Máscaras de Carnaval: DIY


Este ano fiz umas máscaras de Carnaval. Com tantas máscaras prontas a usar que se podem comprar, para quê estar com isso, perguntam vós e bem. Ora, podemos desejar uma máscara única, bastante original; ou uma para combinar com uma certa roupa e não encontrarmos o que se pretende nas lojas. Também poderá ser mais económico fazer uma máscara em casa, mas é certo que vi algumas bem engraçadas e de preço bem acessível. Na internet também há imensos moldes em pdf prontos a imprimir em cartolina. São ideais para as crianças, que assim podem usar diversas ao longo do Carnaval. Também se encontram imensos tutoriais de máscaras em materiais diversos: haja tempo, vontade de aprender e jeito de mãos. Realmente, a variedade da oferta de máscaras e fantasias quer em lojas físicas quer online é imensa: há de tudo, até há fantasias e máscaras para o cão! Fiz as máscaras mais pela diversão em si mesma do que por qualquer outro motivo. Já não me recordava da última vez que tivesse feito uma. Com algum tempo mais gostaria era de as ter feito em papier mache, ao jeito veneziano. Como estava pressionada, comprei as bases, que são leves, feitas de cartolina branca e macia. Não são feitas para durar, como sucederia se fossem de papier mache, mas ainda assim são resistentes e certamente mais confortáveis. Os olhos são bem rasgados e esta dimensão serviu em três rostos de formato diferente sem problemas. Custaram 1,25 euros cada. Foram pensadas para aproveitar tintas acílicas que já tinha e assim evitar despesa.  Tendo as tintas e pincéis, foi só preciso comprar um galão com preto e dourado, brilhantes, uns picos metálicos, penas coloridas, e depois pintara as bases, colar e pouco mais. Foi fácil.

Sugestão de leitura:

Já que estamos em pleno Carnaval, convido a conhecerem um site dedicado às máscaras de Veneza e a Guerrino Lovato, um escultor de máscaras com reconhecida expressividade e personalidade. Ele cria suas obras inspirando-se em obras de arte, retratos de personagens históricos, figuras alegóricas e mitológicas e na tradição da italiana Commedia dell'Arte. É conhecido em Veneza como o Rei das Máscaras. A sua oficina Mondonovo produziu, ao longo de mais de 30 anos de actividade, centenas de criações.



O atelier de Mondonovo, agora um museu, é conhecido por ter um importante catálogo de máscaras: mais de 800 modelos, desde as tradicionais máscaras da Commedia dell'arte às mais particulares e extravagantes. Muitos desses trabalhos foram utilizados por realizadores de cinema como Franco Zeffirelli (La Traviata), Kenneth Branagh (Muito barulho por nada) e Stanley Kubrick (Olhos bem fechados).

O uso de máscaras  é antigo e verifica-se um pouco por todo o mundo. Mas as de Veneza são particularmente afamadas.  Veneza foi sempre palco de beleza e extravagância e uma cidade que se encheu de riquza fruto do comércio com o Oriente. Lê-se no site que o uso de máscaras era algo habitual no quotidiano até que foi limitado a certos dias do ano somente. Durante o último ano da existência da República, esse período eram três meses a partir de 26 de Dezembro. A duração do mesmo foi gradualmente encurtada para uma semana, o que na actualidade corresponde ao Carnaval.







As máscaras venezianas originais eram bastante simples em design e decoração e muitas vezes tinham uma função simbólica e prática, tendo sido frequentemente usadas para proteger os jogadores de se denunciarem, especialmente para evitar os seus credores, ou por nobres falidos, que sobreviviam no anonimato mendigando nas esquinas das ruas.

O uso de máscaras por venezianos e  visitantes estrangeiros durante o Carnaval criou uma procura enorme por máscaras e, consequentemente, contribuiu para a evolução dos artesãos de máscaras ou, mascareri. Ainda hoje são feitas de papel machê, em muitas cores e estilos diferentes.

Veneza ganhou a reputação de ter o carnaval mais famoso do mundo, que envolvia todas as classes sociais. As máscaras venezianas podem ser classificadas em dois grandes grupos: Máscaras da Commedia Dell'Arte, - uma forma de teatro improvisado do séc. XVI-XVIII, com personagens próprias e temas como ciúme, velhice, amor e adultério -  e Máscaras de Carnaval . Ambas têm várias personagens e lendas associadas. As máscaras venezianas tradicionais são feitas com porcelana ou papel machê, o que as torna frágeis ou pesadas. 

As máscaras venezianas eram feitas tipicamente usando papel-mache, trabalhado sobre um molde lubrificado com vaselina. Sobre o molde eram sobrepostas várias camadas de papel absorvente especial, rasgadas em pequenos pedaços, pressionando-as no molde com os dedos para ter certeza de que não havia bolhas de ar na máscara.  O molde depois era colocado num forno especial, para secar. Uma vez seca a pasta, abriam-se os buracos para os olhos, lixava-se a superfície, envernizava-se e estava feita a máscar.

(Tradução livre a partir de texto do site)

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