, e até culturais e sociais. Qualquer um pode escrever uma prompt de texto, mas não é qualquer um que pode ocupar o lugar de um designer gráfico. É cedo para dizer como a IA afectará o trabalho de um designer do futuro, dizer que o AI vai acabar com eles é tolice. Ainda fiz cartazes à mão, com letras decalcadas. A chegada do computador mudou tudo. O AI pode ser uma ajuda preciosa, libertar o designer de tarefas fastidiosas que nada têm a ver com criatividade ou arte. O potencial de cada profissional, em qualquer área, é técnico mas também é humano. Vejam, por exemplo, o caso dos escritores ou mesmo dos jornalistas. Saber ler e escrever, saber as regras da comunicação na ponta da língua, é o suficiente para eles serem bons?
Sempre que posso tento conhecer os desenvolvimentos nesta área do AI, actualizar-me, experimentar a tecnologia. E enquanto faço isso partilho as minhas aprendizagens para que mais pessoas a possam experimentar. O receio ou a estratégia de evitamento que vejo em tantos é uma tolice, são empecilhos que nunca ditaram a sobrevivência de ninguém, a não ser de quem atravessava uma floresta e avistou um urso!
E você? Já experimentou o SerArt.ai? Aproveite enquanto é grátis, pois os tokens gastam-se num abrir e fechar de olhos, e o momento de ter de pagar há-de chegar mais depressa do que imaginamos. Não precisa de ser um criativo assumido, acredite, para se divertir a gerar imagens. Ainda não usei este tipo de imagens em qualquer trabalho comercial, sinto uma espécie de embaraço nisso, como se estivesse a fazer batota! Continuo a criar tudo à mão, vector a vector, ou a pintar na Wacom. Mas já usei estas imagens para projectos pessoas ou apenas porque vê-las surgir é fascinante.
Creio que também existiu um erro inicial ao deixar que se confundisse o resultado desta ferramenta AI com arte. Para mim, o AI é um gerador de imagens, eu nunca chamo "arte" às imagens assim geradas. Mas uma vasta maioria começou logo a chamar "arte" a estas imagens. Ora, entendo eu que a arte é, e tem de continuar a ser, um produto 100% humano na sua essência.
Também penso ser crucial que se acautelem os direitos de artistas que possam vir a ser afectados por esta tecnologia e que sejam criados meios deles controlarem o uso da arte que criaram. Qualquer pessoa, como eu, que viu as suas obras serem copiadas e vendidas por terceiros na Amazon ou no Etsy, sabe como é decepcionante constatar que alguém está a lucrar com o nosso esforço criativo e fonte de rendimentos. Como é que isso se fará, não sei, mas sei que este clamor inicial há-se ser ultrapassado. Este é o caminho, este é o futuro, disso não tenho dúvidas.
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