Hoje escreve um português a viver no Irão




Pedi autorização a um amigo para transcrever aqui um texto que publicou no Facebook e usar as fotos, tiradas por ele, no Irão. Publiquei. Soube há uns minutos, infelizmente, que ele recebeu tantas mensagens de ódio que se sentiu forçado a apagá-lo. No texto ele não se refere a regimes, governos, instituições, política e líderes. Não é esse o seu foco. Limita-se a relatar algumas impressões sobre o país onde agora está e o povo iraniano tal como vive um e sente o outro. É a sua percepção de uma certa realidade. Reparem que cada pessoa tem a sua própria vivência. É até possível que daqui a uns tempos a percepção dele mude. Independentemente disso tudo, como justificar tantas ameaças e mensagens de ódio recebidas? O texto foi inicialmente publicado aqui com o nome do seu autor. Retirei-o porque ele removeu o texto do Facebook. Falámos e acordámos que o manteria no anonimato. Tive de republicar e por isso esta postagem foi actualizada.

Os iranianos são herdeiros dos persas, um povo que merece o nosso respeito tal como todos os outros povos do mundo. Foi por isso que fiquei indignada quando o  Trump lançou o infeliz "tuite" ameaçando destruir alvos culturais, tanto quanto fiquei quando os extremistas Taliban destruiram as estátuas no Afganistão . Ou quando os militantes do Estado Islâmico destruiram estátuas no Iraque, em 2015.  Qual não foi o meu espanto encontrei gente por aí a dizer que os jornalistas "inventaram" que Trump pretendia atacar alvos culturais!  Excuse me?!! Ainda pensei que fosse brincadeira de mau gosto, piada irónica, ou que talvez não soubessem inglês, apesar de se exibirem sempre como muito cultos. Não. Era mesmo o que queriam que acreditásse!

Contrariamente ao que muitos pensam, e escrevem, os iranianos não são (todos) uma horda de bárbaros incultos. Tal como os portugueses não são (todos) um bando de desenrascados. A Teocracia que lhes foi imposta é absolutamente criticável. Desde logo, não sendo eu religiosa, esta mistura de religião e poder político é-me coisa absurda, mais própria de tempos longínquos. No entanto também a política ocidental não é totalmente avessa a influências e orientações religiosas e isso transparece na legislação claramente em muitas circunstâncias. Além do mais, a nossa Democracia está longe de funcionar na perfeição, todos os dias a criticamos, manifestando a nossa insatisfação. Isso não deverá, contudo, significar que o nosso país, cultura, identidade e povo não mereçam o respeito dos outros povos. Evidentemente não sou ingenua a ponto de pensar que no Irão não circula uma mensagem anti-ocidente nos media oficiais. Pode perguntar-se quantos iranianos irão na cantiga e quantos questionarão essas histórias que correm nos media, tal como nós, aqui, quando nos retratam o Médio-Oriente como mera incubadora de terroristas e mistura de povos ignorantes que devia ser varrido do mapa. No entanto, pelo que conheço de vídeos documentais que se encontram no Youtube e relatos de viajantes, a maioria dos iranianos não é anti-ocidental: são pessoas educadas e cordatas para com o estrangeiro.

Contrariamente, o sentimento da maioria (dos portugueses, ou, pelo menos dos muitos que escreveram as tais mensagens odiosas) em relação aos iranianos é negativo. Parece mais confortável acreditar que é gentinha menor que nós, do que indagar sobre eles e ser até surpreendido. O interesse nessa pesquisa é nenhum porque a sua cabeça já está feita. O que cativa realmente a curiosidade corrente é o vestido usado pela Selma Hayek nos Globos de Ouro e as suas rotundas mamas. É para isto que o Google existe. Esta é a cultura que interessa. Se não gostam dos iranianos a quilómetros de distância, imagine-se o clamor se a guerra estourasse e os "bárbaros" começassem a vir para  a Europa em vagas, como refugiados. Mas o que sabe, quem assim escreve, acerca dos iranianos, da sua cultura, modo de ser, aspirações, além de que o regime iraniano é autoritário, repressivo, intolerável? Ou que a liberdade de consciência não existe, nem a liberdade de imprensa, nenhumas liberdades, aliás, que não estejam alinhadas com o que é lei (religiosa)? Mas, se é assim, não merecerá ainda maior respeito aquele povo? Não vivemos nós uma longa ditadura? E éramos então todos fascistas e pidescos? Todos os portugueses eram bufos? Todos torturavam? Todos tratavam mal as suas mulheres? Era o povo português desprezível, indigno do respeito dos outros povos?

