À boleia de um paramotor sobre Montemor-o-Velho!
Voar. Ninguém fica indiferente à experiência. Desde sempre o homem quis imitar os pássaros. Ou os insectos. Quis a Natureza que alguns animais evoluíssem e que desenvolvessem essa aptidão incrível para escapar aos seus predadores ou para procurar comida mais longe e sobreviver. Mas os seres humanos não. Quantos anos seriam precisos para que um ser humano desenvolvesse um par de asas? Seria isso possível? O morcego é um mamífero e tem um par de asas. Por isso...talvez sim!? Não sou cientista, apenas observadora. Mas se calhar nem os homens de ciência têm a resposta para uma pergunta tão louca, só talvez a Natureza. Mas seria preciso esperar e o homem tinha pressa. Não podia esperar por milhares de anos de evolução. A sua inteligência permitiu-lhe passar a perna à mãe Natureza e tornar o sonho realidade. A aventura de voar levou-o longe, o homem já pisou o solo lunar. Quem sabe um dia não conseguirá voar até BX442, uma galáxia tão longínqua que só o Hubble a conseguiu ver.
Hoje o homem comum tem muitas formas à disposição para conquistar os céus: dos aviões que transportam centenas de passageiros aos românticos balões de ar quente e silenciosos planadores, por necessidade, ou por prazer, muitos são aqueles que já deixaram a superfície da terra e se elevaram no ar. Na região onde vivo é comum observar parapentes e paramotores, muitas vezes eu vejo-os da minha janela, a pairar sobre o mar, silenciosos, - os parapentes - ou mais ruidosos, os paramotores. Ontem, por mero acaso, descobri um video da zona de Montemor-o-Velho filmado a partir de um paramotor. O autor, piloto do paramotor, chama-se Pedro Ferreira, reside no concelho de Montemor e tem 28 anos. Dedica-se ao voo desde 2010. Ambos concordamos com a beleza da região. Quer a pé, quer vista do ar, é das paisagens mais bonitas que conheço.
Aproveitei para pedir ao Pedro que me explicasse alguma coisa sobre este desporto radical do qual não sabia nada. Ele referiu que, basicamente, paramotor se resume nesta equação: parapente + motor = paramotor. "O parapente, basicamente é uma asa tipo pára-quedas desenhado para planar. O problema do voo em parapente é que é necessária uma enorme quantidade de factores para fazer voar um aparelho destes: vento, relevo, altitude, térmicas (ar quente), etc. Com a junção de um motor, o parapente passa a paramotor e isso torna-o numa aeronave capaz de ser pilotada com maior facilidade, independentemente da altitude ou dos outros factores. Pode-se, p.ex.,descolar do chão plano e ganhar altitude bastando para isso acelerar o motor."- explicou-me o Pedro.
Ora, aí está. O paramotor é uma evolução do parapente. É assim que o vejo. Há mais controlo, eu gosto disso. Embora quer um quer outro me deixem bastante assustada pela aparente fragilidade de meios envolvida, o paramotor parece-me agora mais seguro depois da explicação do Pedro. No entanto, o parapente deve ser um voo mais agradável, desde logo mais silencioso, mais próximo da experiência dos voo dos pássaros!
Confessei ao Pedro que, amedrontada como sou, nunca seria capaz de experimentar algo assim, e questionei-o quanto ao perigo da aventura! "Quanto à perigosidade, é tudo muito relativo... - disse o Pedro. - A formação teórica e prática permite-nos, de certa forma, evitar comportamentos menos adequados, mas contudo têm ocorrido alguns acidentes. Estatisticamente os acidentes ocorrem em pilotos com mais experiência, porque estão mais dispostos a arriscar e a tentar manobras novas. Os pilotos principiantes raramente sofrem acidentes, talvez por estarem mais receosos e não se sentirem tão à vontade. Em relação ao equipamento, é muito raríssimo ocorrem falhas. Mesmo quando o motor se desliga, a asa permite planar e aterrar com máxima segurança.Basicamente, posso afirmar que, se um piloto não "inventar" muito pode voar com uma enorme tranquilidade e segurança!"
