Os filmes dos Oscars 2022 em revista


Anteontem, em cima do acontecimento cinematográfico americano por excelência, os Oscars, decidi fazer uma rápida recapitulação das impressões que os 10 filmes nomeados me deixaram. Este ano vi todos os nomeados a melhor filme e muitos outros que receberam indicações. A selecção parece-me bastante heterogénea, há filmes para agradar a  quase todos. Quase. A esta altura já são conhecidos os premiados, o texto vale apenas para minha memória futura, mas, de qualquer forma, aqui o deixo.

Para mim, o melhor filme da lista é Drive my car. O que mais me impressionou visualmente é Dune. O melhor argumento é dividido entre The worst person in the world e Licorice Pizza. O melhor actor do ano foi Andrew Garfield. Não vi todos os desempenhos femininos, - não vi os filmes com Penélope Cruz nem Kristen Stewart - mas admito que Jessica Chastain possa ter tido o melhor desempenho. Nas secundárias, a melhor actriz é Ariana DeBose, sem espaço para dúvidas. Para melhor actor secundário, aposto em Troy Kotsur. O guarda roupa mais incrível que vi está em Cruella. Categorias técnicas: Dune limpará tudo, ou quase tudo. Posto isto, o filme de que mais gostei não está na lista: tick, tick,...Boom! podia ter sido premiado com uma nomeação. (Trocava por Nightmare Halley, ou mesmo West Side Story! Mesmo não tendo apreciado Don't look up!, manteria esse em virtude de alguma novidade que os outros não têm por se tratar de remakes.) Outros filmes que podiam ter chegado ao Oscar: Passing? The green knight? The card counter? Listas são listas, por mais importantes que sejam. (Ah!, infelizmente, e  a discussão sobre o cinema foi tristemente ultrapassada pelo incidente protagonizado por Chris Rock e Will Smith.) 

Nightmare Alley: realizado por Guillermo Del Toro, melhor que o infeliz A Forma da Água, mas longe de ser satisfatório. Filme realizado a partir do romance homónimo de William Lindsay Gresham, publicado em 1946, obra que já dera origem a uma outra longa-metragem, dirigida por Edmund Goulding, esse, um verdadeiro clássico (maldito) do film noir. O remake dá-nos a conhecer a ascensão e queda de Carlisle, um criminoso vagabundo à procura de um caminho fácil, antes e depois de descobrir que podia extorquir dinheiro aos ricaços de Nova Iorque e ter uma vida de luxo através dos truques que o consagrariam como um "mentalista" de sucesso nos chiques clubes nocturnos. Com excelente fotografia, cenografia, e guarda-roupa, repleto de talentos consagrados como Toni Collette, Cate Blanchett, Willem Dafoe, e Bradley Cooper e Rooney Mara, a protagonizar, com este elenco, nada podia falhar, não é? del Toro, está contra corrente, este tipo de filme, o noir, teve a sua época de ouro nos anos 40. Mais recentemente lembro-me apenas de uma incursão no género: LA Confidential, de resto, nada. Será que é desta que o film noir regressa? del Toro gosta de monstros, já o sabemos. Daí o fascínio com o mundo do circo e as suas criaturas, gente peculiar, aberrações, em suma, monstros, ou quase, que, numa feira, seduziam as audiências crédulas ou manipuladas, gente que vivia numa América sem horizonte, nos anos 40. Stanton Carlisle é a prova de que pessoas de aparência normal podem esconder segredos grotescos e ser, também, verdadeiros monstros, quando se deixam vencer pela ganância. Bradley Cooper interpreta com segurança o papel do golpista que tenta dar o passo maior que as pernas e falha. Rooney Mara é a esposa e parceira de embuste progressivamente mais desiludida e assustada; Cate Blanchett deslumbra e intriga como a mulher fatal tão querida ao film noir, uma psicóloga calculista e sedutora; Willem Dafoe é o mal em pessoa, mas nada disso chega, nem a paleta de cores asfixiante e decadente, inicial, nem o brilho e sofisticação seguintes, de um filme onde a soma das suas partes distintas, não é melhor que o todo nem  suficiente para nos impedir, que desapontados, desejemos que Carlisle caia de vez, e o filme termine.