Após anos de conflitos com os países vizinhos, os iranianos estão a fazer o melhor que conseguem, sufocados entre leis iníquas, sanções externas e economia deprimida, mais um chocante acumulo de riqueza mal distribuida por quem mais pode: as elites religiosas e militares e mais alguns artistas do regime, que os há sempre em todo o lado. Já se peguntaram se estarão os iranianos contentes com esta situação, em especial os mais jovens? Se gostarão do domínio dos aiatolás? Duvido mesmo muito. Ah, mas o funeral do Soleimani estava cheio de fanáticos, muita gente, era impressionante. Será verdade que o General é assim um tão grande herói para o povo? Já por acaso imaginaram que os iranianos podem ter sido "forçados" a comparecer a uma manifestação de pesar conveniente ao regime? Não faltarão "incentivos", desde dinheiro a sanções, claro, o medo é uma grande arma. Porque é então sempre o povo iraniano julgado como o criminoso em vez de lhe ser dado o benefício da dúvida?

Do que não tenho dúvidas é que esta situação de afronta aos direitos humanos que o Irão vive não interessaria a ninguém, dirigentes políticos, média e até opinião pública, caso não existisse por lá petróleo. Pura e simplesmente o Irão seria mais um país que não existiria no mapa -  a não ser para organizações humanitárias, - a não ser quando começasse a incomodar. Os EUA até podem arrazar o Irão, caso queiram, a troco de muita chacina e destruição: têm os meios. E o que ficará nesse lugar? Uma Democracia a funcionar? Ora, ora. Uma guerra com o Irão não será  nunca motivada por questões de segurança dos EUA e muito menos por questões de direitos humanos. Não sei já quem escreveu que  a guerra apenas permite que aqueles que não se conhecem entre si se matem para regozijo dos poderosos que se conhecem e não se matam. O que faz mover as potências não é a dignidade das pessoas, é controlar o seu acesso a petróleo, - ou qualquer outra riqueza - uma história que já vem de longe.

A vontade de fazer guerra que os EUA e Israel demonstram não é, certamente, o que o povo iraniano quer. Um povo nunca quer guerra a não ser que seja forçado a isso. Qualquer povo quer melhores condições de vida. O povo quer liberdade, o povo quer que os seus filhos vivam, não quer viver para os enterrar aos bocados. Se pesquisarem vídeos e documentários (alguns links abaixo) vão ver o que os iranianos conseguem fazer vivendo sob este clima de constante repressão. Imaginem o que fariam se fossem livres. É por isso que publiquei aqui o texto deste português. Porque o povo - eu, vocês - tem de apoiar o povo e deixar-se de fazer piadas fáceis com os iranianos só porque fazem rir os amigos e acumulam Likes. Não é inteligente, aliás, é tão esperto como o "tuite" do Trump. Façam humor balístico contra o regime, não desarmem. Sejam inclementes, impiedosos com os líderes. Os iranianos, desconfio, serão, na sua grande maioria, vítimas.

