Chapa batida, maus vizinhos e cetáceos
Ora eu andava há muito tempo com vontade de mostrar aqui uma das mais horripilantes sequências de choques em cadeia que já vi no cinema, mas não tinha um bom pretexto. O filme é Final Destination 2. Dantes existia um video no YT com a música Insomnia dos Faithless, que resultava lindamente, mas parece ter sido removido. O video é não aconselhável a pessoas impressionáveis. É um desvario de velocidade e chapa batida, sangueeeeeeeeeeeee e explosões! Já não sei bem se vi o filme todo (na TV) ou se parei de ver quando esta cena termina. Quando comecei a escrever nem me lembrava do nome do filme, portanto não podia escrever sobre ele. Mas sabia que há pelo menos três a capitalizar na mesma ideia, e penso que os enredos giram todos em torno do pesadelo de que não se escapa ao destino e de que se alguém está destinado a morrer, e alguém ou alguma coisa se intromete, de nada servirá, pois a morte virá no seu encalço. Também sei que as vítimas morrem de forma rebuscada e rocambolesca porque espreitei no YouTube e há por lá a colecção das ditas mortes para os apreciadores do género.
Lembrei-me então de escrever uma postagem sobre condução desnorteada e de ilustrá-lo com o tal vídeo, já que me apetecia mostrar tamanho desastre, vá lá saber-se porquê. O meu instructor de condução costumava projectar vídeos de campanhas rodoviárias para nos sensibilizar para usar o cinto de segurança, manter a distância de segurança, essas coisas. Alguns eram realmente excelentes. Não obstante esses visionamentos eu ainda hoje de manhã fiz uns vinte quilómetros sem o cinto, ooops! Tão grave como ver-me projectada pela janela do carrito para os campos verdes e alagadiços do Mondego onde poderia morrer afogada já que nado como um prego, - sempre adorei esta expressão – ou intoxicada pelos adubos, seria desembolsar um dinheirito valente pela contra-ordenação. Acho que tenho que meter um post it no pára-brisas a dizer senta-te e cinta-te!! É que já não é a primeira vez que acontece!!! Estou claramente a brincar com uma situação séria: este não é um video educativo ou de carácter pedagógico, se e o Jorge mostrasse este vídeo ao pessoal no dia seguinte não teria quórum na sala da escola. Ou então o quorum duplicava! É que eu já não sei a quantas anda a cabeça da malta e muitas vezes, muita gente faz exactamente o contrário daquilo que eu faria. Querem ver?
Ora, hoje de manhã acerco-me do meu carrito, ao qual chamo carinhosamente a minha orquinha bebé, por ser preto e ter umas manchas brancas laterais, poeira de valor arqueológico, e vejo que tinha levado um valente murro no focinho. Também podem entendê-lo com um artístico pontapé marcial ou um belo de um coice de mula transviada. Tudo depende da capacidade a que a vossa imaginação é capaz de se acelerar, a minha acelerou bastante. Ali está, mesmo ao lado do símbolo da marca, a amolgadela. Um animal de raça indeterminada, outro cetáceo talvez, gostou tanto da minha orquinha bebé que lhe deu um beijinho. Mas ela não deve ter retribuído o afecto porque ele fugiu sem deixar um bilhete romântico sequer.
Que filme este com um argumento tão mau, estão vocês a pensar. E têm razão. Ora como a orquinha está estacionada num parque privado de uma certa urbanização, asseguro que de hoje em diante, de cada vez que eu me cruzar com os meus vizinhos vou olhá-los como se fosse membro do movimento GreenPeace e um deles tivesse arpoado uma inocente orca bebé! Por mais lúbrico que esse animal fosse, o seu dono devia ter-lhe segurado a trela pois esta mulher não apreciou mesmo nada iniciar o dia com a descoberta da marca do ósculo no seu bicho de estimação.
Embora me apetecesse entrar por uma diatribe cerrada, opto por uma proposta mais desnorteada para mimosear o vizinho que me fez aquilo e que seguiu à sua vida como se nada fosse. Finalmente posso mostrar o vídeo do choque em cadeia e a ele/ela o dedico pois não sei de nenhum outro com mais chapa batida. Se lhe pudesse mesmo dizer algo seria que doravante tivesse ou mais cuidado a circular ou mais decência. Ambas as coisas estão muito caídas em desuso, parece.
Comentários
quando passas por cá ??
beijo
beijos
Cris