Debate #metoo no Prós & Contras: o ridículo!

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Ahhh, vergooooooonha! Grandes opressores que são todos esses pais e mães que por esse mundo fora obrigam, coagem, limitam a liberdade física das criancinhas fazendo-as dar beijinhos aos vovôs e às vovós! (Cara impagável da Fátima do P & C.) Por educação, estão a ver, é assim que as nossas crias ficam amestradas e aceitam a opressão sexista futura. Cenas emprestadas da microfísica do poder, do Foulcault, mixadas com umas pequenas pedagogias, explicam - ou não - o discurso. Fui ver quem era o jovem orador. Pensei que fosse um artista do improviso. E é, fez um filme cuja sinopse reza assim: "Esta é a estória de um caralho-sem-caralho e de uma cona-sem-cona, tudo-em-um. Um projecto amador inspirado pelo filme La jetée de Chris Marker, e pelo Manifesto Contrasexual de Beatriz Preciado, esta curta explora a ambiguidade tecnologicamente mediada do que é ter um caralho ou uma cona, procurando acima de tudo foder com o género." Matéria original, quiçá merecedora de um Oscaralho, mano! Mas, respeito, o Daniel Cardoso é também um doutorado e professor de comunicação na Lusófona. Não aprofundei esta faceta, banal, porque hoje qualquer caralho dá qualquer coisa numa qualquer universidade. Li ainda que o trabalho de investigação desta poliamorosa criatura se centra principalmente sobre questões de género e sexualidades, com particular ênfase nas não-monogamias consensuais e no poliamor. Deve ser, sem dúvida, um ser muito avançado, eu, retrógrada de plantão, que já não consigo descodificar estas teorias modernas que nos dizem que beijos no avô é que não, porque "educação para a violência", que me reduza ao meu lugar marginal. Mas, lembrei-me então de quando, na minha infância, era obrigada a ir beijar um Menino Jesus deitado numa almofada púrpura, na igreja, já não sei se por altura do Natal, devia, ser! Por analogia subitamente percebi que foi assim que, hoje, aceito outras dominações. Eis-me, pois, apenas mais uma fêmea submissa a viver atolada no lodo do patriarcado sem disso sequer ter consciência. E tudo por culpa dos beijinhos na cabecinha de faiança desta estatueta a que era obrigada, conduzida igreja fora pela mão de ferro da minha mãe. Coitada dela! Se eu lhe falasse disto, ela ia achar que a filha, que já não tem por muito sã da cabeça, tinha endoidado de vez.

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