Celebrar o dia mundial das redes sociais com a Swonkie!




A iniciativa de assinalar esta data - 30 de Junho - foi criada pelo site Mashable em 2010, como uma forma de reconhecer a revolução digital que transformou os media num ambiente social. As redes sociais são uma relativa novidade: o Myspace - onde ainda tenho conta! - foi lançado em 2003, um ano depois o Facebook. O entusiasmo de muitos era encarado com suspeita por outros tantos. Hoje, a minoria de pessoas que não está nas redes é olhada como o fenómeno pelas restantes. As redes sociais evoluem de forma rápida - o Facebook inicial pouco tem a ver com o actual - e conquistaram o nosso quotidiano, em maior ou menor grau. 

O debate continua mais forte do que nunca: as redes são boas ou más? Na minha opinião, as redes são o que fazemos com elas. Por isso, podem servir para o bem e para o mal. As redes levantam questões problemáticas, umas mais genéricas, outras específicas. O seu uso imoderado ou aditivo, a desinformação,  impactos menos positivos na saúde mental e alteração de comportamentos sociais, etc, só para referir alguns. As pessoas usam-nas para interagir, seja para se divertirem, advogar causas ou negociar, ou para buscarem informação. Umas sobem nas preferências dos utilizadores, outras descem. Umas extinguem-se, dando lugar a novas redes. Tem sido uma viagem e tanto!





A iniciativa da Swonkie para assinalar o Dia Mundial das Redes Sociais recebeu o nome "Social Media Hero". Mas, antes de falar do evento online, quero explicar em duas linhas e meia que é a Swonkie, e, não, não estou a ser paga para isto! 

A Swonkie é uma plataforma portuguesa usada por gestores de redes sociais para gerirem os seus clientes nas redes sociais. Usam-na para agendar as publicações e partilhar os conteúdos, ou para automatizar o envio dos relatórios automaticamente para os seus clientes, comparar resultados, entre muitas outras funcionalidades que agilizam o trabalho, poupando tempo. A Swonkie foi criada em 2016 por João Cortinhas, em Famalicão, que abriu o encontro de jeito informal: "As redes sociais existem para o bem. Existem para permitir que cada um de nós entregue a melhor parte de si mesmo, conteúdo de valor". Idealista nesta proclamada ambição, talvez a missão de empresa, o mundo virtual seria um lugar melhor se todos pensassem assim! A Swonkie, pelo que me é dado ler através de opiniões de alguns dos seus clientes, está, de facto, a fazer o melhor que sabe e pode para permitir que as redes sejam geridas de forma eficaz. João Cortinhas referiu que a Swonkie Academy é agora grátis e eu já me inscrevi para beneficiar da experiência e conhecimentos ali disponibilizados. Saber mais é ser melhor, esse é o meu lema!

De seguida deixo-vos com um apanhado que fiz dos contributos dos oradores convidados. As apresentações tiveram o tempo ideal, nem longas nem curtas, desenvolveram-se temas relevantes e actuais; numas os assuntos foram mais concretizados, noutras, menos, mas os jovens oradores sempre denotaram profissionalismo e entusiasmo. Deixaram-nos a sua experiência e conhecimento, de uma forma acessível, e ninguém pode negar o excelente nível deste evento, o Social Media Hero, um evento gratuito. A gravação será disponibilizada em breve, podendo ser revista ou vista por interessados. Só por mero acaso me cruzei com o seu anúncio no Facebook. Imagino que mais gente não tenha tido dela conhecimento. Foi uma forma diferente de assinalar o "Dia", e que, pela minha parte, valeu a pena.

O resumo!

Camilo Coutinho, brasileiro, é especialista em vídeo marketing e optimização de vídeos. Tem mais de 10 anos de experiência em marketing digital, e veio falar sobre o poder dos vídeos para alcançar bons resultados negociais. O negócio dele são estratégias de comunicação em vídeo para vender mais. Tem até um livro publicado sobre o tema. 