Don't look up!: O filme-catástrofe do diretor Adam McKay segue um par de astrónomos, interpretados por Leonardo DiCaprio e Jennifer Lawrence, que descobrem um cometa em rota de colisão com a Terra, fazendo sua missão alertar a humanidade para o perigo eminente. Para alguns,  é uma catástrofe de filme, nesse grupo me incluo. Já escrevi sobre esse filme - por duas vezes, - e agora pergunto-me porque não escrevi antes sobre outros filmes que vi este ano e de que gostei como The green knight, The card counter, The lost daughter, The worst person in the world, the novice ... Dividiu audiências e críticos. "We're all gonna die". Sim, é uma verdade, mais cedo ou mais tarde, e quantos mais filmes destes se fizerem, mais depressa morreremos. Acredito que vá ser ignorado nos Oscars.
  
West Side Story: também já escrevi em detalhe sobre este filme. Por mais que eu goste da música do filme, por mais que eu ache que a protagonista, a nova Maria, cantou maravilhosamente, e que a Anita de Ariana DeBose é um espanto, por mais que seja interessante constatar o regresso de Rita Moreno, continuo sem perceber a relevância de um novo WSS nos dias que correm: precisávamos mesmo deste remake? (Bom, talvez os americanos, não o mundo.) Este novo WWS não me faz esquecer o anterior, pese todos os erros que lhe são apontados. Está bem feito? Claro. Mas não teria sido melhor Spielberg pegar na montanha de dinehiro que se gastou e realizar um filme musical original? E em vez de WSS, não podia antes ter sido nomeado tic,tick,...Boom? (Sim, gostei desse filme a valer!)

Belfast: drama de Kenneth Branagh sobre as graves revoltas que aconteceram na Irlanda no Norte em 1969, ainda assim muito doce e caloroso, e até bem humorado, mais ou menos autobiográfico, em artístico preto e branco.  O realizador dá uma voltinha pela sua infância, inspirando-se, também, nas suas memórias do cinema, e até no seu amor pelo mesmo, usando a boa música para bem olear sentimentalmente as imagens. Buddy tem nove anos, - o alter-ego do realizador - vive com sua mãe e pai, avós, uns maravilhosos Judi Dench e Ciarán Hinds, que também poderá receber um Oscar. Rapidamente, o bairro onde antes as crianças jogavam à bola na rua transforma-se num cenário de guerra. Mais tarde, as brincadeiras deixam de ser inocentes, o miúdo que dantes brincava com a tampa de lixo a fazer de escudo e espada de madeira é aliciado a assaltar um supermercado católico num motim e rouba uma caixa de OMO! Através dos olhos infantis e inocentes de Buddy vemos a evolução do drama doméstico - o pai ausente,em trabalho, as dívidas, a falta de dinheiro, a tristeza da separação - e o perigo nas ruas em virtude do choque entre católicos e protestantes, os momentos de glória - as idas ao cinema, os presentes de Natal, - ou ainda a conquista do seu primeiro amor, uma coleguinha da escola, católica, sem que a fé diferente seja um obstáculo. A família bonita, - um pai esforçado e bom cantor, uma mãe corajosa e determinada, - protestantes da classe trabalhadora, que viviam numa rua católica, com amigos em ambos os lados da barricada, unida e resiliente contra as ameaças, - decide deixar o seu bairro, onde todos se conheciam, e partir para Inglaterra. Ficamos a saber: se os Irlandeses não tivessem nascido para deixar a Irlanda, o resto do mundo não teria pubs. O filme tem esta dedicatória sentida: "Para aqueles que ficaram. Para os que partiram. E para todos aqueles que estavam perdidos." A alguns o filme pode parecer muito cor de rosa, ainda que a preto e branco, dada a gravidade dos acontecimentos, mas a mim pareceu-me uma forma alternativa, perfeitamente razoável de encarar a adversidade: por via do humor e da esperança.

