A despedida do vice-almirante Henrique Gouveia e Melo

 


O vice-almirante Henrique Gouveia e Melo tem hoje o último acto oficial enquanto coordenador da "task-force" - que incluiu militares dos 3 ramos das Forças Armadas, cerca de três dezenas de militares de elite, entre médicos, matemáticos, estrategas, analistas - para a vacinação.  Devemos enaltecer e agradecer o seu excelente trabalho - e da equipa que ele coordenou, e talvez também de todos os outros envolvidos no terreno - de planeamento e  logística que foi um sucesso.  Neste momento, 84,3% da população portuguesa já está totalmente vacinada e o país está perto de atingir os 85%, desta maneira se confirmando o fim da missão assumida a 3 de Fevereiro no contexto da pandemia de covid-19.


Em Agosto último, o vice-almirante Gouveia e Melo foi recebido em Odivelas por manifestantes anti-vacinas quando chegava ao centro de vacinação local. Encarando os protestos com naturalidade, afirmou que vivemos numa democracia e que todos têm direito a opinião, alertando para o verdadeiro inimigo: o negacionismo e o obscurantismo. Sublinhou que a pandemia é perigosa e que não devemos ter medo das vacinas. O apelo à vacinação dos jovens teve mais êxito do que a campanha eleitoral das Autárquicas: dos cerca de 180 mil inscritos, 102 mil foram receberam a primeira dose da vacina contra a covid-19. À saída,  atravessando o protesto calmamente, Gouveia e Melo elogiou os jovens que se vacinaram e apelou aos restantes para o fazerem. 

Este fenómeno do "negacionismo" não é novo, existiu até durante a gripe espanhola. O que é novo é que sejam alvo de tanta atenção dos media, o que somado à sua intensa actividade nas redes sociais tenha criado a ilusão de serem uma imensa maioria. Afinal, feitas as contas, pelo menos em Portugal, a montanha pariu um rato: neste momento está quase 85% da população vacinada.   Simplicidade, capacidade de liderança e negociação, objectividade, controlo, responsabilidade é disso que se fez o êxito alcançado por este homem. Que seja um exemplo e possa inspirar para futuro. 

Por falar em montanha, a humanidade parece não capitalizar no conhecimento, felizmente apenas uma pequena parte dela. Qual não foi o meu espanto quando me contaram - e, juro, que tive de ir confirmar à internet pois pensava que estavam a brincar comigo - que havia "negacionistas do vulcão". Sim, leram bem. Há streaming em directo do local, imagens de satélite, fotografias, vídeos com reportagens e testemunhos dos habitantes da ilha, postagens no Facebook, Twitter e mais, mas há quem negue. Para os negacionistas do vulcão, as causas da erupção são variadas, pouco ou nada naturais e próprias do funcionamento do nosso planeta. Entram no âmbito de poderes especiais de um Manhattan dos Watchmen isolado em Marte! E porquê? É tudo uma conspiração para nos esquecermos das vacinas!



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