E era apenas sobre o povo que este jovem português escreveu, sobre o dia-a-dia das pessoas comuns, não todas, mas daquelas que ele certamente conhece e com quem convive. Pelos vistos, incomodou muita gente com a sua cândida versão dos factos para ser corrido a ameaças. Que bonita a nossa liberdade, então, quando uma pessoa não pode expressar a sua opinião sem ser ameaçada! Ou então a nossa tolerância: que reacção tão emblematicamente cristã tiveram! Quem sabe algumas das que se sentiram incomodadas não foram as pessoas muito cultas que desculparam o "tuite" acéfalo do grande líder americano. Talvez essas mesmas pessoas tenham ficado muito tristes quando a Catedral de Notre-Dame pegou fogo, não?  Eu também fiquei. Visitei-a, há muitos anos, tenho fotos lindas que até fui revisitar nessa ocasião. Pois não consigo entender como alguém possa regozijar-se ao saber que tesouros artísticos do Médio Oriente foram ameçados por uma chefia de um país "livre, avançado e desenvolvido".  Infelizmente, a arrogância cultural já se tornou norma e bandeira de quem é muito culto. Apenas uma minoria de burros, onde me incluo, pensará, tolamente, que o povo iraniano não merece uma guerra ou que o património cultural do Irão é também da Humanidade devendo ser activamente protegido e poupado a guerras estúpidas que apenas são norteadas por ganância, leia-se "petróleo". O Irão possui uma das maiores reservas de hidrocarbonetos do mundo, tanto de petróleo como de gás. E tornou há semanas público que encontrou uma enorme jazida de petróleo. É essa a única riqueza que Trump, e outros como ele, reconhecem e veneram. E é também por causa do petróleo que a guerra não irá escalar, disso e de um trunfo único que é a sua posição geoestratégica para o trânsito do ouro negro: abençoado petróleo, promotor da guerra mas também da paz.

Para terminar, quero apenas notar, resumindo, que cada um é livre de acreditar naquilo que quiser, mas que alimentar o desconhecimento gera intolerância, indiferença, incompreensão. É dele que nasce o desprezo por qualquer povo ou cultura que não seja a nossa, a persa, a aborígene, a africana, etc, como se o mundo ocidental fosse a norma por que todas se hão-de aferir. Pela minha parte, não tenho dúvidas de que a maior  riqueza do nosso mundo é a cultural, não o petróleo.

"Teerão, Irão.

Sentado na sala da minha casa em Teerão a ouvir Nat King Cole. O álbum começa com a canção Unforgettable. Granda malha! O meu pai punha sempre esta canção no carro, naquele rádio de cassetes que um dia foi gamado no estacionamento do Fonte Nova, depois de partirem o vidro traseiro.

Mas aqui estou sentado em frente ao portátil, a tentar ganhar coragem para explicar o que é o Irão e como é viver neste país de que tanto se fala agora. A tentar ganhar coragem para desmistificar muitas das coisas que tenho lido e ouvido. Tenho as minhas dúvidas na eficácia da mensagem. Num mundo com tantas palavras, ideias, julgamentos e opiniões, às vezes mais vale estarmos quietos no nosso canto e não dizer nada. Até parece que somos mais inteligentes e cultos quando não dizemos nada. Não dizer nada é o novo cool.



Mas dado que aqui estou, no centro de um novo terramoto, resolvi juntar umas palavras e escrever umas frases sobre o assunto. Eu sei que a fotografia do futebolista Hulk com a sobrinha da ex-mulher tem muito mais interesse, mas se tiverem tempo leiam, deve demorar para aí uns 4 minutos.

Em primeiro lugar, gostava de acabar com um mito. Não, no Irão não há lojas a vender bandeiras americanas para serem queimadas. Por acaso não sei onde arranjam as bandeiras, mas as lojas que se encontram aqui são as mesmas que existem nos outros países: padarias, supermercados, lojas de roupa, cafés e lavandarias. Devido às sanções económicas, as grandes marcas foram-se embora. Não há Colgate, Nespresso, Nike e Mercedes. Mas graças a Deus há Nivea e todos os dias posso aplicar o meu creme facial sem restrições. Parece que a marca vem de um contrabandista na Turquia. Mas a vida segue no seu dia-a-dia sem estes deuses do capitalismo que prometem a juventude eterna. A consequência é que as crianças brincam mais na rua e nós passamos mais tempo em família e menos tempo em centros comerciais. Conseguem imaginar o terror?



