S. João na Figueira da Foz


Os meus leitores já devem ter pensado que emigrei. Não seria de admirar pois todos os dias mais pessoas abandonam o país. Mas não, ainda estou por cá. Somente não tenho tido tempo para escrever nada. Nem pouco, nem muito. O blogue parou no tempo. Não é coisa inédita, já por diversas vezes o desgraçado ficou votado ao abandono. Tanta coisa, mas tanta que eu queria aqui ter partilhado. Algumas delas já não podem ser sequer aqui trazidas. Perderam todo o sentido de oportunidade. Há sempre uma maneira, dirão vocês. Mas, não, não é verdade. Por exemplo. Manjericos. Não vou escrever sobre manjericos no Natal quando todos estiverem a escrever sobre azevinho e musgo para fazer os presépios!! Por isso, e antes que chegue a meia-noite e acabe o dia de S.João, aqui vim mostrar o meu trio verde: o manjerico pequeno, o crescido e a planta de abacate, que terá direito a postagem própria, lá mais para diante.

O manjerico pequeno é do meu sobrinho. Plantaram na escola. Não sei como tem sobrevivido. O meu sobrinho mais depressa regaria o manjerico se ele estivesse no Farmville. Já a varanda parece situar-se num outro universo de muito difícil acesso. Não tendo visto água com frequência, o gajinho até tem crescido e nem está amarelo, embora eu não acredite que vá ser mais do que um arbustinho magricela. O meu manjerico já é mais encorpado mas não é bem o que eu queria, foi o que se pode arranjar. Foi comprado na ante-véspera do S. João. Conhecem o filme "desesperadamente à procura do manjerico pela Figueira"?! Não? Tive de ir a quatro lugares procurar a plantinha mais famosa das festas populares. A florista da terceira loja disse-me que este ano estava difícil, que os fornecedores dela lhe diziam que os manjericos estavam fracos ou que se tinham esquecido!Perguntei se no dia seguinte, no mercado de Buarcos, encontraria. Ela disse que não, o que me surpreendeu bastante! Mas indicou-me um supermercado e eu lá fui. Entrei e achei junto dos verdes, lá estavam eles. Eram apenas dois caixotes de manjericos. Vasculhei e no segundo caixote consegui encontrar um mais redondito. Com direito a quadra brejeira. Em casa transplantei-o para um vaso de barro pois manjerico em vaso de plástico, e de plástico mais mole que copo de máquina de café, não é manjerico. O tipo é bem cheiroso, mas pequenito. Até parece que a crise chegou também aos manjericos. Será que não há procura?! Na Figueira da Foz a autarquia ainda nem se lembrou de ameaçar o dia feriado! Mas os manjericos estão em crise...e parece que até os martelinhos foram substituídos por lacinhos luminosos de usar na cabeça?!! Por favor, digam-me que não é verdade, digam-me que a tradição do S. João não entrou em vias de extinção e que estes são os primeiros sinais. É que eu sempre gostei mais de Junho e do S.João do que de Dezembro e do Natal. Verdade. Juro pelo manjerico!

(Sobre a planta de abacate, aguardem!)

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