Vai um doce na Terça-Feira Gorda?
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Desta pintura, sempre ouvi deizer que opunha dois contrários, o Carnaval e a Quaresma, que aqui estavam em cena como que num duelo. Foi feita por Pieter Bruegel, o Velho, na Holanda, em 1559, e pode ser aqui vista aqui com maior detalhe. Gosto bastante destas pinturas repletas de detalhes que representam uma multitude de cenas por onde podemos passear o nosso olhar e descobrir uma história, ou mesmo muitas, dentro da história.
O pintor escolheu pintar como se observasse tudo de um ponto mais elevado. Ou até como se fosse uma ave observadora da natureza humana. Assim representou uma buliçosa praça flamenga onde à esquerda se pode observar uma hospedaria, à direita uma igreja e ao fundo um conjunto de característicos edifícios. Hospedaria e igreja são símbolos do que está em jogo, de um lado, o Carnaval, e os excessos, o prazer; do outro, a Quaresma, os valores cristãos, a temperança.
Em primeiro plano, dois cortejos opostos, que parecem ir passar um pelo outro: é o Carnaval que se despede e a Quaresma que chega. Duas personificações destacam-se: um gordo vestido de cores garridas, sentado num barril, com facas à cintura: é um açougueiro. Tem uma tarte de pássaro negro que ameaça tombar da sua cabeça! É o Príncipe do Carnaval. Tem na mão um espeto com uma cabeça de porco e variadas carnes e é seguido por músicos e jogadores. A senhora vestida em cinza, magra, é puxada numa carroça, é seguida por um séquito que se desdobra em obras de caridade: ali estão inválidos, mulheres com crianças de colo, e outros pedintes de mão estendida. É a Quaresma e tem uma pá com arenques e um cortiço, que é um símbolo do Cristianismo, na cabeça. As armas de ambas as figuras são simbólicas, são alimentos, que se caracterizam por serem ou gordos ou magros, mais adequados ao prazer ou ao jejum.
Para lá deles vemos músicos, gente que dança, crianças que brincam, aleijadinhos, gente que carrega sacas, que lava fachadas de casas, que briga, vendedores de peixes, uma procissão, fiéis que saem da igreja com as suas cadeiras...e outros. Bruegel pintou aqui também uma representação da luta entre Lutero e a Igreja, o conflito religioso traduzido entre a Reforma Protestante e a reação da Contra reforma, emanada do Concílio de Trento em 1547.
Quem não fica com vontade de fazer umas panquecas depois de ver aquela mulher dobrada sobre o lume, tão atarefada, e o prato com ovos em cima da mesa?! Só para eu não me sentir tão sozinha na minha gulodice, deixo a tentação de uma sobremesa doce para a Terça-Feira de Carnaval. Eis a receita, muito simples, do sempre apreciado Doce da Casa!
Doce da Casa
Ingredientes:
1 lata de leite condensado
2 medidas (medida da lata de leite condensado) de leite
1 colher de sobremesa de farinha Maizena
5 ovos
1 pacote de natas
3 colheres de sopa de açúcar
Bolacha Maria q.b.
Preparação:
Partir os ovos, separar as gemas e reservar as claras.
Num tacho, juntar o leite condensado, as gemas e o leite, onde se diluiu a farinha Maizena.
Levar a lume brando. Ir mexendo sempre até engrossar. Retirar do lume, deitar numa terrina e deixar arrefecer.
Bater as claras em castelo. Bater as natas com o açúcar numa taça. Envolver claras e natas.
Bater as claras em castelo. Bater as natas com o açúcar numa taça. Envolver claras e natas.
Colocar uma camada de 2 bolachas Maria embebidas em café - ou leite morno com essência de baunilha, em cima do primeiro preparado.
Sobre as bolachas, colocar então as claras e natas acabadas de envolver.
Levar ao frigorífico.
No momento de servir polvilhar com bolacha Maria picada ou com raspas de chocolate.
Também se podem criar mais camadas:
2ª bolacha embebida
3ª claras e natas
Repetir!
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