Avião da TAP baptizado com nome de guitarrista dos Xutos e Pontapés
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| Airbus A321 leva mais de 200 passageiros a bordo |
A companhia aérea portuguesa TAP nasceu no dia 14 de Março de 1945, pelas mãos de Humberto Delgado, e inaugurou a sua primeira rota, entre Lisboa e Madrid, em 1946. Os aviões da TAP têm nomes e de vez em quando os baptismos dos seus aviões são notícia. Estou-me um bocado nas tintas para que nomes decidem atribuir aos aviões. A gente só se lembra que o avião tem um nome quando o comandante fala e diz, Bom dia/Boa tarde/Boa noite senhoras e senhores passageiros. Sejam bem-vindos a bordo deste Airbus A321 da TAP Portugal, com o nome Zé Pedro. Este é o voo não sei quantos para Paris, com uma duração de não sei quantas horas e minutos. Para vosso conforto e segurança, por favor coloquem a sua bagagem de mão nas bagageiras. Na preparação para a descolagem queiram sentar-se, apertar o cinto de segurança, colocar as costas do assento e a mesa na posição vertical. Informamos que todos os nossos voos são verdes (?) ou azuis(?), não sendo permitido fumar. Na descolagem, aproximação e aterragem, não é permitido o uso de qualquer tipo de equipamento electrónico. Para mais informações relativas ao equipamento electrónico que poderá utilizar a bordo, contacte um membro da tripulação ou leia o folheto de segurança. Obrigado, Boa viagem.
Às vezes já estamos a sobrevoar os Pirenéus ou qualquer outro acidente geográfico assinalável quando o Comandante bota faladura e via altifalantes nos chama a atenção para a geografia, referindo, nessa altura, também o nome da ave de metal que cruza os céus em velocidade de cruzeiro. Muitos passageiros nem sequer conseguem ouvir o que o Comandante diz, tal a nervoseira que lhes corre pela espinha. Os nomes dos aviões, digo eu, é uma daquelas coisas que não aquecem nem arrefecem, nem mesmo as nossas palmas das mãos geladas de pânico enquanto o avião sobe, um momento sempre crítico. Um amigo queixou-se de uma vez de ter visto a pele da sua mão ser literalmente escortaçada pelas garras felinas da sua amada, uma mulher de unhas quase tão longas quanto os seus cabelos, quando o avião se fez aos céus. Ela morria de medo desse momento inicial em que o avião corre pela pista e se eleva nos ares. A partir daí o temor desaparecia. Para essa mulher, melhor que um avião com nome, Angra do Heroísmo, ou Nossa Senhora de Fátima, ou Aquilino Ribeiro, ou Vasco da Gama, ou A caminho do céu, era um onde distribuíssem, à entrada para o suplício aéreo, um chá de tília, um comprimido tranquilizante de valeriana, ou mesmo uma bebida forte. Até luvas, seriam mais úteis.
O guitarrista dos Xutos e Pontapés, Zé Pedro, morreu a 30 de Novembro de 2017, vitimado por hepatite C, doença que tinha sido há muito diagnosticada. Zé Pedro e Kalú participaram também na banda de Jorge Palma, o grupo Palma’s Gang. Na cerimónia do baptismo, o recém-chegado Airbus A321neo foi pintado ao vivo com o nome do músico, e símbolo dos Xutos, um "X" dentro de um círculo, uma homenagem também à banda que deu o seu primeiro concerto numa madrugada de Janeiro de 1979, no salão de baile dos Alunos de Apolo, em Lisboa. Nessa noite tocaram quatro músicas em pouco mais de cinco minutos. E foi assim que tudo começou. Agora, 40 anos depois, a banda vai lançar mais um disco, de nome Duro, onde Zé Pedro ainda participou, e a TAP vai apoiar a sua digressão.
Às vezes já estamos a sobrevoar os Pirenéus ou qualquer outro acidente geográfico assinalável quando o Comandante bota faladura e via altifalantes nos chama a atenção para a geografia, referindo, nessa altura, também o nome da ave de metal que cruza os céus em velocidade de cruzeiro. Muitos passageiros nem sequer conseguem ouvir o que o Comandante diz, tal a nervoseira que lhes corre pela espinha. Os nomes dos aviões, digo eu, é uma daquelas coisas que não aquecem nem arrefecem, nem mesmo as nossas palmas das mãos geladas de pânico enquanto o avião sobe, um momento sempre crítico. Um amigo queixou-se de uma vez de ter visto a pele da sua mão ser literalmente escortaçada pelas garras felinas da sua amada, uma mulher de unhas quase tão longas quanto os seus cabelos, quando o avião se fez aos céus. Ela morria de medo desse momento inicial em que o avião corre pela pista e se eleva nos ares. A partir daí o temor desaparecia. Para essa mulher, melhor que um avião com nome, Angra do Heroísmo, ou Nossa Senhora de Fátima, ou Aquilino Ribeiro, ou Vasco da Gama, ou A caminho do céu, era um onde distribuíssem, à entrada para o suplício aéreo, um chá de tília, um comprimido tranquilizante de valeriana, ou mesmo uma bebida forte. Até luvas, seriam mais úteis.