Em segundo lugar, o Irão não é um deserto cheio de camelos e mulheres de burka que parecem pinguins. Aliás no Irão nem sequer há burkas, o traje que tapa o corpo todo exceto os olhos. O traje que se usa chama-se Chador. As mulheres são obrigadas por lei a tapar o cabelo, a pele dos braços e o rabiosque. Mas não a cara. E há mulheres lindas, elegantes, maquilhadas que escolhem um modo de vida não ligado à religião e vestem calças de ganga e vestidos. As mulheres são quem manda em casa. A sociedade é matriarcal (pesquisem no Google seus treinadores de bancada). Mas aparte das leis, vejo um respeito e um trato pelas mulheres que vi em poucos locais do mundo. Refiro-me ao trato dos cidadãos e cidadãs entre si. Sim, há leis que não permitem às mulheres fazer o mesmo que os homens e com isso não concordo. Devia haver igualdade de género, mas já agora onde é que isso existe? Na Finlândia? Pelo que li, nesse paraíso do Frozen, as mulheres já mandam mais que os homens. Mas no Irão não há violações como na Índia ou a violência doméstica que assistimos em Portugal. E os homens não são casados com várias mulheres à semelhança dos países árabes. E já agora acabar com duas notícias falsas que encontrei no Fakebook: não há homossexuais a ser enforcados em público ou uma lei que permita a homens casar com mulheres menores. Tenham dó.



E por falar em países árabes, No Irão fala-se Persa, não se fala árabe. O Irão não é um país árabe. Isso é o mesmo que dizerem que os portugueses são espanhóis, gostavam? O Vox gostava, mas posso assegurar-vos que há muitas diferenças entre o Irão e os países árabes, não só na língua, mas também na geografia, gastronomia, cultura, costumes, história, leis e acima de tudo pensamento e forma de estar.

Os Iranianos são hospitaleiros e educados. São inteligentes não só nas ciências, mas também nas artes. A genética é imponente e isso nota-se na altura das pessoas, nos cabelos, na pele e nos olhos. Os mais velhos são respeitados. Ninguém lhes vira as costas e todos se levantam quando uma pessoa mais velha entra na sala. As mulheres são lindíssimas por fora e no carácter, mas não tenho forma de provar porque no Irão não há Tinder. Kinder há!! Os ovos de chocolate da Ferrero. Também vêm da Turquia ao que parece. Mas com o prazo quase a acabar. Não se faz.



A comida no Irão é deliciosa. Os meus pratos preferidos são arroz com lentilhas e arroz com carne de vaca e feijão. Já encontrei uma loja com peixe fresco e há frutos secos, tâmaras, romãs, azeitonas e abacates com fartura. Não há carne de porco, mas já tenho o meu fornecedor secreto de bacon e salsichas. A vida é mais emocionante quando tens carne de porco no porta bagagens e medo de ser parado pela polícia. No norte do país há montanhas com neve onde se pode fazer ski. Às sextas-feiras costumo ir escalar um pico de 4000 metros mesmo atrás de minha casa. No sul, há lagos, campos de trigo e até arroz. As paisagens são diversas e há um deserto de sal para quem quiser ir comer pipocas e batatas fritas. No inverno neva e no verão faz muito calor. As quatro estações manifestam-se em todo o seu esplendor. Na primavera, os jardins de Esfahan enchem-se de rosas e inspiram poetas e amores.


Há cinemas, teatros e concertos. Há exposições e eventos desportivos. O futebol é o desporto nacional e está a crescer. Já há alguns jogadores iranianos nas principais ligas europeias. O Carlos Queirós é um deus vivo no Irão. Pela primeira vez na vida, o meu apelido serve para alguma coisa. As principais medalhas olímpicas são no halterofilismo.



