Mensagens

A mostrar mensagens de 2006

Fiz um livro para crianças

Imagem
O ano está quase a terminar e os blogues estão cheios daquilo que se chama resoluções para o ano novo, ou seja aspirações ou desejos ou anseios que esperamos se realizem nos próximos 365 dias. À semelhança de todos também eu tenho uma colecção deles mas é, e vai continuar a ser, uma colecção privada. Excepto um deles pois tem as suas raízes no trabalho que venho a desenvolver desde Junho no meu blog Papelustro. Uma brincadeira que começou por servir para arejar os olhos das muitas horas passadas na companhia do sr. Vetor e da Madame Pixel acabou por se transformar num esforço criativo mais consciente e depois de achegas e reptos de alguns bloggers mais interessados - e tenho de citar o meu amigo Morandini e a Lori como os mais relevantes - acabou por conduzir a um esforço mais sério ainda. É assim que a maqueta do meu livro está pronta a levar às editoras. São dez ilustrações, doze, se incluirmos capa e verso, acompanhadas de rimas. É um livrinho destinado às crianças e para já ap

PEIXINHOS DE AQUÁRIO

Imagem
Tenho hóspedes para a passagem de ano: os cinco peixinhos vermelhos do meu sobrinho mudaram-se para cá. Um deles tem manchas brancas, não é inteiramente vermelho. Aliás, todos eles são mais para o laranja do que para o vermelho. É uma laranjada pegada, este mini-cardume, quanto a mim demasiados peixes para os centímetros quadrados da casa-aquário, estão mesmo a precisar de se mudar mas para uma mansão maior. De um dia ao outro a água fica turva e é preciso mudá-la. Grande trabalheira e sempre o receio de lhes arrancar uma barbatana ou vazar um olho no processo. Não sou fã de peixes de aquário mas reconheço que um aquário grande e bem recheado de peixes diversos e plantas tem a sua beleza. Sei muito pouco sobre peixes, suas espécies e comportamento. Nunca lhes achei grande piada e ao fim de uns minutos a vê-los abrir e fechar a boca como cantores de coro dou meia volta e desando na muleta. Dizem que é um exercício tranquilizante mas a mim apenas me causa uma certa irritação segui-l

Recebi de presente O castelo andante, de Hayao Miyazaki

Imagem
Ainda movida pelo espírito da quadra não podia deixar de escrever duas linhas sobre uma prenda que recebi do meu cunhado: o DVD O Castelo Andante (Hauru no ugoku shiro / Howl`s Moving Castle) de Hayao Miyazaki, autor de Conan, o Rapaz do Futuro, uma das séries de desenhos animados que mais gostava quando era criança. Fábula sobre a redenção pelo amor e o crescimento individual, o filme possui ainda uma clara nota anti-bélica. A obra é adaptada do romance homónimo de Diana Wynne Jones. Como é que posso não ser materialista perante o apelo consumista de coisinhas boas como esta?! Hayao Miyazaki é considerado um mestre da animação nipónica. Todos recorrem já ao poder da animação digital mas ele continua fiel à animação tradicional, dir-se-ia o último artesão da animação. A animação é para os japoneses uma forma de arte suprema e válida para todas as idades. Eu compreendo isso perfeitamente pois sempre me senti à vontade com o facto de ir ao cinema ver filmes de animação e só não vou m

QUEM FEZ O PRIMEIRO CARTAO DE NATAL?

Imagem
Uma coisa de que sempre gostei no Natal, desde que me lembro, mais do que prendas ou que iguarias, é o cartão de Natal.Guardo todos os cartões que recebi desde sempre e faço-o escrupulosamente. O autor do primeiro cartão de Natal- na imagem - era um artista caricato que se bateu contra a utilização de modelos nus pelos artistas plásticos, de tal forma que ficou conhecido como o Roupas-Horsley. Em 1843 Sir Henry Cole, director do British Museum, estava demasiado ocupado para escrever como habitualmente aos seus amigos durante a época festiva e então incumbiu John Calcott Horsley da empresa. 1000 cartões foram impressos a preto e branco e depois coloridos à mão. As sobras foram vendidas pelo tipógafo. Em 1862 os tipógrafos Charles Goodall retomaram a ideia e o cartão de Natal generalizou-se. (Adaptado livremente de Jonathan Sale, The Guardian)

Chegou o Bolo de frutas no correio!

