Cães que fizeram história na Terra e no Espaço

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Todos os cães são iguais, mas uns mais do que outros. Isto é, todos os cães são extraordinários, em especial, os nossos, mas alguns destacam-se por este ou aquele facto mais particular. Não são apenas os seres humanos que fazem história: existem animais que também ficam no nosso coração e na história, para sempre.

A maioria de nós já ouviu falar de Hachico, ou, pelo menos do filme Hachi, a dog's tail, protagonizado por Richard Gere, filmado nos EUA, em Rhode Island, inspirado na vida deste cão, Hachiko, um cão de raça akita, que foi adoptado por Hidesabaro Ueno, um professor universtitário japonês. Por ano e meio, o cão  acompanhou o dono até à estação de comboios da cidade de Shibuya (Tóquio) e, ao final do dia, ia esperá-lo, no seu regresso. A morte do professor não altera os seus hábitos: Hachiko continuou a fazer o trajecto diariamente, por 9 anos, e acabou por ganhar uma estátua na cidade e a admiração de japonesa e internacional; a cadela Laika foi o primeiro ser vivo a orbitar o nosso planeta, em 1957, embora outros cães se lhe tivessem seguido. Foi lançada para o espaço a bordo da nave soviética Sputnik, uma simples bola de metal, que após ter orbitado o planeta por cinco anos, se despenhou na atmosfera, incendiando-se. Quando se pensa na sua sorte, a história não é assim tão bonita. Capturada nas ruas de Moscovo, por ser pequena, e treinada brevemente, metida em caixas progressivamente mais pequenas e simuladores de gravidade, foi acorrentada para se manter imóvel no interior do pequeno satélite. Quando os russos descobriram que ela seria sacrificada, que não retornaria à Terra, ficaram inconsoláveis e revoltados. Por anos a opinião pública russa foi enganada com a história de que ela teria sido envenenada para morrer sem sofrimento pois o oxigénio acabaria no habitáculo do satélite. Mas um cientista russo, Dimitri Malashenkov, revelaria que a morte de Laika, teria ocorrido entre cinco e sete horas após o lançamento do satélite, devido a stress e sobreaquecimento, que aconteceu em virtude de uma falha. A experiência permitiu aos estudidosos ter maior certeza sobre a possibilidade de vida humana no espaço e abriria caminho para uma mais confiante missão de Gagarini, o primeiro homem no espaço, igualmente a bordo de uma nave que não passava de uma esfera diminuta, a Vostok, e que um dia terá dito: "Ainda não sei quem sou, se o primeiro homem se o último cão no espaço". Também Gagarini foi escolhido, entre outras razões, por ter uma baixa estatura. Mais recentemente, após o ataque terrorista às torres do World Trade Center, em Nova Iorque, o mundo assistiu ao trabalho conjunto de uma equipa de mais de 300 cães e tratadores que trabalhou na procura de sobreviventes e corpos, detecção de explosivos e no conforto de traumatizados. Os relatos de homenagens em louvor dos heróis caninos e gratidão abundam, merecidamente.

No passado fim de semana, a fotografia de Sully que publiquei acima, cão do Presidente George H.W. Bush, que faleceu, com 94 anos, na passada semana, deu a volta ao mundo. O cão, de dois anos, de raça labrador, tem o nome do temerário  piloto, Chesley B. "Sully" Sullenberger III, que em 2009 conseguiu aterrar de emergência  um avião comercial com 155 passageiros a bordo no rio Houston. É um cão de serviço, devidamente treinado, treino que começou num programa que permite a reclusos treinarem animais, ensinando-lhes comandos básicos e treinando-os em habilidades que eles usarão para ajudar veteranos incapacitados. O ex-presidente e veterano de guerra, estava há algum tempo dependente de uma cadeira de rodas por sofrer de Parkinson e o cão terá chegado em seu auxílio em Junho passado. A sua missão junto de Bush terminou e ele acompanhou-o até ao fim. Mais veteranos e soldados vão poder beneficiar da sua ajuda pois doravante a sua missão será no Centro Médico Militar Nacional Walter Reed, em Bethesda, Maryland, onde irá coadjuvar na terapia física e ocupacional de soldados feridos, acompanhando-os na sua jornada para a recuperação.

O Sully tem a sua própria conta de Instagram e parece que nas horas livres gosta de ler, em especial, livros sobre cães famosos, como é também o caso de Millie, o cão do presidente e de Barbara Bush! Reza a lenda que este cão da Casa Branca terá ditado a sua história a Barbara Bush...
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