Mais urbanidadade e menos merdas, por favor. A Gerência agradece.


Há 10 anos que ando no Facebook e desafio-vos a encontrarem uma linha por mim escrita em que eu tenha sido rude ou mal educada enquanto discorro sobre isto ou aquilo ou teço comentários. Igualmente vos desafio a percorrer este meu blogue, se quiserem, muito anterior ao Facebook. A regra que sigo na internet há quase duas décadas tem sempre sido: não escrevas sobre as coisas de uma forma que não possas dizer face a face a qualquer pessoa. Não me dei mal pois sempre tenho levado a água ao meu moinho e sem conflitos de teor algum. Uma coisa é não ter papas na língua, outra é não ter decência. Não creio que agir sem freio dê qualquer vantagem sobre defensores de opinião diversa ou que valorize qualquer discurso que se tenha sobre um assunto. Nisso o Direito foi para mim uma escola boa: contra factos não há argumentos. Mas são muitos os que acreditam que sim, a avaliar pela torrente de impropérios que em certos momentos toma de assalto as redes, é uma doutrina fortemente disseminada. Posso ser sarcástica ou até usar de vernáculo mas nunca desço ao patamar do insulto fácil e descontrolado, se repararem, nem a lidar com assuntos ligeiros nem com matérias sensíveis. Se por acaso encontrarem essa tal linha sempre posso usar como desculpa que o erro faz parte da minha humanidade, porque se tratará de uma excepção e eu não sou nenhuma santa, nem melhor do que os outros. Mas tento ser melhor do que alguns. A Liberdade, essa palavra fértil e bela com que toda a gente gosta de encher a boca para justificar dizer os maiores desaforos, significa também ficar sujeito ao julgamento sem peias pelos demais e em especial por quem veja na ausência de bom senso um sinal de pouca inteligência. Em tempos a urbanidade e a educação nas relações entre as pessoas eram valorizadas e uma mais-valia. Pois bem, esses tempos para mim nunca passaram de moda. Nunca irei repudiar ninguém porque não é educado, salvaguardo que pode até ter uma boa justificação para isso, mas, de igual modo, nunca poderei simpatizar com gente grosseira, sejam políticos, cientistas, reis, agricultores, engenheiros, artistas, padeiros, criminosos ou indigentes. Esta nota estava entalada há mais de um mês, tinha se sair, o timming é oportuno. Não, não foi apenas motivada pelas reacções menos polidas ao falecimento de MS.

Comentários