Comunicar não é só criar conteúdo, é criar e depois dar seguimento. A razão dos vídeos serem cruciais para um negócio, diz ele, é serem vendedores 24 horas/dia. Camilo não veio ensinar a fazer vídeos ou landing pages, mas veio dizer coisas importantes que por vezes os mais afoitos em criar um canal não pensam. Por exemplo, que é preciso ter uma estratégia, que não vale pegar na máquina e filmar à toa. Ou que estar no Youtube é bom, mas melhor ainda é ter um lugarzinho seu na internet, hospedar o seu site. E sobretudo isto: o vídeo converte mais que texto ou áudio. Mas o vídeo tem de converter do topo ao fundo do funil. E como se faz? Camilo avançou algumas coisas básicas como começar pelo princípio e a Pesquisa é o começo. É preciso saber que palavras-chave usar, é preciso também estar a par das tendências, olhar o calendário, estar atento a necessidades que surgem nas pessoas e para as quais elas precisam de resposta. A seguir vem o Design, a escolha da thumbnail, que ele diz não é apenas fazer caretas e tirar uma foto e subir. Depois o Título, a entrega do conteúdo, e neste momento o videógrafo tem de dominar o SEO para que o vídeo seja encontrado quer pelo cliente quer pelo Google, que é nosso amigo: há que conhecer práticas de optimização. Já o Conteúdo, para ganhar o cliente, tem de resolver um problema ou atender a uma ambição. Tem de ser útil, prático, claro, fácil, imediato, completo, e, preferencialmente, bonito, para seduzir, claro! Por vezes é preciso educar a audiência. E chega, publicar um vídeo? Não, não chega. Tem de haver consistência na publicação, um calendário, uma cadência. E também é importante não descurar o multiformato capaz de fazer aumentar o alcance e o compartilhamento em vários canais de divulgação. Depois que o vídeo é publicado, o trabalho continua. É preciso acompanhar e medir o resultado, rever, pensando no objetivo que se pretende. É razoável utilizar o tráfego orgânico mas uma tolice descartar a hipótese de tráfego pago, legítimo, obtido mediante anúncios. 

Camilo insistiu não apenas no uso do vídeo mas também no uso da rede Tik Tok que, para muitos, ainda não passou da rede onde a miudagem se diverte! Depois de partilhar o seu próprio caso como exemplo, indicou um pequeno guião de ideias para a realização de vídeos na rede. Para usar o Tik Tok é essencial saber o que as pessoas querem. E depois fornecer, mas sendo sobretudo prático, directo, leve no conteúdo que tem de fazer sentido para audiência a que se dirige. O que abordar? Por exemplo, os Bastidores, ou seja, contar porque se está no Tik Tok. Fazer Listas, dar Entrevistas, usando uma live, com várias pessoas, contributos que depois são editados para apresentar o relevante mas sem faltar à verdade. Ou ainda Curiosidades. 

Que publicar? Uma boa fonte de inspiração é usar a ferramenta "search" do Tik Tok. Ou então olhar para o calendário e perceber efemérides. Se é Dia da fotografia, adequar o discurso para fotógrafos.  E como promover o conteúdo? Através de bom tráfego orgânico e também  da força do tráfego pago. O Tik Tok é uma rede barata. Camilo deu um exemplo: com 1,48 euros conseguiu quase 2000 visualizações. 

E que vídeos se podem fazer? Um primeiro vídeo é o da Apresentação, dizer o que é a empresa, dizer o que é o produto.  Outro, Definição: dizer o que o produto faz, explicar o valor do produto para o cliente. Outro: Instrução: como funciona o produto. Outro: o Preço, tudo o que o preço entrega. Outro: Localização: onde compro o produto. Comparação: o meu produto é melhor que produto? Utilização: a experiência que o cliente tem do produto. Comunidade: perguntas dos clientes e respostas mas frequentes. E ter sempre presente que mais que visualizações as práticas de conversão é que são importantes.