Poderia continuar a descrever vários aspetos da vida no Irão e tentar quebrar mitos. Mas vamos ao que interessa.

Tu que estás aí, indignado e raivoso, à espera de que eu fale do General que foi morto no Iraque, do nuclear ou dos direitos humanos, podes desde já tirar o cavalinho da chuva. Nem me vou meter nisso. Neste momento o Nat está a cantar a Monalisa e tenho mais que fazer. Há argumentos para os dois lados e qualquer retórica é facilmente desconstruída. No sítio onde eu cresci, em Portugal, um país que me orgulho e certamente com os seus problemas, ensinaram-me na escola que quando alguém se porta mal deve ser julgado. Nas instituições competentes e designadas para o efeito. Se o senhor estava no avião e já cometeu muitos crimes, porque é que os auto-aclamados porta-estandartes da democracia não o apanharam e julgaram? É tudo o que tenho a dizer sobre o assunto.



E deixo-vos com umas fotos do Irão que tenho tirado nos últimos anos. Venham visitar quando a confusão passar. Os mais velhos dizem que não vai acontecer nada, que isto é só fogo de vista e que já está a cantar desde 1979, quase há tanto tempo como o azeite Gallo. Claro que estou atento e preocupado, mas para já expectante e em contacto permanente com a Embaixada de Portugal. Aqui sou feliz, já tenho alguns projetos profissionais, estudo a língua, faço desporto e crio a minha família. Não vivo em nenhuma gaiola dourada ou condomínio com o nome Palms ou Keys. Vivo e luto no meu dia-a-dia. Ando nas ruas, cozinho, ponho gasolina, tomo duche, vejo futebol, brinco com o meu filho e às vezes até escrevo o que me vai na alma."


Sugestão de leitura:

Rick Steves' Travel Guide, vídeo

Iran - A Journey through a Land of Contradictions, vídeo

Author Jörg Brase and his team spent four weeks travelling through a country full of contradictions. Feyzollah Haghighi is 78 years old and one of the great masters of the ancient Iranian art of carpet weaving. He says Iran is like a pomegranate: lovely and firm, bitter on the outside, sweet on the inside. Haghighi owns a pomegranate grove on the edge of Isfahan where he retreats to find peace. "When I see Iran today, 40 years after the Islamic Revolution," he says, "I get far too upset." "All the world thinks Iran is black veiled women and bearded mullahs," says 25-year-old Shaghayegh, "but Iran is also a modern, highly developed country full of young people who have dreams and want to live like other young people do." Shaghayegh finds a way to break out and conquer a piece of privacy in a country where public life is subject to strict rules. "For over 20 years I have been fighting to bring color back into the lives of Iranian women," says the famous fashion designer Mahla Zamani, "and I will win this fight." Many Iranians see their future in their homeland, even if the Islamic Republic of Iran often makes their lives harder. But giving up is not an option.

Lotus-magazine, a primeira revista de moda Iraniana: no Instagram.


History of Iran in 5 minutes (3200 BCE - 2013 CE), vídeo

Comentários

cantinho disse…
Fantástico!

Quem conheço que visitou o Itão diz o melhor do povo.
E já agora, um link:


https://naoequenaohouvesse.blogs.sapo.pt/do-irao-com-paixao-161271
Anónimo disse…
A mim ainda ninguém me destilou ódio por admirar o Irão... Talvez porque não frequento redes sociais...

Nas minhas paragens, o Irão é admirado, o Irão e o seu povo.

P.S.: a filosofia do rebanho não anda por lá :-)
Anónimo disse…
A mim ainda ninguém me destilou ódio por admirar o Irão... Talvez porque não frequento redes sociais...

Nas minhas paragens, o Irão é admirado, o Irão e o seu povo.

P.S.: a filosofia do rebanho não anda por lá :-)