Panteão Party

Panteão Party. Os monumentos devem realmente ser vividos mas há certos espaços que servem para convidar à solenidade, a uma certa introspecção e ao recato, ao respeito pela memória histórica, se é que vale alguma coisa a memória dos que lá repousam, começo a duvidar, e assim deviam permanecer. E esta justificação que li, dos restos mortais de Humberto Delgado, porque fundador da TAP, sepultados no Panteão, terem ajudado à opção pelo local? Pensava eu que isto da Summit tinha mais a ver com o futuro, o movimento para a frente, bem sabendo que não há geração espontânea, nem de micróbios nem de ideias. O Minho fica longe, sai caro deslocalizar uma janta que o país é enorme, e, azar, Nuno Peres move-se por lá, e ainda não morreu, e ninguém sabe nada de nada sobre materiais bidimensionais, como os dicalcogetos de metais de transição, em que os mais interessantes são os semicondutores, para aplicação na indústria eletrónica, mesmo que meio mundo esteja de olhos postos nisso. Não tendo sido a primeira jantarada na nave do Panteão, reafirmada a banalização do espaço, fico à espera da festança do Réveillon, este ano já não vou ao Mosteiro São Bento da Vitória. Vai ser de arromba, um evento de fazer mortos rolar na tumba. E aguardo em pulgas pelo baile de máscaras da noite do Aluine de 2018 na boa companhia dos espíritos de presidentes, artistas, escritores, pedagogos e poetas, afinal, gente do outro mundo. Ah, e futebolistas, estava-me a esquecer. Viva a era da total mercantilização sem escrúpulos, onde tudo tudo pode ter um preço e nada tem valor.

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