Alexandre Monteiro tem dois livros publicados Os segredos que o nosso corpo revela e Torne-se um decifrador de pessoas. Veio explicar como decifrar e influenciar clientes online com maior eficácia. Só compreendendo os comportamentos e as razões deles podemos ter a veleidade de pensar que vamos ser capazes de influenciar alguém. Precisamos saber o que a pessoa deseja para lhe poder dar o que ela ambiciona. Sabendo isso, mais do que uma cliente, teremos uma fã. Uma cliente está disposta a pagar o preço, uma fã está disposta a tudo, até a defender-nos. ( Neste momento tive de me ausentar, a apresentação prosseguiu.)

Carolina Afonso trouxe o tema das boas práticas por parte das marcas, servindo-se de um case study, relativo à loja Gato Preto, o do produto "Bed in a box", que a marca desenvolveu e lançou. Através desse exemplo, explicitou o conceito "Phygital". Uma ilustração mostrava a jornada de compra do cliente hipotético, o comportamento do consumidor actual, que mudou substancialmente à medida que a internet tomou conta dos nossos hábitos. Hoje o cliente move-se entre a loja virtual e a loja física, assume um modo híbrido, que, umas vezes, consoante o produto, pode começar online e acabar na loja física, outras vezes, começa na rua e acaba na loja online, onde a compra é finalizada. O que se pretende é que o consumidor tenha o melhor dos dois mundos, que tenha uma experiência de compra ideal, sem esforço, um serviço rápido e eficiente, único e personalizado, onde todas as necessidades dele sejam atendidas ao longo do trânsito. O processo de compra começa quando o cliente desperta para a necessidade e parte em busca do produto. Depois entra numa fase de consideração, em que lista e equaciona produtos, depois estabelece uma relação com a marca através da compra. O processo não termina aqui, para a empresa. Coloca-se agora a hipótese de fidelizar o cliente e até de lhe poder satisfazer outras necessidades. Para o efeito são muitas vezes passados inquéritos ao cliente, nesta fase. O objectivo último é conquistar a lealdade do cliente.

João Gomes veio falar sobre as tendências do social na era do metaverso. Começou por diferenciar web1, 2 e 3. ( Nesta apresentação precisei alguns dos termos, para maior esclarecimento dos leitores.) O metaverso (um mundo digital paralelo) já é uma realidade e com muito potencial para as empresas, um espaço onde se podem criar experiências. Aliás, hoje não há apenas um mas vários, muitos metaversos. O metaverso é constituido por "camadas", é uma construção, e cada uma delas representa oportunidades: é preciso criar e construir uma plataforma, criar a tecnologia, o conteúdo, criativo, ou de entretenimento, zelar pela segurança, etc. Investir representa risco e oportunidade, e o maior desafio é a rapidez com tudo acontece. Há que aproveitar a tendência e o desejo já por tantos manifestado de trocar experiências físicas por digitais e explorar as novas possibilidades da criação de comunidades no metaverso.

A estratégia de marketing também já pode passar pelo metaverso que a realidade virtual e aumentada tornaram possível. O metaverso é um espaço colectivo virtual partilhado que se baseia nos conceitos de presença, imersão e interatividade. É uma especie de "Sims" onde os utilizadores se poderão encontrar, isto é, os seus avatares, para se divertir, fazer negócios, - pode-se criar e vender bens digitais - tudo possibilitado pela inteligência artificial.

Na web1, a característica era ligar pessoas e informação de forma instantânea, sem grande interação. A informação não era comentada nem editada pelo usuário. A web 2, a sua característica é a interação e a produção de conteúdo. A web 3 marca a entrada da inteligência artificial na super rede de computadores. As máquinas também produzem conteúdo e aprendem. Fala-se de "machine learning". Agora, por via da nova tecnologia, podemos ter uma identidade própria, sem depender de uma empresa intermediária que molde a nossa experiência online. Uma das características da Web 3 é oferecer aos seus usuários a posse de seus próprios dados, sem intermediários. Portanto, uma das características da web 3 é a descentralização: as empresas já não vão armazenar os meus dados, por exemplo, vão ter menos controlo sobre mim, os meus dados, navego com total liberdade, personalizo o meu cenário digital sem intermediação, etc. Outras características são a maior conectividade, também o uso de inteligência artificial, o que aproxima mais o computador da nossa necessidade, o uso de palavras pelas máquinas e não já de palavras-chave para buscarem e darem soluções,  devolve resultados cada vez mais ao próximos do usuário.