Imagem
Depois de 12 dias de viagem o bolo de frutas que a Lori (EUA) fez foi-me hoje entregue pelo meu carteiro. Metade dele já desapareceu, como se pode comprovar pela prova anexa e não é preciso nenhuma equipa do CSI para descobrir onde é que ele foi parar. Exacto! Directo ao meu estômago. Ainda estou viva e nem sequer tive indisposições gástricas. Não gosto de cozinhar e talvez por isso sempre tenha apreciado quem quer que cozinhe o que quer que seja para mim. Daí que quando a Lori me disse que me ia enviar um fruit cake eu não me fiz rogada. Quem espera desespera e eu pensava que o carteiro já lhe tinha deitado o dente. Mas não. 12 dias depois da expedição, chegou. E veio de avião. Se tivesse vindo a nado…  A Lori aconselhou-me a não comer e conduzir pois parece que as frutas ficam mergulhadas em vinho durante uns tempos largos antes de se juntarem à massa! Ora estão podres de bêbedas. De facto o aroma alcoólico do bolo é notório: será que ultrapassaria a taxa legal se o comesse

O tsunami asiático de 26 DE DEZEMBRO DE 2004

Imagem
Ontem à noite quando liguei a TV estavam a dar na SIC um filme - Tsunami, the aftermath -inspirado pela catastrófe do dia 26 de Dezembro de 2004, o tsunami asiático. Eu esperava pelo egocêntrico Dr. House e fui vendo um pouco do filme até que descobri que iam repetir episódios passados nem há um mês e recolhi a vale de lençóis entre bocejos e impropérios contra a incompetência da TVI. Este ano reconciliei-me vagamente com a TV, caixa que desde 2000 reduzira ao mais insignificante electrodoméstico, através de duas séries: 24 e House MD. No último caso não deixo de me surpreender duplamente pois sempre menosprezei séries sobre médicos, enfermeiras e gente ensanguentada, entubada ou com as vísceras à mostra tipo Emergency Room ou outras. Não que seja particularmente impressionável mas o tema nunca me cativou. E de repente topo com esta e não desligo.  O filme sobre o Tsunami tinha-me feito lembrar as imagens, essas sim, impressionantes, que vira há dois anos: destroços e mai

Festejar a passagem de ano como se não houvesse amanhã

Imagem
Hoje recebi um email com sugestões de como tornar a passagem de ano memorável: vamos festejar a passagem de ano como se não houvesse amanhã!  Meti-me então a pensar na tal da passagem de ano. Para mim é uma data em que o calendário nos vem chatear a vida e artificializá-a como se os nossos estados de espírito pudessem ser comandados pelo seu correr, folha a folha. Já me basta a arrumação do trabalho por dias, horas, meses. Mas aí, quando estamos inseridos em ritmos colectivos, somos uma grande lagarta cujos pés têm de se mover em sincronia para conseguir avançar. Neste caso, "deslarguem-me" que preciso de espaço. Podem pensar que sou uma gaja do mais anti-social que há, mas tal não é verdade. Não digo que não tenha festejado uma ou outra passagem de ano. Mas essas festarolas sempre foram o pretexto para outros festejos. Logo, em rigor, não festejava a passagem de ano. Recordo até uma que foi um autêntico vómito. Foi a partir dela que deixou de ser para mim natura

Vesper é o melhor de Casino Royale, o novo 007

Imagem
Eu nunca gostei dos filmes do 007. E até já me tinha esquecido disso! Foi preciso ir ver Casino Royal para me lembrar porque razão vi Goldeneye, Tomorrow never dies, World is not enough e Die another day. (Terei esquecido algum?!!) O meu interesse pelo 007 sempre se ficou pelos genéricos e pela música. Eis a verdade. Ora então a razão remonta talvez a 1983, altura em que a nossa televisão passava uma série intitulada Os Manion da América. O meu personagem favorito era o Rory O’ Manion. Eu estava na faculdade por essa altura e na faculdade havia um rapaz parecidíssimo com o actor que o interpretava. E se era difícil sentar-me perto dele. Havia dias em que levar binóculos poderia ter sido uma opção. Aqueles anfiteatros eram apenas um pouco grandes para estratégias de proximidade. Já não me lembro de quase ninguém que se sentasse ao meu lado, pois as pessoas nunca conseguiam ter um lugar certo. Ter um lugar já era bom.Mas dele ainda me lembro. O Luís era fenomenal. As minhas colegas t

