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A mostrar mensagens de setembro, 2019

Globos de Ouro Lisboa 2019

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Mariama Barbosa quase, quase a levantar voo na passadeira vermelha. Não ia escrever nada sobre os Globos de Ouro, edição de 2019 , quantas é que já se fizeram? Muitas. Os Globos já existem desde 1996.  Se vasculhar bem neste blogue talvez encontre um texto a criticar o nome encontrado para a iniciativa, coladinho aos Golden Globes , que premeiam a excelência em cinema e televisão nos EUA. Ora, teria eu dito então, se não mereceríamos um nome mais original.  Até porque a iniciativa começa logo aí a sofrer com a comparação. Hoje não me podia ser mais indiferente, é uma questão em que poderia pegar se não tivesse outra. Mas tenho. Tenho o vestido da Mariema, moça que desconhecia completamente quando fiz o GIF, mas que graças às ajudas da Titica, (obrigada!)  já identifiquei. Tem um programa na SIC, "Tesouros e tesouras", onde critica o que as pessoas vestem. Quando recolhi estas fotos, ou vi mal, ou o nome dela não constava. Natural que tivesse visto mal ofuscada co

Are you ready?- Vídeo Turismo do Centro de Portugal

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👀   Vídeo - Turismo Centro Portugal – Are you Ready -  Turismo Centro Portugal, Tourism Destination Você é um jogador... ...que vai ser largado no centro de Portugal! Objectivo do jogo: alcançar a Nazaré e surfar a maior onda do mundo! A caminho! Há tarefas para cumprir... Garrett McNamara aguarda: "Isto não é um jogo. É a vida. Estás pronto?" Vejo muita publicidade. A maioria é banal, aborrecida. No campo do turismo, a veia criativa sofreu bastante desde o aparecimento dos drones. Por mais esplêndidas que sejam as imagens colhidas do ar, e eu sou viciada nesse tipo de filmagem, não bastam cenários paradisíacos de encher o olho acompanhados de música mais ou menos sinfónica, para se ter um vídeo promocional capaz. A edição conta muito, o guião, o copy, conta imenso. A maioria destes vídeos tornaram-se todos iguais, acreditando que as imagens valeriam mais que as palavras, ou as ideias.  Quando se encontra u

Desafio de escrita dos pássaros #3 - Um momento marcante

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Fonte  Rabirruivo preto (Phoenicurus ochruros) 2007. Estavam juntos há 453 dias, 2 horas e 34 minutos. Ela adormecera à sombra do guarda-sol, ele banhava-se de luz, os corpos a desenharem um ângulo recto. Os pés de Isabel descansavam sobre o azul dos calções de praia dele. José soerguera a cabeça ao assobio do nadador-salvador. O seu olhar encalhara nos pés morenos dela. Uma nuvem tapa o sol e o ar arrefece. A sombra percorre vagarosamente o areal. O apito soa de novo. José ergue o tronco apoiando-se nos cotovelos. Um incauto que mergulha com a bandeira vermelha hasteada. Ajeita-se para se deixar ir ao encontro da toalha quando repara nela. Como é que nunca a tinha visto? O banhista sai das ondas de calções colados ao corpo e o nadador-salvador aproxima-se. José não os consegue ouvir e a sua atenção retorna ao pé de Isabel. Até àquele momento imaginava-se capaz de navegar o corpo daquela mulher de olhos fechados. Num segundo, o pé direito de Isabel envolvera aquele final de ta

Stephen King ensina a escrever como Stephen King

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O livro On writing pode ser adquirido na WOOK, online. Escrever, porquê?  "A escrita não é para fazer dinheiro, ficar famoso, fazer sexo, amigos. No fim das contas, a escrita é para enriquecer a vida daqueles que leem seu trabalho, e também para enriquecer sua vida. A escrita serve para despertar, melhorar e superar. Para ficar feliz, ok? Ficar feliz. Parte deste livro — talvez grande demais — trata de como aprendi a escrever. Outra parte considerável trata de como escrever melhor. O restante — talvez a melhor parte — é uma carta de autorização: você pode, você deve e, se tomar coragem para começar, você vai. Escrever é mágico, é a água da vida, como qualquer outra arte criativa. A água é de graça. Então beba. Beba até ficar saciado." Não falta quem escarneça da escrita deste autor multi-premiado não sei se um pouco por culpa do menosprezado género que o tornou famoso no mundo inteiro: o terror. Mas   Stephen King é um dos mais prolíficos escritores norte-am

Eu gosto de comer maçãs.

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No princípio do Facebook: - Eu gosto de comer maçãs. - Que bom. Eu gosto de comer peras. - Ok. Actualmente: - Eu gosto de comer maçãs. - Tens alguma coisa contra quem come peras? - Não, apenas prefiro comer maçãs. - Ah, bom, então tu odeias quem come peras, é isso? - Eu nunca disse tal coisa... - Maldito odiador de comedores de pera! - Não, eu não odeio quem come peras… - Odeias sim! Vocês que não comem maçãs dão-me nojo! (A autoria é desconhecida. Podia ser qualquer um.)

