Adriano Sousa Lopes no Dia da memória: 11-11-11

Armistício de Compiègne 1918 - assinatura no vagão de comboio na floresta de Compiègne


Adriano Sousa Lopes (1879-1944) foi o desenhador oficial nas trincheiras da primeira grande guerra e ficou conhecido como "o pintor da guerra". Realizou sete obras monumentais sobre a participação portuguesa na guerra de 1918 para o Museu Militar. 

Em França e em Inglaterra a 11ª hora, do 11ºdia, do 11º mês, não passa despercebida. Marca a hora em que os canhões se silenciaram, o dia é comemorado em grande, é feriado nacional.Também na Bélgica.No resto do mundo é vulgar as pessoas guardarem dois minutos de silêncio quando batem as 11 horas. Em Inglaterra o Remembrance Day também se chama Poppy Day porque as pessoas usam papoilas (de papel ou plástico) ao peito em nome de quantos se sacrificaram na guerra. 

O dia do Armistício -Armistice Day- foi renomeado Remembrance Day depois da Segunda Grande Guerra. O uso da papoila ficou a dever-se ao facto de um médico canadiano de nome John McCrae ter visto os campos de batalha pontuados de cruzes e cobertos de papoilas ano após ano durante a devastação da Flandres (Bélgica) e ter ficado tão impressionado que escreveu um poema, que começava por "In Flanders fields the poppys blow/Between the crosses, row and row,/ That mark our place: and in the sky/ the larks still bravely singing,fly/ Scarce heard amid the guns below."

Com o calendário repleto de efemérides de toda a ordem e dias nacionais e internacionais, e mundiais, com tantas iniciativas Blogger em que levamos o tempo a colocar selos e banners para mil e uma causas, é com alguma pena que constato que em Portugal apenas os núcleos militares e de ex-combatentes se agitam minimamente em torno desta comemoração que afinal respeita a um dos nossos bens mais preciosos:a liberdade. Quando estive na Bélgica uma das memórias mais impressionantes que trouxe da viagem foram as placas que em algumas das fachadas dos edifícios lembram o passado da guerra a quem por ali passa. Não se trata de mera história local, aquilo é também a nossa história, o nosso passado colectivo, e foi o nosso futuro. E,de facto, não se fica indiferente ao ler a lista de nomes de combatentes mortos. Nós também estivémos lá...

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