Els Dragt: a exploradora de tendências


Neste vídeo da UX Alive Conference 2018 que teve lugar entre 3 e 4 de Maio, em Istambul, podemos ficar a conhecer o que faz Els Dragt. Com mais de 15 anos de experiência, a palestrante  Els Dragt trabalhou em várias agências de pesquisa e apresentou tendências para uma infinidade de clientes, desde organizações sem fins lucrativos até comerciais, tais como Viacom, Nike, ABN AMRO, City Football Group e o Ministério Holandês de Assuntos Gerais. Els publicou vários livros relacionados com "tendências", como "Como pesquisar tendências" (BIS Publishers, 2017). Como palestrante convidada, ela compartilha sua experiência com estudantes de todo o mundo. De acordo com Els, é importante  entender as tendências de uma perspectiva humana. É preciso re-aprender a olhar o mundo e o poder de explorar olhando de diferente perspectiva. Como detectar tendências, analisá-las e aplicar as percepções de tendências identificadas?



No vídeo, Els começa por se apresentar como uma "exploradora do futuro" e diz que pensar no futuro é algo que a humanidade tem feito desde sempre, algo que até fazemos diariamente. Ela não fica a olhar para uma bola de cristal, utiliza para o efeito um método que se chama "Trend research" através do qual procura a ciência da mudança no presente. Através das mudanças que estão já a acontecer é então possível explorar diversos futuros. Na palestra ela desmistifica o método, dizendo que é possível aplicá-lo no nosso trabalho e até vida pessoal.  Não se trata de prever, trata-se de explorar, diz Els. A pergunta chave a ter em mente é "what if"? E se a tendência for que a inteligência artificial tome conta da tecnologia e da nossa vida? E se a contra-tendência for a recusa das pessoas em ceder os seus dados e começarem a escolher ficar sistematicamente desconectadas? É preciso explorar todas as direcções. Antecipar ajuda-nos a preparar para os diversos futuros e até escolher o nosso preferido. Els diz que se foca menos na tecnologia que aparece do que no lado humano da tecnologia, isto é, por que razão queremos usar aquela tecnologia específica. Ela surge para responder a que necessidade ou falha? Como se faz? Em três fases: Scan - Analyze- Apply. 

Examinar o que nos rodeia para identificar a mudança, sem um foco específico, sem fronteiras, o que está a acontecer que é novo e excitante. O âmbito é muito alargado. Els presta atenção e algumas pessoas específicas: os "fazedores de mudança", pessoas que criam inovações. Os criadores podem ser de todo o tipo: académicos, empresários, designers, artistas, em suma, "visionários". Faz triangulação e estudo de números, mas também trabalho de campo, outras coisas práticas como observar revistas, ouvir podcasts, ler ficção científica, tudo isto serve para alargar a perspectiva do que o futuro poderá ser. Els também visita os locais onde as pessoas criativas vivem e o que acontece, festivais, etc.Tudo isto serve para reunir sinais e manifestações de mudança. 

Analisar as razões que levam a essas mudanças. A seguir é preciso "ligar os pontos" e encontrar o seu significado, encontrar a história que contam. Els diz que usa um método analógico: ela imprime as suas "provas" e faz painéis de parede, que são pesquisados por ela e outras pessoas com o objectivo de encontrar padrões. Podem ali existir histórias semelhantes ou histórias diferentes. Uma vez identificada a tendência é preciso conseguir expressá-la por palavras, linguagem visual e até imagens mesmo, que consigam comunicá-las ao público.

Aplicar a informação recolhida a um qualquer aspecto da vida profissional ou pessoal. Depois de ter recolhido a informação é preciso usá-la. Mas se são tantas as "trends" identificadas, enquanto marca ou organização, como saber qual eleger para mim? O normal será priorizar ou selecionar as que melhor servem a marca ou organização. Este método pode ajudar a encontrar ângulos inesperados para estratégias de comunicação ou produção de produtos e serviços.

Sugestão de leitura

Don Norman: o termo UX ( User Exeperience) 

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