O ano em que boicotei o Natal

Imagem
Todos os anos em Dezembro há que ver um filme de animação . É tradição. É tradição de Natal. É algo que vem de longe nos meus hábitos. Tenho um bilhete de cinema, cor-de-rosa, rectangular, de papel muito fino. Data de 16 de Dezembro e 1973, refere a fila e o número da cadeira, o preço da sessão foi 10$00. Nome da sala: Cinema S. Geraldo, em Braga. Hoje a sala onde Villaret fez recitais de poesia e onde Sá Carneiro e Mário Soares realizaram comícios já fechou portas. Não sei no que se terá transformado. Os meus primeiros filmes foram vistos aqui e eram cinema de animação. Nessa altura como agora a minha devoção aos desenhos animados continua. Mas hoje reinam os Multiplex, salas pequenas: só quem nunca viu cinema num grande ecrã se pode contentar com aquilo. Neste vão de anos os bilhetes passaram de escudos a euros, 5 euros. Já não há carimbos manuais no pequeno papel, os computadores e as impressoras tratam do assunto, e, se quisermos até podemos comprá-lo pela Internet. Tudo muda,

MÁRIO CESARINY DE VASCONCELOS - Pastelaria

Imagem
(Chegada dos portugueses ao Japão, frente e verso) Nasceu a 09 Agosto 1923 (Lisboa, Portugal) Morreu em 26 Novembro 2006 Mário Cesariny de Vasconcelos foi poeta e pintor, considerado o principal representante do surrealismo português. É de destacar também o seu trabalho de antologista, compilador e historiador das actividades surrealistas em Portugal. Pastelaria Afinal o que importa não é a literatura nem a crítica de arte nem a câmara escura Afinal o que importa não é bem o negócio nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio Afinal o que importa não é ser novo e galante - ele há tanta maneira de compor uma estante Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício e cair verticalmente no vício Não é verdade rapaz? E amanhã há bola antes de haver cinema madame blanche e parola Que afinal o que importa não é haver gente com fome porque assim como assim ainda há muita gente que come Que afinal o que importa é não ter medo

RECEBI UM PRESENTE: pintura digital, vulgo Photoshop

Imagem
Trabalho de pintura digital que recebi de Marcos Cruz, um fabuloso artista brasileiro autodidacta que me deu grande incentivo e ajudou a dar os primeiros passos no Photoshop. Para ver algumas das pinturas digitais de Migsete visitem a Galeria do Site do Migsete

Artesanato na internet :não parem de nos artesanar

Imagem
(Artesanato natalício para suspender na porta da entrada de casa. O meu sobrinho fez as estrelas, os corações, os peixes e pássaros em massa DAS e cravou-lhe pedrinhas coloridas. Eu fiz o resto.) De há uns três anos a esta parte a blogosfera portuguesa encheu-se de blogues de mulheres que se dedicam a criar peças de artesanato da mais variada qualidade e pelos mais variados motivos. Aventuras criativas individuais para passar o tempo, valorosas cruzadas maternais perante a adversidade, juvenis experiências empreendedoras, microformas de negócios on-line - há de tudo nesta vasta galeria de produtos manuais desenvolvidos no aconchego do lar e expostos na grande montra da Internet. Sempre apreciei peças artesanais porque são únicas. Eu própria gosto de criar algumas de tempos a tempos, exemplares únicos, pois se tenho de fazer vários semelhantes ou parecidos o tédio apodera-se de mim e logo me enfado. Coisa que nestas artesãs ditas urbanas parece não existir já que algumas se dedicam

John Legend, Once Again: Let's go to the park

Imagem
Alerta laranja para o estado do tempo, alerta vermelho para o meu estado de espírito. Estes rigores de Outono mascarado de Inverno abalam a minha predisposição para quase tudo. Dou comigo a fazer funcionar a máquina de café várias vezes durante a tarde para compensar a abulia. Em vão olho para a folha de papel branco sobre a mesa. Já foi quase meio bloco para o lixo e nada surge que se aproveite. O lápis gira louco na minha afiadeira em forma de peixe. Não que habitualmente a folha se preencha sem esforço, mas hoje, nada surge. Um dos meus sonhos é seguir o Verão, voar para outro lugar quando chega o Outono. Um dia escrevi um poema com este título e tudo. Seguir o Verão. Fui buscar um CD para amenizar a tempestade que se abateu sobre mim. Vamos para o Parque !, canta o John Legend. Vamos lá, vamos até ao Brasil, onde a vida tem mais calor! Legend em segunda vez, punhado de canções boas para bandas sonoras de cenários românticos. Voz morna e adocicada, aconchegante, sexy. P

Pet Shop Boys - Being Boring. Best song ever!