Trata-se ainda de uma novidade mas já há uns anos que se fala de tecnologia blockchain (um registo negocial que os computadores usam destinado a criar segurança ou confiança em transações de activos, a Etherium é a mais conhecida e mais antiga) , ou da tecnologia "em nuvem", ou de criptomoedas e carteiras digitais, ou NFT ("Non-fungible Token", espécie de certificado digital, estabelecido via blockchain, que define originalidade e exclusividade a bens digitais). Isso é web3.

Há empresas que já estão no Metaverso. O orador deu vários exemplos. O Facebook popularizou o metaverso ao mudar o nome para Meta. O lançamento da plataforma Horizon Worlds que simula situações presenciais via realidade aumentada, foi o primeiro passo. A Nike, em 2021, criou a Nikeland dentro do jogo Roblox. Na Nikeland, espaço da Nike no metaverso, os usuários podem usar produtos da marca nos seus avatares e interagir em eventos desportivos. Como é isto? São produtos que só podem ser consumidos – calçados ou vestidos – em ambiente digital. Outro exemplo: os ténis lançados pela Gucci no início de 2021, Gucci Virtual 25. Vendidos por apenas 12 dólares, têm uso exclusivo em meios digitais, através do aplicativo Wanna, no jogo Roblox e no VRChat. A Lacoste anunciou a sua entrada na Web 3.0, com uma coleção de tokens não fungíveis que lhes dão acesso a uma comunidade em torno da marca, tendo lançado um servidor Discord para a iniciativa: Lacoste UNDW3. Os usuários poderão colaborar com a marca, farão parte de uma espécie de Organização Autónoma Descentralizada (DAO) da marca. Isto é, vão poder participar de decisões sobre o processo de criação dos produtos, por exemplo. Podem, também, ajudar a marca a comunicar de forma mais certa com quem com ela se identifica. Portanto, o consumidor tem muito poder.

O José Gomes falou também de NFT. Os "non- fungible tokens" em português "tokens não fungiveis" são um novo mercado baseado em blockchain nascido em 2012. As pessoas compram o direito a ter uma cópia autêntica do produto em questão. Um desenho pode até ser reproduzido muitas vezes mas se passar pelo registo da blockchain ele torna-se um token, único. A propriedade pertence a quem o tiver na sua "carteira digital". Computadores ligados a uma rede de criptomoeda registam, usando a blockchain, a origem e transação de forma pública e permanente: o registo não pode ser alterado ou apagado. Ele mostrou uns gatos que julgo serem os Cryptokitties, que foram lançados em 2017. Para os comprar é preciso criptomoeda ou converter moeda corrente.

Também falou dos Bored Monkeys, que eu conheci quando o Elon Musk colocou um no seu perfil Twitter. São avatares, macacos ilustrados, há muitos, todos diferentes, cada um com certas características. Possuir um dá acesso a benefícios e funcionalidades apenas para membros. Quanto mais raros, mais caros são. Estão à venda na plataforma Open Sea. Os NFT estão a ser usados como uma forma de arte no mundo digital. Podem ser jpeg, png, gif, músicas, etc. Podem ser vendidos e coleccionados tal e qual as obras de arte comuns. Como sobe o seu valor? Nesse caso dos "macacos" foram comprados por celebridades e influencers. Possuir um gerava uma certa identificação com esse estrato. Um NFT pode assim ser um símbolo de pertença a uma determinada comunidade, ou um passe para aceder a algo.