Depois destas palavras, alguns de vocês já devem estar com vontade de tentar um voo de paramotor. Então vamos lá a saber algumas coisas práticas, como, por exemplo, os custos envolvidos. É preciso aprender a pilotar e é preciso adquirir o equipamento. Quanto é preciso investir para provar o gostinho da liberdade? O Pedro informa: "O preço de um curso de piloto de paramotor ronda os 800€. Um motor novo ronda os 2500€ e uma asa (ou parapente) custa entre 1500-2500€. Mas hoje em dia encontra-se muito material usado a bons preços e em muito bom estado."
Outro aspecto que me deixou curiosa foi a câmera que o Pedro Ferreira estava a utilizar. Reparem no ângulo e na qualidade da imagem. Que câmera é que se leva para filmar lá em cima? Perguntei, a propósito, se o Pedro gostava de cinema... "A câmera que uso é uma GoPro Hero 2." - respondeu o piloto - Trata-se de uma câmera de desportos radicais que pode ser fixada em vários pontos, no meu caso é no capacete. Filma em Full HD.
É a única câmera que tenho. Adoro cinema e gostava de ter uma câmera melhor para fazer umas "brincadeiras", mas infelizmente, dada a situação económica que atravessamos, é de momento impossível. Tenho uma máquina fotográfica e faço umas fotografias, embora sem grande qualidade técnica.
E para o final desta pequena entrevista ficou a pergunta por onde talvez devesse ter começado. Como é que o Pedro se apaixonou pelo paramotor? O Pedro despertou muito cedo este desporto, ele tinha sensivelmente 4 anos de idade quando descobriu os parapentes nos céus." Nessa altura vivia com os meus pais nos Alpes suíços - éramos emigrantes - e lembro-me perfeitamente de ficar horas na varanda a observar os parapentes que aterravam no terreno ao lado. Muitos anos depois, e já em Portugal, tomei conhecimento que por cá também já existia quem praticasse esse desporto. Meti conversa com um tio de um colega meu, que é piloto, e pedi-lhe para voar com ele. Ele aceitou logo e quando estavamos no ar soube logo que era aquilo que eu queria! E pronto, fui logo tirar o curso meses depois!
Para as pessoas medrosas, como eu, é um privilégio ir à boleia das filmagens do Pedro Ferreira e poder ver o que ele vê do ar. Espero que os meus leitores também apreciem as imagens de Montemor-o-Velho e lhe deixem muitos Likes no Youtube como agradecimento pela partilha e incentivo para que continue a filmar para nós.
Hoje o homem comum tem muitas formas à disposição para conquistar os céus: dos aviões que transportam centenas de passageiros aos românticos balões de ar quente e silenciosos planadores, por necessidade, ou por prazer, muitos são aqueles que já deixaram a superfície da terra e se elevaram no ar. Na região onde vivo é comum observar parapentes e paramotores, muitas vezes eu vejo-os da minha janela, a pairar sobre o mar, silenciosos, - os parapentes - ou mais ruidosos, os paramotores. Ontem, por mero acaso, descobri um video da zona de Montemor-o-Velho filmado a partir de um paramotor. O autor, piloto do paramotor, chama-se Pedro Ferreira, reside no concelho de Montemor e tem 28 anos. Dedica-se ao voo desde 2010. Ambos concordamos com a beleza da região. Quer a pé, quer vista do ar, é das paisagens mais bonitas que conheço.
Aproveitei para pedir ao Pedro que me explicasse alguma coisa sobre este desporto radical do qual não sabia nada. Ele referiu que, basicamente, paramotor se resume nesta equação: parapente + motor = paramotor. "O parapente, basicamente é uma asa tipo pára-quedas desenhado para planar. O problema do voo em parapente é que é necessária uma enorme quantidade de factores para fazer voar um aparelho destes: vento, relevo, altitude, térmicas (ar quente), etc. Com a junção de um motor, o parapente passa a paramotor e isso torna-o numa aeronave capaz de ser pilotada com maior facilidade, independentemente da altitude ou dos outros factores. Pode-se, p.ex.,descolar do chão plano e ganhar altitude bastando para isso acelerar o motor."- explicou-me o Pedro.