King Richard: um filme biográfico sobre o excêntrico pai, mentor e treinador das célebres tenistas Vénus e Serena Williams, que consegue ultrapassar constrangimentos diversos, a cor da pele, o berço social, impor-se e vencer num desporto tradicionalmente de brancos. A história do seu plano para as filhas é tão surreal que até parece devaneio criativo e não realidade. As interpretações de todos os intervenientes são realmente boas. É um filme muito polido em todos os aspectos, creio que bastante fiel à realidade, mas que não ficará na nossa/minha memória, a não ser, talvez, os fãs do ténis. O "Rei" reina, soberano, do princípio ao fim, num registo quase sempre idêntico, destinado a consagrá-lo aos olhos do público como um mago da perseverança e do impossível. Uma história de triunfo, como todas as que se querem ver, quando o tema é desporto. Smith é o grande favorito para levar para casa o Oscar de Melhor Actor. Parece-me bem, mas, como já todos os que me conhecem sabem, Andrew Garfield demonstrou muito mais versatilidade e emoções. E até Cumberbatch, a quem nunca vi ser menos que excelente, foi muito mais longe em Power of the dog.

CODA - Child Of Deaf Adults: E mais um remake!(Lembrem-se sempre: os remakes dão retorno e "money makes the world go round!")  A história é baseada em um filme francês de 2014, "La Famille Bélier", que não vi. Desde que estreou que foi adorado pelo público e crítica, somou prémios, e com razão, pois o filme realizado por Sian Heder tem uma equipa de actores perfeita, humor e coração. Todos querem abraçar a família Rossi interpretada por Emilia Jones, como Ruby, Marlee Matlin como a mãe, Troy Kotsur como o pai - Kotsur é o primeiro homem surdo a ser nomeado para um Oscar (actor secundário) - e Daniel Durant, como o irmão da jovem. Sim, está feito para ser agradável e agradar. Mas não deixem de o ver por isso, ou por pensarem que o seu trunfo é o ser um marco na jornada para a inclusão que Hollyood, uma empresa que ainda mal começou. É mau que neste remake, CODA, os personagens surdos sejam interpretados por actores surdos, embora sejamos conduzidos pelos acontecimentos através da filha ouvinte, Ruby? É a ditadura do politicamente recto que acabará por ditar o remake de ET com um ET genuino quando os encontrarmos? Não sejam mesquinhos. É um filme para celebrar, sim, na sua nomeação ao Oscar, e, quem sabe, no Oscar que tantos dizem que vai ganhar. É um filme sobre uma família especial, para todas as famílias. A jornada de Ruby, a adolescente, é também a da família. Uma e outra têm de aprender a crescer e a dar espaço ao futuro, ultrapassando o medo da mudança e da dependência, gerindo os conflitos que surgem no seu seio. A comunidade de surdos que tem sido sub-representada em Hollywood, tem aqui um clássico instantâneo. (A este propósito da sub-representação, que a muitos nada diz, evidentemente, pois é problema dos outros, não deles, refiro um pequeno grande filme, Peanut Butter Falcon, que contém um protagonista com síndroma de Dawn,
Zack Gottsagen, a quem foi oferecida uma excelente personagem principal, mas que nunca mais vi noutro papel. Só para terem a ideia de como somos ridículos: o jovem foi ao palco apresentar um filme nos Oscars, (2019) na companhia de Shia Laboeuf, o actor com quem contracenou no filme que referi. Um conhecido meu escreveu no Facebook que Hollyood era um nojo, que até um deficiente tinha colocado no palco para ser inclusiva. Pois, claro, nunca lhe passou pela cabeça que ele pudesse ser actor e que tivesse todo o direito de estar ali, ao lado de Shia. I rest my case.) Matlin, foi a primeira actriz surda a ganhar um Oscar em Children Of A Lesser God, em 1986. Já vimos em 2019 um outro filme sobre a comunidade surda, o interessante "Sound of Metal", sobre um baterista de heavy metal que começa a perder a audição e a sua luta para a recuperar. Também os bem sucedidos A quiet place I e II contam com a interpretação de uma actriz surda, Millicent Simmonds. CODA é a história de Ruby, uma adolescente, tão sensível como impulsiva, o único membro de uma família de pescadores de Gloucester que ouve. Ela, estuda no liceu ainda, levanta-se de madrugada para ir para a pesca no barco da família. Mas tudo muda quando planos para o seu futuro colocam em jogo o equilíbrio de laços familiares e rotinas de anos. Para ser cantora, terá de sair de casa o que significa que a família perderá a sua intérprete com os outros, num mundo que não está desenhado para assegurar as suas necessidades de forma simples. Um pequeno filme, sim, simples e simpático, mas nem por isso superficial.