O orador exemplificou algumas possibilidades que podem ser exploradas pelas empresas. Por exemplo, alguém compra um prato numa loja e o negócio começa e acaba ali. Mas se existir um NFT que seja oferecido com o prato, ele pode continuar a gerar dinheiro para a loja, a título de comissões, a cada vez que for transacionado no metaverso pelo seu possuidor.

José Gomes aconselhou as pessoas ligadas ao marketing a conhecerem a cultura associada a esta nova tendência, as plataformas onde se reúnem os seus entusiastas, - Discord, Twitter, Reddit, Open Sea, - a dominarem a nova terminologia, - MINT : o acto de emitir inicialmente uma obra de arte no blockchain, por exemplo, ou acrónimos - GM/GN : Bom dia, Boa noite; FREENS: amigos; WAGMIA : Todos nós vamos conseguir, etc.

Ainda é difícil definir o que tudo isto significa, mas é evidente que está em expansão rápida, muito rápida. No momento presente está o maior risco, mas também a possibilidade de lucro maior. As marcas já apostam no metaverso para continuarem a ser relevantes junto do seu público. Isto já é a realidade. E na despedida, ofereceu-nos um NFT.

Pedro Girão veio falar de como se constroem marcas, postagem a postagem. O significado de uma marca varia de acordo com a percepção individual.  Por exemplo,  a marca Portugal. Ronaldo é embaixador da marca Portugal. Ele próprio, Pedro Girão, quando foi estudar para o Brasil, era embaixador da marca pois tudo o que fazia moldava a opiniões dos colegas brasileiros sobre Portugal. O Pedro deu ainda o exemplo da Prozis. Depois de Milhão se ter pronunciado sobre a decisão do Supremo americano sobre o aborto, a marca Prozis passou a ser percecionada de forma diferente por algumas pessoas. Umas ficaram mais próximas, outras distanciaram-se. As marcas tentam a todo o custo controlar esta percepção. Não se pode nunca agradar a todos! Tudo o que se faz ou não se faz constrói a marca: decisões, comportamentos, atitudes, opiniões.

Há algo que facilita a construção de uma marca: saber, desde o início, aquilo que se quer que ela seja. Em Portugal o tecido empresarial é maioritariamente constituído por micro ou pequenas e médias empresas. Este formato dificulta o trabalho a longo prazo que a construção de uma marca exige. O tempo mudou também a forma como uma marca se constrói. Hoje os consumidores dispersam-se por mais canais. Dantes trabalhava-se uma peça durante muito tempo para alcançar um objectivo, hoje são muitas peças para usar em diversos canais e só assim se conseguem alcançar os consumidores. Eles estão dispersos: dantes liam o jornal, viam TV e era isso que se trabalhava.

Independentemente de hoje se trabalhar com meios digitais, a estratégia tem de estar no centro de que se faz. Tática é diferente de estratégia. A táctica é mais um instrumento de curto prazo, a estratégia é algo que se liga ao longo prazo, à marca. No curto prazo é que se trabalham objectivos tácticos. Por vezes uma tática até pode ter um resultado que se revela contrário ao espírito da marca.

Numa visão de longo prazo, a estratégia está na base da construção de uma marca e é por aí que se começa. Primeiro, procede-se à análise estratégica. Aprofunda-se a história da marca, o que ela é, o que é único e que torna a marca diferente dos concorrentes, quem eles são. Depois vem a formulação da estratégia: quais são os objectivos, como alcançá-los, com que meios, faz-se uma análise SWAT, etc. Depois vem a fase da implementação da estratégia e do controlo. É preciso medir resultados, controlar a evolução pois só assim se corrigem os desvios e se conseguem prosseguir os objectivos delineados.

Alguns desafios. Em relação à estratégia de posicionamento da marca, razão que leva os consumidores a preferirem uma marca, ele liga-se a uma palavra chave que fica na mente dos consumidores. Por exemplo, para a Super-Bock é amizade. É como a marca é vista pelas pessoas. Quando estou a elaborar um conteúdo digital tenho de perceber se ele ajuda a construir ou a destruir a marca.