Ora, aí está. O paramotor é uma evolução do parapente. É assim que o vejo. Há mais controlo, eu gosto disso. Embora quer um quer outro me deixem bastante assustada pela aparente fragilidade de meios envolvida, o paramotor parece-me agora mais seguro depois da explicação do Pedro. No entanto, o parapente deve ser um voo mais agradável, desde logo mais silencioso, mais próximo da experiência dos voo dos pássaros!
Confessei ao Pedro que, amedrontada como sou, nunca seria capaz de experimentar algo assim, e questionei-o quanto ao perigo da aventura! "Quanto à perigosidade, é tudo muito relativo... - disse o Pedro. - A formação teórica e prática permite-nos, de certa forma, evitar comportamentos menos adequados, mas contudo têm ocorrido alguns acidentes. Estatisticamente os acidentes ocorrem em pilotos com mais experiência, porque estão mais dispostos a arriscar e a tentar manobras novas. Os pilotos principiantes raramente sofrem acidentes, talvez por estarem mais receosos e não se sentirem tão à vontade. Em relação ao equipamento, é muito raríssimo ocorrem falhas. Mesmo quando o motor se desliga, a asa permite planar e aterrar com máxima segurança.Basicamente, posso afirmar que, se um piloto não "inventar" muito pode voar com uma enorme tranquilidade e segurança!"
Depois destas palavras, alguns de vocês já devem estar com vontade de tentar um voo de paramotor. Então vamos lá a saber algumas coisas práticas, como, por exemplo, os custos envolvidos. É preciso aprender a pilotar e é preciso adquirir o equipamento. Quanto é preciso investir para provar o gostinho da liberdade? O Pedro informa: "O preço de um curso de piloto de paramotor ronda os 800€. Um motor novo ronda os 2500€ e uma asa (ou parapente) custa entre 1500-2500€. Mas hoje em dia encontra-se muito material usado a bons preços e em muito bom estado."
Outro aspecto que me deixou curiosa foi a câmera que o Pedro Ferreira estava a utilizar. Reparem no ângulo e na qualidade da imagem. Que câmera é que se leva para filmar lá em cima? Perguntei, a propósito, se o Pedro gostava de cinema... "A câmera que uso é uma GoPro Hero 2." - respondeu o piloto - Trata-se de uma câmera de desportos radicais que pode ser fixada em vários pontos, no meu caso é no capacete. Filma em Full HD.
É a única câmera que tenho. Adoro cinema e gostava de ter uma câmera melhor para fazer umas "brincadeiras", mas infelizmente, dada a situação económica que atravessamos, é de momento impossível. Tenho uma máquina fotográfica e faço umas fotografias, embora sem grande qualidade técnica.
E para o final desta pequena entrevista ficou a pergunta por onde talvez devesse ter começado. Como é que o Pedro se apaixonou pelo paramotor? O Pedro despertou muito cedo este desporto, ele tinha sensivelmente 4 anos de idade quando descobriu os parapentes nos céus." Nessa altura vivia com os meus pais nos Alpes suíços - éramos emigrantes - e lembro-me perfeitamente de ficar horas na varanda a observar os parapentes que aterravam no terreno ao lado. Muitos anos depois, e já em Portugal, tomei conhecimento que por cá também já existia quem praticasse esse desporto. Meti conversa com um tio de um colega meu, que é piloto, e pedi-lhe para voar com ele. Ele aceitou logo e quando estavamos no ar soube logo que era aquilo que eu queria! E pronto, fui logo tirar o curso meses depois!
Para as pessoas medrosas, como eu, é um privilégio ir à boleia das filmagens do Pedro Ferreira e poder ver o que ele vê do ar. Espero que os meus leitores também apreciem as imagens de Montemor-o-Velho e lhe deixem muitos Likes no Youtube como agradecimento pela partilha e incentivo para que continue a filmar para nós.
Comentários
bem visivel, e o casarío. O rio, a pista de remo e os campos com os arrozais. Gostei muito!!!!
Felicidades para o Pedro, e para quem "tratou" do relato escrito...
Nossa que legal!
Parabéns pelo seu lindo cantinho!!!!!
Já estou te seguindo e desejando a você muito sucesso sempre!
Bjokas Silvana
http://srxlembrancinhas.blogspot.com