Como escolher um shampoo sem errar muito


Pois é, depois de me lembrar dos mariscos, lembrei-me do shampoo. Não do filme onde o cabeleireiro de Beverley Hills passava o tempo a andar de moto e a perseguir mulherio usando a camisa de folhos que um qualquer pirata deixou lá pelo estúdio!  Falo de shampoo com cheiros a frutos e flores, e coisas indistintas. Também é daquelas coisas que se consomem muito mais no Verão. Na prateleira do supermercado há quase tantos frascos como bivalves na zona dos peixes. São realmente demais, embora as embalagens se assemelhem. Há-os de todas as cores e de todos os aromas, e não param de aumentar. Para nutrir, para alisar, para manter a cor, para dar cor, para remover a caspa, e para todos os tipos de cabelo. De vez em quando inventam um novo tipo de cabelo até, se for preciso, para poderem inventar um novo shampoo!

Regra geral eu tenho duas regras para comprar shampoo. Uma delas é comprar um anti-caspa. Aí é fácil. De tempos a tempos as malditas partículas acumulam-se. Se tivesse piolhos eles poderiam fazer ski no meu couro cabeludo. Isso sucede em especial quando ando muito ansiosa. No Verão as partículas somem-se como se por magia! Porque será? Conclusão possível:o Inverno faz-me caspa! A outra regra é comprar um shampoo suave, para alternar, uma coisa para limpar, basicamente um detergente cheiroso. E aí uso o nariz. Tenho sempre de cheirar antes de comprar. Depois deixo o preço decidir a compra. Não ligo muito à ficha técnica nem às promessas que fazem na TV ou nos folhetos. É escusado pois sou uma descrente crónica. Eu nisto dos shampoos tenho uma convicção íntima inabalável: acho que todo o dinheiro que dermos a mais por uma embalagem de líquido com cheiros que faz espuma em contacto com a água e que se destina a limpar a cabeleira vai indefectivelmente pelo cano abaixo. Não vale a pena lutar contra a evidência. Tal como a planta se alimenta pela raíz, também o cabelinho. Coisas que a gente lhe meta em cima e que escorregam por ele abaixo em dois tempos na lavagem não servem de muito. O cabelo alimenta-se pelos folículos. Já a pele do couro cabeludo me parece uma superfície mais receptiva. Mas mesmo assim por vezes a caspa não desanda nem à 5ª lavagem.

Isto das promessas dos produtos capilares é zona quase tão movediça quanto a das promessas dos políticos, apenas cheiram melhor! Assim, para não me desiludir, eu fico-me pelo cheiro. Se o shampoo cheirar bem, é meio caminho andado para eu ficar feliz. Isso e que lave pelo menos como sabão amarelo. E depois vou à zona dos peixes e compro mexilhões. Este é o tipo de pensamentos que só ocorrem no Verão. Prometo para o Inverno elaborações mais eruditas...

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