Partido Nacional Renovador verus Gato Fedorento




Sempre ouvi dizer que no meio é que está a virtude e por isso quando me chegam ecos de partidos nacionais ou internacionais que se intitulam de extrema qualquer coisa fico logo de pé atrás. Por regra qualquer movimento, entidade ou pessoa que se diga “de extrema qualquer coisa” não levam a melhor comigo. É como as vendas por telefone. Ninguém até hoje me conseguiu vender nem um lenço de papel pelo telefone. Se não vejo a cara do vendedor não consigo fechar o negócio. Começo imediatamente a elaborar o plano de fuga. É uma reacção instintiva de protecção contra o logro. Não que uma boa cara não seja também a melhor das armas no ministério do engano, verdade! Mas eu sou muito à S. Tomé, “ver para crer”. Até parece que é com os olhos que penso e decido e não, afinal, com o cérebro.

E para ver, pensar e decidir se colocaram cartazes no centro de Lisboa, primeiro um tal Partido Nacional Renovador, depois uns tais Gatos Fedorentos. Juntos protagonizaram o primeiro evento de cartoon de rua de que tenho memória. Esta intervenção humorística com forte mensagem política foi do melhor que vi acontecer nos últimos tempos em termos de espectáculo de rua. (Não, não estou a ironizar.) Juntos. Infelizmente a ousadia do meio utilizado veio a traduzir-se numa sobrexposição que terá beneficiado em muito mais o pequeno e obscuro partido nacionalista do que os afamados humoristas. Se José Pinto Coelho se queixava do seu partido não ser conhecido pode agora exultar pois o seu PNR anda nas bocas do mundo. Sem a intervenção felina o infeliz e xenófobo cartaz teria sido vandalizado, como aliás foi, e rapidamente esquecido. Com a arte e manha dos Gatos até eu dou por mim a escrever no meu blogue sobre um partido mindinho que nunca me vai conseguir vender nem um parágrafo do seu ideário.

Comentários

P disse…
E assim se vê como o humor é uma coisa muito séria.
Cumprimentos
Art&Tal disse…
mindinho?

desculpa o desabafo

na verdade um partido pint..ho.