Actualmente mudou a forma como as pessoas se ligam às marcas. A conectividade mudou as pessoas e o mundo. Agora existem muitas interacções que podem concorrer para a imagem da marca. Dantes era numa direcção: a marca influenciava a pessoa. Agora, online, a marca influencia a pessoa, a pessoa a marca, essa pessoa outra pessoa. Está tudo ligado, tudo conectado. Portanto, todos os contactos podem ajudar a definir a marca.

O Pedro mencionou os 5 A's do marketing digital: Atenção, Atracção, Aconselhamento, Acção, Advocacia, que mostram o percurso do consumidor: Atenção: os consumidores são expostos a muitas marcas; Atracção: os consumidores ficam atraídos por algumas marcas; Aconselhamento: As pessoas pesquisam hoje saber sobre a marca na internet, comparam preços, etc, além de consultarem os familiares, os amigos; Acção: os consumidores compram com base no que souberam; Advocacia: recomendam a outros, além de ficarem fiéis à marca. O cliente passa a embaixador da marca e influenciam a forma como as pessoas pensam sobre a marca.

Em relação à estratégia de segmentação, ela é essencial para melhorar a comunicação. No marketing digital é possível segmentar dentro do público-alvo. Posso produzir conteúdos próprios que respondam às necessidades de cada grupo. Um exemplo: faz-se uma recolha de informação no grupo de pessoas que manifestou, de alguma forma, mais interesse na marca: por exemplo, quem entra no site e saiu, é um segmento, quem entrou e colocou um produto no carrinho, é outro. Estes últimos são potencialmente mais promissores. Depois de segmentado o público-alvo, podemos produzir conteúdos próprios que respondam às necessidades de cada grupo. Segmentar permite adequar as postagens para atrair resultados pretendidos. No caso da Staples, nem todas as postagens são eminentemente comerciais. É das interacções com elas que se obtêm resultados que nos permitem ficar a conhecer o público.

Também referiu o "Marketing em tempo real", um tipo de marketing muito próprio do nosso tempo e dos meio digital. Está associado às redes sociais. Basicamente mostra que a marca está em cima das notícias, das tendências. O Pedro deu o exemplo da "Mariana". Recordo: os clientes do Cartão Continente receberam uma mensagem com o seguinte assunto: "Teste Mariana. Recebeste?". O engano tornou-se motivo de brincadeira por parte tanto do Continente, como de outras marcas. A Stapels lançou a #Somostodosmariana!, felicitando o Continente pela gestão da situação. Também o Lidl e ao Licor Beirão reagiram prontamente. Trata-se de uma resposta em tempo real.

Renata Macedo veio explicar-nos como impactar o público-alvo de uma empresa com aquilo que ele quer ver. O que nos parece ser mas relevante para alcançar isso, por vezes não é. A comunicação nas redes sociais é difícil porque o relevante é variável. Como saber? O que é mais relevante é definido pelo cliente. Então, como saber o que gosta o público?

Primeiro que tudo, conhecendo o público. Temos de recorrer à "segmentação": saber o que os grupos de pessoas procuram, quais são os seus interesses, a sua idade, etc. Por exemplo, se estou a fazer postagens para uma loja de puericultura, então partilho fotos de bebés? Será que todos os pais querem ver fotos de bebés? Não, cada um terá a sua opinião. É preciso fazer um estudo rigoroso dos públicos. Depois de conhecer bem a marca que estamos a trabalhar - o que vende, a sua missão, o tom de discurso que usa para comunicar, - depois é preciso conhecer o cliente.

E existem diversos tipos de clientes, com gostos diferentes. Clientes que vivem na cidade e gostam de cultura, outros que vivem no campo e que gostam de praia. Conhecer os hábitos é preciso para comunicarmos com os clientes. Exemplo: se soubermos que os clientes da marca vão de férias para a Comporta, é previsível que eles gostem de ver uma campanha filmada ou fotografada ali. E assim também se escolhem as influenciadoras.

