Não sou dona do corpo da minha criança!
Ainda Daniel Cardoso. Fiz uma pesquisa pouco científica no Google e encontrei uma publicação que originou, nos EUA, uma polémica quase tão grande quanto a afirmação dele nos Prós e Contras.
Atentem na última afirmação, de Jennifer Lehr, e no grau de complexidade que ela assume que uma criança será capaz de fazer ao ser instruída por um progenitor para dar um beijo no avô: "A mensagem que uma criança recebe é que o estado emocional de alguém é da sua responsabilidade e que ela deve sacrificar o seu próprio corpo para alimentar o ego de outra pessoa ou ainda satisfazer seu desejo de amor ou afeição. " Onde estão estudos científicos ao nível da pedagogia e da psicologia infantil de onde uma tal conclusão se possa inferir já não digo com certeza absoluta mas com alguma probabilidade? Não estamos no campo das ciências exactas, claro. Para reflectir.
O assunto parece ter começado a ganhar alguma tracção a partir de uma publicação de Kattia Hetter. Em 2015, a psicóloga norte-americana Irene van der Zande defendeu num artigo de Kattia Hetter, intitulado I don't own my child's body , que embora uma criança deva tratar as pessoas com respeito, ela não precisa oferecer afeição física para lhes agradar. E quanto mais cedo ela aprender que é dona de si e se tornar responsável pelo seu corpo, melhor para ela. "Quando forçamos as crianças a submeterem-se a afeição indesejada, a fim de não ofender um parente ou ferir os sentimentos de um amigo, ensinamos-lhes que seus corpos não lhes pertencem porque têm que deixar de lado seus sentimentos sobre o que lhes parece certo. Isso faz com que crianças sejam abusadas sexualmente, meninas adolescentes se submetam a comportamentos sexuais para que "ele goste de mim" e a que crianças sofram com o bullying porque todos"se estão a divertir".
O assunto parece ter começado a ganhar alguma tracção a partir de uma publicação de Kattia Hetter. Em 2015, a psicóloga norte-americana Irene van der Zande defendeu num artigo de Kattia Hetter, intitulado I don't own my child's body , que embora uma criança deva tratar as pessoas com respeito, ela não precisa oferecer afeição física para lhes agradar. E quanto mais cedo ela aprender que é dona de si e se tornar responsável pelo seu corpo, melhor para ela. "Quando forçamos as crianças a submeterem-se a afeição indesejada, a fim de não ofender um parente ou ferir os sentimentos de um amigo, ensinamos-lhes que seus corpos não lhes pertencem porque têm que deixar de lado seus sentimentos sobre o que lhes parece certo. Isso faz com que crianças sejam abusadas sexualmente, meninas adolescentes se submetam a comportamentos sexuais para que "ele goste de mim" e a que crianças sofram com o bullying porque todos"se estão a divertir".
Já Ursula Wagner , uma terapeuta, é citada por aquela: "Forçar as crianças a tocar as pessoas quando elas não querem, deixas-as vulneráveis a abusadores sexuais, a maioria das quais são pessoas conhecidas pelas crianças que abusam." Continua. " Às vezes uma criança pressente algo estranho no seu cunhado que ninguém se apercebeu."
Sharon Silver da Parenting Coach opina que "é algo dentro da criança que diz quando qualquer coisa está errada. Treinar seu filho para prestar atenção a esses instintos pode protegê-lo no futuro. "
Jennifer Lehr, autora do livro Parent Speak, questiona se gostaria que sua filha fizesse sexo com o namorado simplesmente para o fazer feliz. E diz que os pais que justificam ordenar aos filhos que beijem a avó podem dizer que esse tipo de obrigação é diferente, mas de facto não é. Pedir às crianças para beijar ou abraçar um adulto que elas não querem tocar ensina as crianças a usar o corpo para lhe agradar ou a outra pessoa com autoridade, ou, na verdade, a qualquer pessoa. A mensagem que uma criança recebe é que o estado emocional de alguém é da sua responsabilidade e que ela deve sacrificar o seu próprio corpo para alimentar o ego de outra pessoa ou ainda satisfazer seu desejo de amor ou afeição. Certamente nenhuns pais gostariam que seus filhos adolescentes ou jovem adultos se sentissem pressionados a retribuir avanços sexuais indesejados, mas muitos ensinam seus filhos desde tenra idade que é sua missão usar os seus corpos para fazer os outros felizes."
A pensar nisto tudo, e porque se aproxima a quadra natalícia, aqui vos deixo mais uma razão de preocupação. Em Dezembro, quando forem ao centro comercial, parem, escutem, olhem e evitem o homem de vermelho. Foi retirado da página Safe kids, thriving families: "Não é engraçado ou fofo quando seus filhos choram ao sentar no colo do Pai Natal. Eles estão a expressar o desconforto que sentem quando as fronteiras do corpo são ultrapassadas. Algumas crianças podem gostar deste ritual festivo. Outras claramente não. Usem esta oportunidade para mostrar às crianças que SEMPRE as escutam quando se sintam inseguras.
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