O guitarrista dos Xutos e Pontapés, Zé Pedro, morreu a 30 de Novembro de 2017, vitimado por hepatite C, doença que tinha sido há muito diagnosticada. Zé Pedro e Kalú participaram também na banda de Jorge Palma, o grupo Palma’s Gang. Na cerimónia do baptismo, o recém-chegado Airbus A321neo foi pintado ao vivo com o nome do músico, e símbolo dos Xutos, um "X" dentro de um círculo, uma homenagem também à banda que deu o seu primeiro concerto numa madrugada de Janeiro de 1979, no salão de baile dos Alunos de Apolo, em Lisboa. Nessa noite tocaram quatro músicas em pouco mais de cinco minutos. E foi assim que tudo começou. Agora, 40 anos depois, a banda vai lançar mais um disco, de nome Duro, onde Zé Pedro ainda participou, e a TAP vai apoiar a sua digressão.
Quando li que um avião tinha o nome do Zé Pedro no focinho questionei porquê. Reparem, questionei mas é-me realmente indiferente que lhe chamem isso ou Pepino do Mar. A TAP quis homenagear o Zé Pedro e foi esta a forma? Está certo. Não é por isso que vou chegar ao site e fazer questão de voar no AirBus Zé Pedro. Mas também não me recusarei a viajar nele. Mas fiquei a pensar se existirão critérios para estas escolhas, ou se é como sucede no Panteão Nacional onde os critérios existem mas até parece lá caber qualquer um. Isto sou apenas eu e aquela minha mania de que tudo é muito cerimonioso, ponderado e avaliado antes de acontecer! E, além disso, perguntas, são como as cerejas: vêm umas atrás das outras! Teria havido alguma votação como aconteceu para elegerem a Ave de Portugal 2019? Teria sido por ter morrido jovem como o James Dean, embora bastante mais feio? Teria sido pelo seu contributo musical ao panorama sonoro nacional? Ou porque se tenha tornado um símbolo do rock? Ou teria sido por alguma razão desconhecida para mim? Lamento, e peço de antemão desculpa aos fãs, mas se pareço ignorante é porque o sou: não conheço bem a música dos Xutos, nem a pessoa Zé Pedro. Vi um concerto deles, mas isso foi porque fui arrastada, por uma amiga fã, há um milhão de anos.
Reparei que ninguém ousa mais tocar no lado mais negro da vida de Zé Pedro. Talvez não fosse apropriado ao momento da homenagem, certo. Mas Zé Pedro também ficou conhecido por gostar de uma boa trip! Uma razão em que a TAP talvez não tenha pensado para justificar o seu nome para um meio de transporte!Brinco, mas é sério. Que não se esqueça o melhor nem o pior de Zé Pedro, que com enorme visão e sentido de oportunidade, sempre procurou passar às novas gerações o seu alerta, como por exemplo, nesta entrevista:
Reparei que ninguém ousa mais tocar no lado mais negro da vida de Zé Pedro. Talvez não fosse apropriado ao momento da homenagem, certo. Mas Zé Pedro também ficou conhecido por gostar de uma boa trip! Uma razão em que a TAP talvez não tenha pensado para justificar o seu nome para um meio de transporte!Brinco, mas é sério. Que não se esqueça o melhor nem o pior de Zé Pedro, que com enorme visão e sentido de oportunidade, sempre procurou passar às novas gerações o seu alerta, como por exemplo, nesta entrevista:
Acredito que é mais fácil passar uma mensagem quando se ouve a história real de quem já viveu o problema. Espero que as pessoas olhem para o meu caso e, principalmente, os mais novos, aprendam que não se deve experimentar tudo nesta vida. Não existe algum mal em beber, mas o consumo exagerado e constante de álcool só prejudica o fígado.Mas, e já agora, acrescento que também quero um avião da TAP com o nome do Rui Veloso! O que eu curti o Ar de Rock. E justifico: Ar de Rock era um bom nome para um avião. Porquê? Ora! Porque o avião vai pelo ar exactamente como acontece com a música! 😜
Não sou radical e acho normal que se “apanhe uma besana” pelo menos uma vez na vida. Quanto à droga, o melhor é fugir. Atualmente há drogas cada vez mais sintéticas, que são preparadas para atacar o cérebro e provocar facilmente a dependência. O que pode acontecer? Destruir a vida, destruir todos aqueles sonhos que nos faziam caminhar e ser felizes. A fatura a pagar pode ser demasiado elevada.
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