Estarão os blogues em extinção?

Depois de ter deixado os meus blogues à deriva durante mais de quatro meses sinto que morreram. Estão às moscas sem visitantes nem comentários, como não poderia deixar de ser. Ontem estive a testar a ferramenta de design que o Blogger agora oferece e dei uma cara nova a alguns deles. Mas parecia não haver razão para retomar o fio à meada. Não seria melhor deixar tudo estagnado? Disse para mim, ao cabo de alguns minutos de cogitação, ó mulher, nunca houve muita justificação para teres primeiro um, depois uma ninhada de blogues, tu nunca foste uma profissional dos blogues, apenas gostavas de escrever, de criar coisas, de colecionar coisas e daí os blogues. Pois é, os meus blogues são isso. Eu sei que o Google detesta farmlinks mas por mais agregadores de links que use, sempre me apetece criar um blogue temático para colecionar os meus links favoritos!

Parece mesmo que os blogues em geral se aproximam da extinção, outros valores mais altos se levantaram, nomeadamente o poderoso Facebook e outras redes. Pessoalmente não curto assim tanto o Facebook e até pode vir a ser preciso pagar para se usufruir dele, era o que circulava há uns tempos, até ao fim de Julho,embora o login agora se leia que é livre e que sempre será! Seria o dia em que eu lhe diria bye-bye. Eu estou mesmo convencida que a malta migrou para o FB. Lá também pode escrever e tal, e a experiência pode ser talvez mais interactiva, mais imediata, honestamente não sei se é o apelo da horta do Farmville o segredo do FB mas até a minha irmã cultiva alfaces e couves e tem um galinheiro de poedeiras...e ela é consideravelmente mais ocupada do que eu! As pessoas não têm tempo nem energia para escrever de forma continuada e, além disso, dispersam-se com tudo e mais alguma coisa! Publicam em todo o lado, é no Twitter, é no FB, é no Posterous. Hoje há de tudo:blogueiros, flickeiros, facebookeiros e a lista cresce! Mas, de facto, a minha melhor experiência na internet data do início da bloguice, ainda hoje tenho contacto com alguns dos blogueiros iniciais, em vez de couves cultivámos efectivos laços de amizade virtual que vingaram e superaram o teste do tempo!

Surgiram muitos argumentos contra os blogues, aqui e ali foi sendo notado que a maioria dos blogues passaram a ser feitos por profissionais, com intuitos muitas vezes de pura monetização, que se tornaram repetitivos, que perderam frescura. A publicidade tomou conta deles, levou-os à asfixia, mercê de blogueiros com pouco senso ou que não escutam a sua verdadeira voz interior, voz de blogger. Também o spam e os comentários pouco sãos que muitas vezes enchem as caixas, transformando um espaço propício à troca de opinião em campo de tiro-ao-alvo, são responsáveis pela decadência dos blogues, dizem os pessimistas. Mas aí, é simples, basta dar um off nos comentários até os ânimos acalmarem. Os blogues acabam por ser o prolongamento da personalidade do indivíduo e por isso, não há fumo sem fogo, se a personalidade do blogueiro for incendiária, pois claro, vai arder. O autor é o moderador, é o capitão do barco, tem de saber o que quer e o que faz. Depois que não se queixe se não lhe restar alternativa senão saltar borda fora. Mas o leitor tem sempre saída: só lê se quiser, só fica por ali se quiser. Imbecilidade existe em toda a parte, na conversa diária no autocarro citadino, nas letrinhas da revista cor-de-rosa, na tirada infeliz do político à saída do parlamento. É preciso é reagir. E se a reacção significar desligar, seja.

Acredito que com o nosso sentido crítico poderemos levar os blogues a lugares ainda por explorar. Agora não esperem é que seja eu a fazê-lo. A minha postura é a mesma de sempre e não vai mudar. Umas vezes até escrevo textos com pés e cabeça, outras vezes são apenas meros espirros de palavras. Palavras que têm de sair. Os espirros também são precisos e não incomodam muito, mas também não fazem grande bem. Enquanto estiver assim, vou andando e blogando. Se estiver a estorvar, já sabem, o caminho passa adiante.

Comentários

Anónimo disse…
Tradaste mas voltastes inspirada!;)
Não é preciso dares graxa, ó anónimo disse...