Licorice Pizza: (nome de uma cadeia de discos do Sul da Califórnia, entretanto extinta) é um filme de Thomas Paul Anderson. Gostei de ver esta história adocicada, mas com uma pedrinha de sal, de um improvável par - um jovem de apenas 15 anos, muito confiante, empreendedor, que se apaixona por uma mulher mais velha, algo entediada com a vida e ainda a inventar-se - interpretados, respectivamente, por Cooper Hoffman - filho do meu favorito Seymor Hoffman, também dirigido por PAT em excelentes filmes, uma das razões que, desde logo, me levou a ver o filme - e Alana Haim enquanto deambulam por San Fernando Valley, Los Angeles, dos anos 70, como se fossem donos do mundo, experimentando aventuras diversas, afastando-se primeiro, apaixonando-se depois, enfim, crescendo. É um filme para ver descontraidamente, onde tudo pode acontecer ao virar da esquina, sem nunca sabermos bem o que esperar da cabeça das crianças, jovens e adultos, que se cruzam nas ruas e espaços deste filme, sempre em movimento contínuo, - muito, muito corre o jovem Gary! - onde há desde conversas sonhadoras a aventuras algo  perigosas, além de boa música. Bradley Cooper, Sean Penn e Tom Waits também nos brindam com personagens capazes e interessantes, apesar de por breves momentos, ou seja, há sempre algo para nos prender em Licorice Pizza, onde se experimenta a melancolia, a doçura, o desencanto, a esperança, e o perigo de ser jovem e apaixonado.

