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A mostrar mensagens de janeiro, 2019

Bom mesmo, crónica de Luis Fernando Verissimo

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O livro, O melhor das comédias da vida privada pode ser adquirido online, na Wook ! Para quem cultiva o humor inteligente, eis uma crónica de Luis Fernando Verissimo, da série "Novas Comédias da Vida Privada". De seguida, leia uma curta biografia para ficar a saber um pouco sobre quem é Luis Fernando  Veríssimo. "O homem passa por várias fases na sua breve estada neste palco que é o mundo, segundo Shakespeare, que só foi original porque foi o primeiro que disse isso. Muitas coisas distinguem uma fase da outra – a rigidez dos tecidos, o alcance e a elasticidade dos membros, a energia e o que se faz com ela -, mas o que realmente diferencia os estágios da experiência humana sobre a Terra é o que o homem, a cada idade, considera bom mesmo. Não o que ele acha bom – o que ele acha melhor. Melhor do que tudo. Bom mesmo. Um recém-nascido, se pudesse participar articuladamente de uma conversa com homens de outras idades, ouviria pacientemente a opinião de cada um sobre

Se quiser falar com Deus, mande-lhe uma SMS enquanto conduz

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À entrada de uma igreja encontrava-se um cartaz com a seguinte advertência: Ao entrar nesta igreja é possível que receba um chamamento de Deus. No entanto, é improvável que Ele faça essa chamada para o seu telemóvel. Por isso, pedimos encarecidamente que o desligue. Se quiser falar com Deus, a melhor maneira é entrar, escolher um lugar da sua preferência e muito simplesmente conversar com Ele.   Mas, se por acaso quiser Vê-lo, pode sempre mandar-lhe uma mensagem de texto enquanto estiver a conduzir. Ano novo, condução nova. Que tal? Vale a pena parar e escutar a voz da razão. A sério. É que a PSP e a GNR, registaram 115 multas por dia entre Janeiro e Setembro do ano passado, diz a jornalista no video que acabei de ver. Apanharam 29.000 condutores em infracção! Fala-se até em estudar a inibição do sinal de telemóvel dos condutores! É claro que durante toda a minha infância e adolescência nunca se viu um telemóvel num automóvel e a vida corria sobre rodas. Mas nos dias de h

Todo mundo, Alguém, Qualquer Um, Ninguém.

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Quem é quem  Era uma vez uma empresa que tinha  Quatro funcionários chamados:  Todo mundo, Alguém, Qualquer Um,  Ninguém.  Havia um importante trabalho a ser feito  e Todo Mundo estava certo de que Alguém o faria.  Qualquer Um poderia tê-lo feito mas Ninguém o fez...  Alguém ficou zangado com isso, pois era um trabalho de Todo Mundo.  Todo Mundo pensou que Qualquer Um poderia fazê-lo,  mas Ninguém imaginou que Todo Mundo não o faria.  A história termina com  Todo Mundo culpando Alguém  quando realmente Ninguém poderia responsabilizar Qualquer Um.  (Autor desconhecido)

Os estereótipos de género e os provérbios populares

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Já alguma vez frequentaram algum workshop sobre Igualdade de Género?  Inscrevi-me num e esta semana os participantes foram convidados a reflectir acerca das crenças que informam os provérbios e a identificar neles eventuais estereótipos de género. Alguns dos inscritos são brasileiros e um deles enviou este sintético contributo. Em duas linhas, ele escreveu: "O novo Brasil...É uma nova era no Brasil. Menino veste azul e menina veste rosa” , Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos...." A polémica que se instalou depois da Ministra ter proferido a sua fórmula chegou cá e li opiniões bastante inflamadas sobre o assunto. É no mínimo estranho. É que nem a minha mãe me vestiu de cor-se-rosa e eu nasci para lá de longe, em plena ditadura! Lembro, todavia, de ter tido uma bata cor-de-rosa na escola primária. (Já não me lembro de que cor era a bata dos meninos, se azul  ou se estavam dispensados.) Por isso, não sei se em vez de uma nova era não será um regres

"Já é hora das mulheres pararem de se fazer de vítimas"

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Inscrevi-me num workshop sobre Igualdade de Género , uma área onde em tempos desenvolvi actividade, e tinha acabado de ver um vídeo (de 2017) que denunciava, ilustrava, mediante testemunhos, a persistência de desigualdades de género a nível salarial, no acesso ao trabalho, melhor dizendo, a pouca expressividade feminina em posições de gestão, na forma como se entendem os papéis de homens e mulheres no cuidado de crianças e tarefas domésticas, e ainda a predominância de vítimas do sexo feminino em termos de violência doméstica, quando topei com um comentário no Facebook, no meio de muitos, que me chamou a atenção. Era uma opinião a propósito da notícia:” O Conselho de Ministros aprovou nesta quinta-feira uma proposta de lei que determina o uso da expressão “direitos humanos” em detrimento de “direitos do Homem”, argumentando que a decisão é "um passo no combate à desigualdade entre homens e mulheres, reconhecendo o progresso dos direitos fundamentais nos últimos 70 anos”. A pro

