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Let me cut a long story short. Eu gosto de ler a edição internacional do The Guardian.  Gosto do aspecto que tem, gosto de ler as suas publicações, gosto até deste pedido para que os leitores contribuam para o manter vivo. É habitual dizer-se que eles, os leitores típicos do The Guardian, são ambientalistas que gostam de abraçar árvores, hippies de sandálias, e coisas assim. Bem, eu preocupo-me com o ambiente, gosto de sandálias, mas não me considero uma hippie. Uma curiosidade: o The Guardian é famoso por conter erros ortográficos amiúde e por isso os britânicos chamam-lhe afectuosamente The Grauniad. Paralelamente é também famoso e  respeitado pela qualidade das suas matérias. 

Eis umas linhas retiradas do último artigo que li no The Guardian. O título: ‘Heat dome’ probably killed 1bn marine animals on Canada coast, experts say.  Christopher Harley, um biólogo marinho da University of British Columbia, calculou que uma quantidade colossal de animais marinhos podem ter sido mortos pelo calor incomum que se fez sentir na zona. Ao caminhar pela costa de Vancouver as cascas de mexilhões estalavam sob os seus pés. O cheiro de mexilhões podres, muitos dos quais foram cozidos pela água anormalmente quente, era intenso. Caracóis, estrelas do mar e mariscos apodreciam nas águas rasas. Os mexilhões são moluscos resistentes, tolerando temperaturas acima de 30 graus. Outras espécies mortas encontradas foram  anémonas do mar,  peixes-rocha e ostras. Esta situação deveu-se a um fenómeno chamado "cúpula de calor": as temperaturas aproximaram-se dos 50º, um inferno quer para as criaturas marinhas quer para os humanos.

Por cá, na edição internacional do Notícias ao Minuto, isto é, na secção "MUNDO",  o episódio de temperaturas extremas no Canadá teve direito a um tratamento extremo no que toca a criatividade. Talvez porque ninguém em Portugal queira saber do que acontece aos mexilhões no Canadá, o escriba de serviço resolveu ser criativo a ver se cativava os leitores e escrever  que "a onda de calor cozeu as águas"! A notícia foi publicada no dia 13 mas hoje, dia 28, continua online com esta estranha redacção. Ninguém se manifestou, nem eu, claro, que, como sempre rumei ao The Guardian para ler sobre a escaldante notícia sos moluscos mortos. Mas, caramba, as pessoas andam mesmo distraídas. A ninguém terá dado nas vistas a existência deste novo fenómeno? Não me refiro, claro, à "cúpula de calor", - que alguém no Notícias ao Minuto ainda há-de digitar como "cópula de calor" - mas sim ao fenómeno das Águas que são cozidas pelo calor? Águas que não estão habituadas a temperaturas tão elevadas?!  É ler para crer e leva menos de um minuto.






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