Golden Globes. Está dado o pontapé de saída



Golden Globes. Está dado o pontapé de saída para mais uma época de premiações na terra do tio Sam, sem grandes surpresas, a lista, para quem vai lendo as previsões e observando a cama que algumas produtoras vão fazendo. Como o ditado assegura, quem melhor saiba fazer a cama, será quem melhor se deitará nela. Nem sempre mas assim acontece, é também por isso que muitos bons filmes não alcançam a fama embora encontrem um lugar cativo na nossa memória cinéfila. 

Este ano de filmes tem sido curioso pois dei por mim a apreciar alguns títulos que cabem no género horror ou terror( You won't be alone, Men, X... quero ver Pearl!) Em Abril houve uma noite delirante: foi quando assisti a Tudo em todo o lado ao mesmo tempo, dos Daniels! Vejam, mesmo que nunca tenham ouvido falar de "multiverso"! E depois de ter jurado que não veria um segundo Top Gun nem que me pagassem o bilhete e um bom jantar, fui ao cinema, em Maio, e diverti-me a valer revendo o Tom, os caças e as acrobacias da história. 

O ano tinha começado muito bem com filmes como A hero, The worst person in the world, L'evenement, etc. O cinema que prefiro, como está subentendido, não raramente ou me deixa atormentada, ou meditativa, ou extasiada. O cinema que mais procuro ver, por mais simples, ou me desafia ou me provoca ou me retribui sempre o tempo empregue com algo mais do que o puro prazer de uma descomprometida diversão. Uma verdade que talvez não contestem é que o entretenimento de qualidade, o puro espectáculo que o cinema também pode ser, tem andado arredado das salas, muitas vezes ocupado ou confundido o seu espaço por fracos argumentos artilhados com efeitos especiais e explosões, nomes sonantes e outras distrações, filmagens em 7 países diferentes e um planeta distante, sem inovação, sem brilho, sem emoção. 

Ora, o que fui encontrar nestes dois filmes hoje nomeados foi, no primeiro, uma ousadia capaz de testar a acomodação do público a fórmulas cansadas e de lhe demonstrar que é possível fazer melhor e sem prescindir de uma certa "marca de autor"; no segundo, a retoma de um certo cinema tradicional que honra a noção de espectáculo e que sabe entreter sem estupidificar o espectador. Não devia haver preconceito algum em entrar numa sala de cinema para sair de lá mais leve, mais bem disposta, ou até mesmo a assobiar a canção que se ouviu e com um sorriso na cara. Se ele existe é porque a indústria do cinema estragou esse prazer antigo para nós. Por estas razões e outras, que tornariam este apontamento longo e chato, é que gostei de ver estes títulos na lista de indicados aos Golden Globes. Quanto a premiações, não faço ideia, é cedo ainda, estes títulos têm concorrentes. E, claro, como alguém disse um dia, "prognósticos só depois do jogo, "não é?

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