Tentáculos de pota: uma coisa do demónio!

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Dentes dos tentáculos de pota Portugal possui uma zona económica exclusiva de cerca de 1700000 km2 e uma linha de costa de 2.830 km. Mas muitas vezes compramos peixes e frutos do mar oriundos de mares e oceanos longínquos. De vez em quando compro  tentáculos de pota congelada . Utilizo-os porque o polvo fresco é caro e o congelado tem aquele problema do excesso de água de vidragem: acabamos a comprar água ao preço de polvo. De si o bicho encolhe naturalmente na cozedura mas com os truques da água ainda é pior.  Se é para ser enganada, compro os tentáculos de pota que são mais em conta. Hoje, quando abri uma embalagem de tentáculos de pota encontrei em algumas das protuberâncias dos tentáculos estes dentinhos que vos mostro. Surpreendida fixei o nome da espécie para investigar: no rótulo lia-se  Dosidicus giga . Procurei no Google e encontrei monstros ! Devia logo ter suspeitado:" Gigas" em grego quer dizer "gigante"! Incrédula, ainda me pergunto se não teri

Journaling: escrever um diário para ser mais feliz

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Fonte Um diário pode muito bem ter sido o nosso melhor amigo na adolescência. Lembram-se? Sempre disponível, o diário era incapaz de julgar os nossos pensamentos mais absurdos, ou de gozar com a nossa cara perante os ridículos que lá escrevíamos ou de menosprezar os nossos sonhos. Esse confidente incansável dos nossos desabafos, acabou, um dia, por ser abandonado e esquecido pela maioria de nós, no fundo de uma gaveta. No mundo adulto que tínhamos, finalmente, alcançado o diário já não tinha lugar. Mas houve, e há, gente crescida – e famosa – que escreveu em diários toda a vida: Marie Curie, Charles Darwin, Albert Einstein. Frida Khalo, Picasso. George Lucas. Obama. Na verdade é uma prática mais comum do que aquilo que julgamos e com muitos benefícios. Existem diários de muitos géneros. Diários gráficos, da gratidão, - diz quem escreve que escrever sobre uma coisa que nos fez sentir gratos uma vez por semana melhora o sono e até dá  felicidade - diários da grávida. Na era digit

Desafio de escrita dos pássaros #2 - O amor e um estalo

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Pisco de peito ruivo (Erithacus rubecula) Fonte  - Foda-seeeee! Marta! Mas o que foi isso? Óscar agarrava-se ao nariz dobrado sobre si mesmo. Aquela dor e o ardor que sentia na face esquerda confundiam-se. A rapariga, afogueada, imobilizara-se, as mãos sobre a boca numa oração, os olhos muito abertos a suplicarem desculpas: - Amooorr – pronunciou, arfando, - amor. Foi até ao quarto de banho a cambalear. A luz ligou-se e em frente ao espelho o jovem examinou-se. Os olhos lacrimejavam. Observou que pequenas gotículas de suor reluziam sobre a testa. Havia uma pequena mancha escura sobre a pele que cobre o osso zigomático ali onde a barba por fazer começava a desenhar-se. Decerto um pequeno corte que deixava o sangue aflorar. As unhas da sua mulher, pensou. E quando é que ele teria coragem para lhe dizer que detestava aquelas extremidades decoradas? A doce Marta ia todas as semanas à Julinha cuidar daqueles apêndices. Tinha orgulho naquilo. Aparecia-lhe com desenhos coloridos e v

O paradigma de Pennebaker e a escrita expressiva

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Será este livro -  A escrita expressiva - palavras que curam  - mais um daqueles suspeitos livros de auto-ajuda? Ou será que a escrita pode mesmo ajudar-nos a melhorar a saúde? A nossa intuição diz-nos que falar ou escrever são duas formas que parecem ajudar no processamento dos eventos traumáticos. Numa consulta com o psicoterapeuta, o mais habitual a fazer é responder às suas questões. Portanto não é de estranhar que a escrita seja uma prática que pode ser utilizada para obter bem-estar físico e psicológico. A linguagem, na sua forma oral ou escrita, pode ter poder de cura, ou, pelo menos, de alívio. A escrita que promete cura ou alívio é chamada terapêutica, curativa ou expressiva.  James Pennebaker  , psicólogo americano, da universidade do Texas, é o pioneiro da escrita expressiva . Foi quem elaborou o paradigma de Pennebaker.  Na base da sua teoria está a ideia de que inibir activamente pensamentos e sentimentos sobre eventos traumáticos exige esforço, serve como um stress