Também é preciso escutar a audiência, mesmo que não directamente, é como "ler nas entrelinhas". É preciso fazer muita análise de números, eles vão permitir conclusões não apenas quantitativas. E é preciso testar para saber se as nossas ideias funcionam ou não. Olhar para os relatórios! Os relatórios indicam número de likes, de comentários, e vendas. As redes sociais são um catálogo de inspiração, não é vendas. É perceber o que nos leva ao sucesso.

Não se pode ignorar a audiência. Se testamos e não funciona, é para abandonar. O público não pode ser educado, não vai ser educado só por acreditarmos que sim. Toda a gente disse que o Tik Tok e as Reeels eram uma boa ideia. Se for testado e der certo, então é uma boa ideia.

A Renata também aconselhou ter cuidado com a opinião pessoal, que pode impedir de fazer o que é certo. Testar é o melhor caminho. Para saber o que o público pensa, temos de lhe fazer perguntas. Ouvir a sua opinião. Dar-lhe tempo e espaço e só assim será possível tirar proveito delas.

Por vezes ouvimos tantas opiniões que ficamos sem certezas! Como justificar a nossa opinião quando todas as outras são tão diferentes da nossa? Se até mesmo os funcionários das lojas são do contra. Quem é soberano? O público. Então é ouvir o público. Se é o cliente que quero impactar, é o cliente que tenho de ouvir. Envia-se uma Newsletter para o público e depois tratam-se as respostas, é a solução.

Por vezes também é preciso ignorar pois existem mensagens que têm de ser passadas, e, por isso, opiniões há que têm de ser descartadas. Isso pode acontecer em dois casos: a mensagem que queremos passar vale mais. Por exemplo, se associamos uma causa a uma mensagem. Isso gera desconforto no publico. Mantemos.

Outro caso. Estamos a tratar de um negócio, um negócio tem de gerar retorno. As pessoas nem sempre estão prontas para ouvir certas mensagens. É preciso então encontrar formas criativas de o fazer, contornar a reacção negativa, com recurso, por exemplo, ao humor e criatividade.

Júlio Rodrigues veio divulgar o que a Hotmart pode fazer pela comercialização e distribuição de info-produtos. Ou seja, se alguém detém conhecimento, informação, que pode ser transformado num produto digital, - e-books, cursos, assinaturas, softwares - esta plataforma brasileira é uma oportunidade. (Tive de me ausentar e apenas vi o início desta apresentação.)

A última apresentação esteve a cargo do Carlos, do Café de Bairro, é um produtor de conteúdos. Já tive uma conta de Instagram, que foi hackeada, e depois não voltei. Por isso desconhecia a página do Café de Bairro e a sua história de sucesso, que o Carlos - nome fictício! - relatou. O percurso do Carlos demonstra como as oportunidades estão onde menos se espera. Ele começou a trabalhar na restauração por necessidade e, mercê de circunstâncias várias, acaba por explorar de forma criativa essa sua ocupação. Havia, afinal, uma fonte de situações caricatas acontecer naquele café lisboeta, que ele começou a relatar em frases sucintas, com humor e ironia, naquela rede social granjeando seguidores e até algumas parcerias com empresas e influencers, e que mais tarde viraram produtos: azulejos. O Carlos é um exemplo de iniciativa e criatividade, e o seu contributo acrescentou ainda mais diversidade a toda esta jornada, demostrando como até pode estar ao alcance de qualquer pessoa tomar o poder das redes sociais para si.

Por volta das 17.30 horas, talvez, o João Cortinhas veio fazer as despedidas e conduzir a realização de um Quiz. Os vencedores arrecadaram prémios muito simpáticos. Mas fui forçada a desligar-me e quando regressei e completei a inscrição no Quiz, já tinham sido respondidas três perguntas. Nem sequer tentei. Gostava de ter conseguido um livro do Camilo! :( Fica para a próxima. O prémio de um dia mundial das redes sociais bem aproveitado já era meu! Obrigada Swonkie!



Comentários

Sintra blogue disse…
interessante

ass: https://sintrabloguecintia.blogspot.com/