Surf na Figueira da Foz? Sim, existe.

O fim-de-semana de praia em Buracos, Figueira da Foz...
...e de surf nas praias do Cabedelo, do  outro lado  do rio.

Nunca fiz surf mas adoro observar e este ano vi, não nas praias a sul, onde este evento decorreu, mas do lado de cá, em frente à esplanada Silva Guimarães, um espectáculo belíssimo e algo assustador, em Setembro, por altura das marés vivas. Sem exagero, as ondas deviam ter mais de 4- 6 metros e andavam lá uns surfistas loucos a cortar as ondas. Da areia a proporção era qualquer coisa como ver uma criança de dois anos a descer um escorrega gigante a alta velocidade! Foi realmente impressionante. 
Este fim de semana passado o mar esteve bastante mais calmo e o clima foi de Verãotono, como eu costumo dizer. Saí da praia perto das sete horas, no Domingo, já meio escuro, até porque havia fumo de incêndios no ar que ofuscou desde cedo a luminosidade da tarde. Não fui "à outra margem", fiquei-me pelo lado de cá, mas por lá havia muita animação em torno do surf com o evento Cidade do Surf - não deixes fugir esta onda. Um prize money de 3.500 euros, promoção de baptismos de surf, demonstrações de surf e longboard, presença dos figurões institucionais para discurso da praxe no encerramento, porco no espeto para matar a fomeca, tudo isso e mais, uma festa.

Ainda há dias no Facebook alguém me contestava dizendo que o mar da Figueira da Foz não servia para fazer surf. Eventos destes ajudam a divulgar a cidade como "estância garantida para a prática de desportos de onda”. Recordo que o projecto “Cidade Surf”, foi premiado na categoria Cidades do Movimento Milénio - o concurso “Movimento Milénio”, iniciativa do Jornal Expresso e do Millennium bcp -venceu na categoria “Cidades”, e tem como objectivo «transformar a Figueira na cidade do surf, salvaguardando e valorizando a sua orla costeira, minimizando os efeitos do porto comercial». Leiam e sigam o blogue SOS Cabedelo para saberem mais sobre o surf na Figueira da Foz e, figueirenses, divulguem estas notícias pois a necessidade de preservar intacta a costa figueirense é cada vez mais premente face à progressiva descaracterização do litoral em consequência da ação humana e natural. Eu não sou figueirense mas se há algo que valorizo é estar perto do mar. É um património colectivo a proteger, sem dúvida, fonte de beleza e riqueza para quem vive na Figueira e até em Portugal.

E já agora, tenho de o dizer, mais uma vez, como faço todos os anos, assim que acaba o Verão. É lamentável que as pessoas não tenham uma postura mais cívica. Se os dias de calor se prolongarem a praia vai encher-se de lixo pois agora já lá não estão os concessionários para haver limpeza assegurada. Será assim tão difícil proceder na praia como fazem em suas casas?! Ou deverei assumir que estas pessoas têm as casas cheias de lixo espalhado pelo chão? E mais: se as pessoas já são preguiçosas a apanhar os cocós dos seus animais da relva, aquando do passeio higiénico, imaginem o que fazem mal acaba o Verão e os levam para a praia. Ficam por lá os retorcidos presentes caninos pois aquilo é território de ninguém, devem pensar que mais depressa apanhamos com um pedaço de satélite americano na cabeça do que pisamos bosta de cão! Eu gosto de cães e gosto de praia, e por isso digo, assim não. Pensem nisso.

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