Ode a um futuro sem putas, nem pândegos, nem pedófilos

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Capa do Manual da Porto Editora A história dos manuais escolares é pródiga em episódios caricatos. Creio que foi em 2017, que pais de estudantes do Liceu Pedro Nunes, frequentadores do 8.º ano, e que andam na faixa dos 13- 14 anos, se queixaram do conteúdo inapropriado de um livro ali adoptado, que os miúdos andaram a ler nas férias do Natal: imagine-se o escândalo no seio familiar, quando entre a encenação do presépio e a decoração da árvore, os miúdos começaram a dizer aos pais que tinham trocado os cânticos de A todos um bom Natal pela leitura destes hinos: “ E a tua tia sabes de que tem cara, de puta, sabes o que é, uma mulher tão porca que fode com todos os homens e mesmo que tenha racha para foder deixa que lhe ponha a pila no cu.” - Este livro, recomendado para o terceiro ciclo pelo Ministério da Educação, no âmbito do Plano Nacional de Leitura, por erro, entretanto corrigido, era a obra “ O nosso reino” de Valter Hugo Mãe, que a Porto Editora anuncia no seu site como “ D

Porto Editora trata Pessoa como um pândego, mas diz que não

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Autoria da fotografia Ainda o caso pândego da omissão de um par de versos em Manual do 12º ano, adoptado por cerca de 90 escolas, e agora nas bocas do mundo porque os alunos, que segundo reza a lenda já não lêem livros, apenas memes no telemóvel, deram pela sua falta. Ora, de acordo com a nota explicativa da editora, o que justifica a limpeza feita ao poema de Álvaro de Campos são versos que contêm linguagem explícita e os que se relacionam com a pedofilia, podendo, por isso, “constituir fator de desestabilização ou de desvio da atenção dos alunos”. É sabido que o ambiente em sala de aula é hoje, por norma, de uma imperturbabilidade e concentração nunca vistos, os alunos não se distraem por nada deste mundo nem do outro.   Também é sabido que é zero a tolerância para   linguagem obscena e de conotação sexual em casa, na rua, na escola, em todo o lado. Afianço que já não ouço um jovem chamar carinhosamente “minha puta” a outro desde que entrei em casa, há um par de   hora

A moda do politicamente correcto

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"A semântica pós-moderna politicamente correcta (ou Como é belo o socialismo em Portugal) Para uma certa esquerda norte-americana dos anos 60 ficava mal chamar negros aos negros e índios aos índios. Passaram a "afro-americanos" e "nativos americanos". Assim começou a moda do politicamente correcto. Em Portugal a revolução semântica iniciou-se há alguns anos, pela promoção das "criadas de servir" a "empregadas domésticas" (actualmente auxiliares de apoio doméstico) e dos "empregados" (de comércio e serviços) a "colaboradores". Lentamente estabeleceu-se o novo léxico das profissões consideradas menores; os carteiros passaram a técnicos de distribuição postal, os caixeiros viajantes a técnicos de vendas, as meninas dos correios a técnicas de exploração postal, os jardineiros a técnicos de manutenção de espaços verdes, os varredores a técnicos de higienização urbana, os estivadores a técnicos de manipulação e deslocaç

O Tesla Model 3 está quase a rodar em Portugal

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Na passada semana, em Leiria, vi um carro Tesla a carregar. Como foi o primeiro que vi ao vivo e a cores não me coibi de o fotografar e de espiolhar todinho com o meu olhar curioso. Foi por mero acaso que dei com ele, na realidade o que começou por chamar a minha atenção foi o homem que estava a ligar os cabos, um amigo meu. Fiquei curiosa. Aproximei-me para lhe perguntar se agora ele tinha um carro eléctrico e que tal se estava a dar com isso. Nessa aproximação apercebi-me de que me tinha confundido, afinal não era o meu amigo, e que o carro eléctrico era um modelo X, da marca Tesla . Já não consegui desviar os olhos, mas, estranhamente, eu era a única interessada no veículo, os passantes pareciam não ver ou ignorar a máquina que ali estava e seguiam o seu caminho, como se isso fosse comum. Não é comum encontrar um Tesla na via pública. É esse o sonho de Elon Musk, um planeta a ser percorrido por carros eléctricos e silenciosos, duplamente não poluentes, em especial, da sua