Receita de galinha em Kuala Lampur: Beggar's Chicken





Ontem liguei ao acaso a televisão e estava a começar o segundo episódio de uma série - Ecoturismo, talvez seja o nome - que aborda conceito de sustentabilidade ao nível do turismo. Ecoturismo é procurar conhecer e explorar as culturas de forma comprometida com o meio ambiente. Como? Respeitando a integridade cultural e a diversidade biológica dos destinos e adoptando uma postura que salvaguarda os recursos naturais. O viajante apresentador é o conhecido futebolista Ethan Zohn.

O moçoilo cumpre o roteiro de forma descontraída e bem humorada. São apenas 30 minutos, - desta vez foi sobre Kuala Lumpur - mas é tempo suficiente para aprender umas coisas e até sorrir. Apreciei especialmente um apontamento sobre um prato célebre da gastronomia local. De acordo com uma lenda o prato é originário de Hangzhou, na China. Um mendigo, não dispondo de uma panela para cozinhar, teria embrulhado uma galinha em folhas de lótus e barro, e enterrado o conjunto no chão, deixando um buraco e acendendo o lume por cima. Quando o fogo se apagou e as cinzas arrefeceram ele retirou a galinha cozinhada. Receita prática e muito natural: o barro mantém os sucos da galinha e a sua carne fica macia e tenra e o lótus aromatiza.

O nosso futebolista foi a um restaurante - Jugra, Banting - que confecciona esta galinha e assistimos a todo o processo. Convém dizer que o prato tem de ser encomendado de véspera! Não falta clientela. O cozinheiro colocou dentro da galinha uma série de ervas e condimentos, entre eles gengibre, e virou as pernas da galinha para dentro. Depois embrulhou-a bem em papel e até atou com uma cordinha. No final Zohn envolveu o volume em argila e lá foi a galinha para o meio das cinzas quentes do forno de carvão umas quantas horas. No take seguinte Zohn está à mesa e trazem a galinha num típico carrinho das obras! Dão-lhe um martelo e ele parte a carapaça de argila. Está pronta a comer. Para o efeito ele deve apenas usar a mão direita pois essa é, de acordo com a cultura, a única que é pura, a esquerda é para esquecer. Deve retirar os pedaços de carne sem usar qualquer instrumento para cortar.

Vejam aqui fotografias do restaurante e da preparação da galinha! Garanto que eu já estava com água na boca! E já não sei se antes da galinha, se depois, mostraram um extenso mangal e suculentas mangas, que o Zohn provou também...!

Comentários

Este teu post fez-me lembrar o cozido que comi nas furnas nos Açores. ver aqui.
Especial, talvez com um sabor um pouco exagerado a enxofre...
Beijinhos
Verdinha