Imagem
Há dias vi que Neil Tennant dos Pet Shop Boys colaborou no novo Rudebox do Robbie Williams. Eu nunca tive muita simpatia pelos Pet Shop Boys nem sabia que eles ainda estavam "no activo". A melhor canção dos Pet Shop Boys é Being Boring do álbum Behaviour.(Minha modesta opinião, claro, quem sou eu para afirmá-lo...) O título da canção parte de uma inspiração de empréstimo a Zelda, mulher de F. Scott Fitzgerald que terá escrito“ She refused to be bored chiefly because she wasn’t boring .” A letra sobre ímpetos juvenis, amigos e tempos passados não deixa de ser uma celebração. Sempre foi uma das minhas canções predilectas.O video a preto e banco de Bruce Weber também. Não teve muito sucesso comercial mas gerou um forte culto. Vejam este site , por exemplo. Aqui fica a letra da canção, para cantarolar... I came across a cache of old photos And invitations to teenage parties "Dress in white" one said, with quotations

Maria, no Natal, não quero cheirar teu bacalhau

Imagem
"Quero cheirar teu bacalhau Maria Quero cheirar teu bacalhau Mariazinha deixa-me ir à cozinha,deixa-me ir à cozinha P'ra cheirar teu bacalhau" Adoro o cheiro do peixe fresco. Mas no hipermercado o peixe tornou-se inodoro e as montras frigoríficas exibem-no como peças de arte, emoldurados entre gelo picado e salsa, e outros adornos mais plásticos. Além deste temos o cirúrgico espectáculo das carnes. Hoje tudo está meticulosamente embalado em tabuleiros brancos e celofane, rotulado. Nem mosca nem mão afastando a mosca. Eis um gesto que a modernidade apagou, garantia suposta de segurança e higiene, sabemos lá nós a que farinhas e outros aditivos engordou aquela fatia vermelha de novilho perfeitamente embalada e rotulada. Por vezes penso que sou uma vegetariana em potência à espera de um pretexto. Mas um amigo biólogo garantiu-me que qualquer alface de aspecto inofensivo é uma perfeita bomba de resíduos químicos! Não sei cozinhar. Isto é, sei tornar a comida comestível

Letras Zombie: escreva e já está!

Imagem
Zombie Letters from e-zombie.com

NORTE- CD de Jorge Palma sai em 2006

Imagem
(Escrito a 6 de Outubro de 2004, recuperado de blog extinto) “Obrigado por adquirir este CD e apoiar os artistas, autores, compositores, músicos e outros profissionais que o criaram e tornaram possível.” Tenho o “ Norte ” sobre a mesa, é o último trabalho do Jorge Palma. Estou a guardar a audição para um pós jantar enrolado na manta do sofá, salpicado a chuva na vidraça. Que grande festa um CD de originais do Jorge Palma! Por enquanto estou na leitura de todas as palavras do booklet, ainda separadas da música, mas já de si (e como sempre) tão ricas em sonoridades e imagens. Em vez da pressa de ouvir vou tacteando o possível, imaginando, antecipando a imersão num universo que vem de longe e que ao longo dos anos me tem acompanhado como se de um templo se tratasse. A semana passada fui surpreendida pelo meu sobrinho de dois anos a cantar “mamã, mamã/onde estás tu mamã”. O Jorge Palma ia dar uma entrevista promocional na radio, saí para o trabalho sem a poder ouvir mas o ouvid