Power of the dog: já se escreveram linhas e linhas sobre este (anti) western de Jane Campion sobre um cowboy com mau feitio, o seu irmão de bom coração, a cunhada doce e alcoólica e o seu filho delicado. O que pode acontecer entre dois irmãos no seu rancho isolado, no Montana, tão diferentes mas tão dependentes um do outro - são adultos e ainda dormem no mesmo quarto - quando um elemento estranho é introduzido nessa relação? Rose (a esposa intrusa, recém chegada ao rancho) a tentar dominar a Marcha Radetzky, de Strauss, ao piano enquanto Phill (o cowboy grosseiro mas culto, e homofóbico) a desconcerta e apoquenta ao tocar a marcha, de forma exímia no seu banjo, é apenas um exemplo do mal subtil que percorre este filme, irrepreensível no que toca a interpretações e tudo o mais. Sam Elliot, que entrou em muitos westerns, como é sabido, disse que Power of the dog era uma merda e até parece que rebaixou a realizadora por ser mulher! Para muitos Sam Elliots, não há aqui história, o filme é vagaroso escusadamente, em suma, uma porcaria, as 12 nomeações que o consagram, não farão sentido. Mas, de facto, é um bom filme e não agradar a todos é o seu menor defeito. Gostei sobretudo do seu rigor e do facto de não entregar tudo de bandeja e de forma fácil para nos cativar.  Podia ser menos lento? Podia. Mas esse andamento transmite uma certa qualidade do Oeste, num tempo menos corrido que o nosso. Não me importo de ver um carro a seguir vagarosamente pela estrada: isso comunica-me que nos anos 30 a vida corria devagar, havia muito tempo para queimar a revisitar memórias, sentimentos, a conviver com o horror, ou planear vinganças. É também um filme que entra na "categoria" dos filmes sobre gays, o que logo gera algum incómodo junto de alguns, mas que trata a homossexualidade de uma forma contida e psicologicamente conturbada,  sem tornar a personagem querida do público ou acessível o seu segredo, que o consome consumindo os outros à sua volta, intoxicando todos os relacionamentos. A história desdobra-se em fragmentos, exige contínua interpretação e atenção. Não achei que tenha tido um final surpreendente, como tantos dizem, já que desde a narração inicial de Peter/Kodi Smit McPhee logo a tragédia me pareceu traçada: ele iria proteger a sua mãe Rose/Kirsten Dunst de todo o mal independentemente da solução encontrada. Essa pista não devia ter existido para a surpresa ser total. Todavia, se não foi devastador o seu final, porque esperado, o que dizer da cena em que Phil/Cumberbatch, sabendo que vai morrer, procura o rapaz, seu protegido, ou talvez a sua nova paixão, mas também o seu carrasco, para lhe oferecer a corda que teceu para ele? Poderá não ser o melhor filme do ano para muitos, mas oferece muito a quem mantiver um olhar atento - só alguns conseguem ver as sombrasdo cão projectadas na montanha - e não tenha pressa de ir a algum lugar.

Dune: outro remake! Gostava de já ter escrito em profundidade sobre Dune, mas talvez me esteja a guardar para a segunda parte. A primeira adaptação em duas partes do clássico romance de ficção científica de Frank Herbert é um filme impressionante em termos visuais. Fiquei completamente deslumbrada pela experiência de cinema que este filme proporciona. É um grande, grande espectáculo, repleto de beleza a todos os níveis, realizado de forma magistral, com um aprumo à prova de críticas. Isso impressionou-me mais que todo o resto, história, interpretações, etc. Um filme de ficção científica nunca ganhou o Oscar de Melhor filme mas acredito que isso poderá acontecer quando Villeneuve fizer a segunda parte. Para já terá de se contentar em levar para casa os Oscars técnicos todos.

Drive my car: um belo e sereno filme japonês de três horas - não se assustem, que não se dá pelo tempo a passar! - sobre um diretor teatral que possui um Saab 900 vermelho, antigo e bem cuidado, que conduz pela cidade de Tóquio enquanto escuta a voz da sua esposa morta a recitar tio Vanya numa cassete. A sua vida vai mudar quando ele é obrigado a usar os serviços de uma motorista, Misaki, enquanto seleciona actores e ensaia uma peça em Hiroshima, já que sente não poder mais interpretar a personagem da peça de Checov, agora que Oto, a mulher, morreu. Este tio Vanya é uma produção multi-lingua, ele é conhecido por seus métodos não convencionais: a peça conta com actores de diversas nacionalidades que interpretam seus papéis em sua língua nativa, usando linguagem de sinais, mandarim, japonês, coreano, etc. O filme é sobre o luto, o amor e a perda, a culpa e a dúvida, a compaixão, o poder das palavras, a arte como refúgio para as infelicidades desta vida e a aceitação do que vivemos e somos. O desfecho é inesquecível. É uma adaptação muito feliz de uma história de Haruki Murakami pela mão do talentoso realizador japonês Ryûsuke Hamaguchi, que não devem deixar de ver, se gostarem de bom cinema, de um cinema introspectivo e exploratório sobre a condição humana. Para mim, o melhor filme do ano. 


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