Com todo o respeito, Jorge Palma
Entre o caos e o desassossego,
Eixos do mal,
Desordem mundial,
Há tanta gente quilhada.
Com todo o respeito
Andamos por aí
Sempre a mandar vir
Como é que é
Entre a cerveja e o café
Contestatários inatos.
Com todo o respeito
Temos de pagar pelo material de guerra.
Desaparecem os blindados.
A república sabe receber bem,
Gasta milhões que, por acaso, não tem.
O papa deu um grande passo em frente
Até já concorda com a camisa,
Mas só em casos fatais
Com todo o respeito
Este parque automóvel corta a respiração
Muito acima da nossa realidade
Alguém vai ter de pagar
Com todo o respeito
Os centros comerciais engolem a gente
Alguns vão comprar, outros só vão olhar
E há quem consiga roubar
Com todo o respeito
Enquanto os sem-abrigo se vão arrumando, entre
Recordações e algumas mantas,
Outros cuidam da sua aparência
E droga circula à nossa frente
Tanta corrupção neste país,
Arrogância e ganância sempre impunes
E a sopa dos pobres, lá estão!
Com todo o respeito
Os impostos disparam, apertamos o cinto.
Isto é para toda a gente, salvo raras exceções
Até alguém dizer: chega
Com todo o respeito
Falta virem taxar-me pelo ar que respiro,
Pelo passo que dou, cada vez que espirro.
Hão-de arranjar maneira
Com todo o respeito
E tu, meu amor, que gostas tanto de mim
Juraste ser leal, até ao fim.
Tivemos tantos sonhos, fizemos projetos
Alguns tiveram quase sucesso.
Dizias, meu amor, que eu era tudo para ti,
Mas nunca me falaste do teu amante
Só para me evitares o desgosto
Com todo o respeito
Eeeh! Pra me evitares o desgosto
Com todo o respeito
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