José Joaquim Gomes Canotilho: um professor às direitas

Imagem
(Texto escrito em 29 de Novembro de 2004, recuperado de um blog extinto) Ontem, cheguei a casa e atirei-me para o sofá, puxando para junto mim um montinho de jornais destinados ao lixo. Num deles e na última página (Jornal de Coimbra) vinha a fotografia do Prof. Dr. José Joaquim Gomes Canotilho, há um ano distinguido com o Prémio Pessoa, e umas extensas colunas de elogios. Este senhor foi meu professor em finais dos anos 80. Olhando a fotografia, os olhos de um azul perscrutador parecem-me a única coisa que não mudou naquele rosto. Isso fez-me olhar para o espelho da parede inadvertidamente, como se para verificar o quanto em mim mudou, inevitavelmente, também. Aquele professor era intocável, mas no bom sentido. Nunca ouvi uma voz erguer-se contra ele enquanto fui estudante. Quando soube do Prémio fiquei contente. Desde que deixei a faculdade nunca mais o voltei a ver, nem na televisão, onde talvez algumas vezes tenha aparecido, como por vezes aparece Jorge Miranda. Estou tão dista

Caderneta de cromos Panorama zoológico: não vendo nem troco por nada

Imagem
Alguém aí coleccionou estes cromos? Eu adoro este álbum! Panorama Zoológico! É preciso pensar numa coisa: nos anos 70 a televisão era a preto e branco - veja aqui uma grelha de televisão em 1974 - e quem gostasse de animais contava apenas com os livros para se deleitar com as suas cores. E eu não tinha pilhas de livros como tem hoje o meu sobrinho. Eram uma meia dúzia e já eram muitos. Nada de enciclopédias em DVD, nada de CD-Roms interactivos com os sons do bichos. Por isso este álbum era uma preciosidade. A televisão a preto branco dos meus pais era uma Philips. Ainda a guardo mesmo se não funciona!Tem do lado direito superior sete botões salientes, de plástico a imitar o metal. Servem para sintonizar os canais, VHS, UHS, a coisa faz-se manualmente, rodando, com jeitinho, polegar e indicador. Uma pequena barra vermelha desloca-se numa calha até ao ponto certo. Mais três botões para regular som, contraste, luz. Mais um botão para ligar e desligar. Abaixo a saída de som, nada ster

Crime passional : casal assassina fêmea a sangue frio

Imagem
Tenho um casal de periquitos numa gaiola e todos os dias me delicio durante uns minutos a observar as manifestações de cuidado que dispensam um ao outro, a meticulosa arrumação das penas, ou aquele adormecer juntinhos próximo da noite. Olhando para eles percebe-se logo que tempo vai fazer. Quando chega a chuva, enrolam-se sobre si, ficam cabisbaixos, dormentes. Se o sol brilha piam logo pela manhã. Eram três. Mas o casal eliminou a segunda fêmea. A sangue-frio. Estava estirada no chão da gaiola, uma manhã, quando cheguei para o pequeno almoço. Hirta, as penas em desalinho, o bico semi-aberto. Percebia-se que as bicadas tinham ido certeiras ao pescoço. O mar de penas verde e brancas que o vento soprado da janela empurrara pelo chão da cozinha ao longo da noite dizia tudo. Culpados. De facto a pássara era uma provocadora irritante e não querendo tomar partido tenho que afirmá-lo: aquela fêmea era incorrigível e estava mesmo a pedir uma lição. Apanhou com o curso todo de uma vez só. P

A televisão criou um antropozoo e nós compramos bilhete

Imagem
“ Valoriza-te, que os os outros se encarregarão de fazer baixar o teu valor” Fui com o meu sobrinho ver os peixes na loja de animais. Uma das paredes é uma quase vídeo wall feita de muitos aquários onde peixinhos coloridos de vários formatos e cores se agitam de um lado para o outro. Noutras caixas engradadas arrumam-se cães, gatinhos e hamsters. Há papéis distraidamente colados com mensagens que chamam a atenção dos visitantes para deixarem os animais sossegados. Ver sem tocar é, em alguns casos, uma tentação difícil de contornar. Mas tocar é, em muitas situações, molestar. A barreira é ténue. Andámos durante muitos anos a remexer demais na Natureza. Para a nossa espécie, a expressão da superioridade passou rapidamente pela da aniquilação, que provou ser uma vocação tão forte quanto sobreviver. Portanto ver sem tocar devia ser a regra. Sobretudo porque a Natureza tem regras que nós não soubemos, não pudemos ou não quisemos seguir. E por fim, quebrámos também as nossas próprias r